MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 6 de junho de 2013

MP planeja nova operação contra fraude no leite em 15 dias no RS


Para promotor, operação resultou em melhora da qualidade do leite.
Duas primeiras fases foram deflagradas nos dias 8 e 22 de maio.

Tanise Scherer Do G1 RS
Leite encontrado em transportadora durante Operação Leite Compensado  (Foto: Felipe Truda/G1)Transportadoras adicionavam água e ureia ao leite
(Foto: Felipe Truda/G1)
O Ministério Público do Rio Grande do Sul planeja a terceira fase da Operação Leite Compensado, que investiga a adulteração do produto. De acordo com o  promotor Mauro Rockenbach, a nova etapa deve ser deflagrada em cerca de 15 dias. As duas primeiras fases, nos dias 8 e 22 de maio, verificaram que a fraude ocorria no transporte do produto. Os envolvidos misturavam água e ureia ao leite para aumentar o lucro.
O foco da investigação não foi antecipado pelo promotor. De acordo com Rockenbach, as duas primeiras fases da operação resultaram em melhora da qualidade do leite que chega para o consumidor. A indústria já sentiu diferença no fornecimento do produto. “A indústria passou a receber menos leite. Ou seja, deixou de receber água”, disse ao G1.
Ainda segundo o promotor, o Ministério Público está mais dedicado a acompanhar a movimentação e a adequação da indústria. O objetivo é ver se ela está mais criteriosa com a qualidade do leite. Nos últimos dias, três empresas anunciaram recall de leite por suspeita de adulteração.
Fraude abalou confiança de consumidores
A fraude não teve reflexo para os produtores rurais, segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Elton Weber. Ele diz que o que se criou foi um sentimento de indignação, já que os criadores de gado de leite também têm exigências em relação à qualidade e aos cuidados necessários na produção. “Não adianta o produtor ter cuidado e depois outras pessoas adulterarem o leite. Isto nos deixou indignados diante dos fatos”, afirma.
O analista de mercado Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria, também lamenta o ocorrido. “A fraude do leite tem um reflexo direto na confiança dos consumidores. Isso abala um mercado que vinha melhorando nesse aspecto”.
Conforme o MP, a simples adição de água com o objetivo de aumentar o volume acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia, produto que contém formol em sua composição e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A fraude foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol. Mesmo depois dos processos de pasteurização, ele persiste no produto final.
Entenda a operação
A Operação Leite Compensado foi desencadeada no último dia 8, após investigação. A ação teve como consequências a retirada de lotes do mercado (veja lista aqui) e a interdição de três postos de resfriamento e de uma fábrica em Estrela. Foram investigados núcleos em Ibirubá, Guaporé e Horizontina.
Na manhã do dia 22 maio, uma nova fase da operação foi iniciada, com alvo em duas transportadoras localizadas em Rondinha, no Norte, e Boa Vista do Buricá, no Noroeste do estado. De acordo com a investigação, as transportadoras adulteraram pelo menos 120 mil litros de leite nas duas cidades nos últimos três meses. O MP ressalta que este volume foi apreendido e não chegou ao mercado.

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