MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 31 de março de 2014


Governo dos EUA monitorou onda de greves dos metalúrgicos no ABC em 1979

Presidente do sindicato de metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Lula foi um dos líderes das greves
Presidente do sindicato de metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Lula foi um dos líderes das greves Foto: Divulgação



Flávia Barbosa - O Globo

WASHINGTON - Os Estados Unidos acompanharam com lupa a onda de greves dos metalúrgicos do ABC paulista em 1979, lideradas pelos então sindicalistas Luiz Inácio Lula da Silva, Benedito Marcílio e João Lins Pereira, temendo que um confronto prolongado e a politização dos sindicatos interrompessem o processo de abertura, retardando a redemocratização. Documentos dos arquivos do Departamento de Estado, do Conselho de Segurança Nacional e da Agência Central de Inteligência (CIA) durante o governo do presidente Jimmy Carter (1977-1981), aos quais O GLOBO teve acesso, mostram apreensão, especialmente com a intervenção nas organizações e as destituições de Lula e Marcílio, no dia seguinte à visita do vice-presidente Walter Mondale a Brasília, ocorrida em 22 de março de 1979. Os papéis também registram comparações entre o clima político daquele momento com os episódios que antecederam o golpe de 1964.
Relatório da CIA produzido em agosto de 1979, enviado pelo Departamento de Estado à Casa Branca, avalia que as greves, intensas desde o início do ano, impunham um dilema para o general João Batista Figueiredo, que tomara posse em março prometendo aprofundar a abertura política iniciada por seu antecessor, general Ernesto Geisel. A insatisfação com a crise econômica e o espaço de discordância aberto pela própria flexibilização do regime operada por Geisel eram vistos na administração Carter como catalisadores dos protestos.
Ligações com sindicatos
“À medida que as demandas civis proliferam, o regime terá dificuldade em escolher entre a continuidade da liberalização e o uso de mão firme para lidar com a situação de desordem política civil — muito parecida com a situação que foi explorada pela esquerda e que levou à intervenção militar mais de 15 anos atrás”, diz o relatório, que permaneceu sigiloso até 2011.
A preocupação americana vinha desde março, com a explosão dos protestos a partir do dia 13. Escolhidos para liderar a delegação americana à posse de Figueiredo, em 15 de março, a mulher do vice-presidente, Joan Mondale, e o secretário do Trabalho, Ray Marshall, foram instruídos pelo Departamento de Estado a abordar o novo ministro do Trabalho, Murilo Macedo, para coletar informações sobre a forma como o governo brasileiro pretendia intervir nas negociações coletivas, que começariam em abril, e o plano de Brasília para as relações com os sindicatos a médio prazo.
Os documentos consultados pelo GLOBO não afirmam isso, mas os indícios são de que a escolha de Marshall para acompanhar Mondale refletiu a preocupação da Casa Branca e da diplomacia dos EUA com os distúrbios entre trabalhadores e governo. A administração democrata mantinha ligações próximas com a maior entidade sindical americana, a AFL-CIO, que, por sua vez, havia começado a prestar assistência aos sindicatos brasileiros.
“Sinais de inquietação no movimento sindical e a determinação deste em expandir sua influência a partir de agora atestam a importância desta posição ministerial. Até agora, o movimento sindical organizado tem se atido a assuntos relacionados ao bolso, aumentando sua influência nas políticas do governo do Brasil; no entanto, alguns políticos estão interessados em politizar esse importante elemento da sociedade brasileira”, diz o documento.
Lula visto como ‘apartidário’
A avaliação foi reforçada em encontros de Marshall com empresários americanos, no Rio de Janeiro, durante a visita. Executivos expuseram ao secretário temor de que a pressão dos sindicalistas por negociação dos trabalhadores diretamente com as empresas, longe do guarda-chuva das confederações controladas pelo Estado, “poderia levar à politização do movimento sindical”. Na ocasião, o subsecretário Howard Samuel se encontrou com quatro das oito confederações legalmente estabelecidas no Brasil àquela altura: Comunicações, Ferroviários, Comércio e Bancários.
O vice-presidente Mondale desembarcou no Brasil para encontros com o vice Aureliano Chaves e o presidente brasileiro em 22 de março, dia anterior à decisão de Figueiredo de intervir em três sindicatos de metalúrgicos do ABC, destituindo Lula da presidência da entidade de São Bernardo do Campo. Os eventos que se seguiram — com a repressão da tropa de choque ao movimento e o engajamento da Igreja e do MDB em defesa da pauta e dos direitos dos sindicalistas — levaram o embaixador dos EUA, Robert Sayre, a advertir o Departamento de Estado:
“O alinhamento não partidário do sindicato de São Bernardo estabelecido por Lula está se esvaindo à medida em que a greve se torna mais politizada, com ativa intervenção de deputados estaduais e federais do MDB e da Igreja. Os bispos de São Bernardo e São Caetano vêm agindo ativamente em apoio à greve e igrejas estão servindo de locais de reunião no lugar das sedes dos sindicatos sob intervenção. Empresas, sindicatos e governo estão todos diante da probabilidade de que qualquer sucessor na direção dos sindicatos pode ser mais militante e ideologicamente orientado do que os depostos”.
A situação acendeu a luz amarela no Departamento de Estado e no Conselho de Segurança Nacional. Um desdobramento indesejável da coincidência de datas entre a intervenção nos sindicatos e a visita de Mondale era a percepção do público no Brasil — em particular da oposição, que os EUA, àquela altura, tentava cultivar — de que o vice-presidente discutira a medida com Figueiredo e a havia avalizado. Memorando conjunto do subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos, Viron Vaky, e de sua contraparte no Conselho, Robert Pastor, sugere que os EUA, se questionado publicamente, negasse que Mondale tivesse tratado do tema, por intermédio da embaixada e de consulados.
Alerta para Figueiredo
Nos bastidores, a decisão foi fazer chegar ao governo do Brasil a inquietação americana. O embaixador Sayre foi instruído a escolher um interlocutor de alto nível em Brasília para “deixar claro como a ação de Figueiredo será vista internacionalmente”, segundo memorando do Conselho de Segurança Nacional assinado por Vaky e Pastor e endereçado a Mondale, cujo objetivo era dar o tom das conversas de Sayre:
“Direitos trabalhistas são, claro, um importante elementos dos direitos humanos, e o discurso de posse enfático feito por Figueiredo inclui, portanto, esta preocupação. A decisão de intervir no sindicato dos metalúrgicos pode ser vista internacionalmente como um afastamento deste compromisso e, portanto, seria uma fonte de preocupação para todos os países que observam os passos positivos do Brasil em direção à liberalização”.


JORNAL EXTRA

‘Foi um momento traumático’, diz ex-deputado de SE sobre Golpe de 64


José Carlos Teixeira conta como foi a sessão que oficializou o golpe militar.
‘Eu falei que o golpe não era o caminho para uma democracia’, diz.

Marina Fontenele Do G1 SE

Ex-deputado sergipano lembra dos momentos da ditadura e do Golpe Militar  (Foto: Marina Fontenele/G1)Ex-deputado sergipano lembra dos momentos da ditadura e do Golpe Militar (Foto: Marina Fontenele/G1)
José Carlos Teixeira, 77 anos, foi deputado federal de Sergipe por quatro vezes consecutivas e acompanhou de perto toda a agonia do período da ditadura no país. Nesta segunda-feira (31) ele relembrou o golpe militar há exatos 50 anos  e contou como foi a sessão do dia 2 de abril de 1964 no Congresso Nacional, quando foi declarada aberta a vacância da presidência da república, vaga até então ocupada por João Goulart, o Jango, que ainda estava em território brasileiro. A sessão extraordinária foi convocada às pressas ainda durante a madrugada e marcou a história do Brasil ao oficializar golpe político. Teixeira também já foi prefeito de Aracaju e vice-governador do estado.
“Foi um momento traumático e difícil e eu estava ali para defender a democracia. A sessão iniciou, os microfones foram abertos e nós difundimos as nossas ideias. Eu falei que o golpe não era o caminho para uma democracia e que eles estavam cometendo um absurdo, um erro injustificável. Estávamos todos perplexos, sem rumo, sem saber como iria ser dali para frente”, lembra José Carlos.
(ESPECIAL "50 ANOS DO GOLPE MILITAR": a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, desencadeou uma série de fatos que culminaram em um golpe de estado em 31 de março de 1964. O sucessor, João Goulart, foi deposto pelos militares com apoio de setores da sociedade, que temiam que ele desse um golpe de esquerda, coisa que seus partidários negam até hoje. O ambiente político se radicalizou, porque Jango prometia fazer as chamadas reformas de base na "lei ou na marra", com ajuda de sindicatos e de membros das Forças Armadas. Os militares prometiam entregar logo o poder aos civis, mas o país viveu uma ditadura que durou 21 anos, terminando em 1985. Saiba mais)
"Minha presença na vida pública é para cuidar do desenvolvimento do estado", diz Teixeira (Foto: Marina Fontenele/G1)"Minha presença na vida pública é para cuidar do desenvolvimento do estado", diz Teixeira
(Foto: Marina Fontenele/G1)
Dias antes dessa sessão emblemática os parlamentares já se preocupavam e discutiam sobre os rumos que o Brasil. “O voto ali era mais de contestação ao absurdo que estavam praticando. A gente tem pensamento firme e decidido para expor as nossas ideias que representam a opinião pública. Evidentemente que tinha uma turma do ‘deixa para lá para ver como é que fica’ e ‘do não vamos dar murro em ponta de faca’, mas eu continuei firme contra toda e qualquer influência externa de parlamentares que não tinham compromisso com a verdade naquela hora difícil. Eu disse a eles para não perdessem tempo comigo tentando me corromper”, afirma Teixeira.
Não hesitei em nenhum instante porque não faço concessões a atos que não sejam pró-democracia"
José Carlos Teixeira
O parlamentar sergipano prestou solidariedade ao então presidente do Brasil. “Pedi ao deputado Pedro Simão que me representasse junto a João Goulart dando ele a minha solidariedade e que ele não tivesse dúvida que meu voto seria contra o golpe militar, mas que lamentavelmente não pudemos evitar porque foi tudo muito rápido”.
A repressão a várias categorias e a violência consequência dela não foram suficientes para intimidar José Carlos. “Nós já esperávamos algum ato de violência contra detentores do mandato na oposição, mas fomos cumprir com o nosso dever, mas em nenhum momento tive medo. Não hesitei em nenhum instante porque não faço concessões a atos que não sejam pró-democracia. Minha presença na vida pública é para cuidar do desenvolvimento de Sergipe e não para atender a chamados para interesses pessoais”, finaliza.

Ex-padre de Sorocaba lembra prisão e morte de sobrinho durante ditadura


Aldo Vannucchi foi preso em 5 de abril, de batina e com a Bíblia na mão.
Perseguição e vigilância colaboraram para que ele deixasse de ser padre.

Roberta Steganha Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Aldo Vannucchi, preso pela ditadura militar, mostra documento feito pela igreja para libertá-lo (Foto: Roberta Steganha/ G1)Ex-padre preso pela ditadura militar mostra documento feito pela igreja para ajudar em sua libertação
(Foto: Roberta Steganha/ G1)
A Ditadura Militar se instalou no Brasil no dia 31 de março de 1964, após a deposição do presidente João Goulart. Foram 21 "anos de chumbo" até o momento da redemocratização do país, período que nunca vai ser esquecido pelo ex-padre de Sorocaba (SP) Aldo Vannucchi. Quatro dias após o golpe, ele foi preso, passou uma noite na cadeia e dez dias em regime de prisão domiciliar no Seminário Arquidiocesano. A partir daí, tudo que Vannucchi fazia era relatado, documentado e enviado à polícia de São Paulo.
Além de padre, Vannucchi era professor e diretor de uma faculdade da cidade, escrevia para um jornal e fazia programa diário em uma rádio. “Minha atuação não era ligada a um partido político. Era minha vocação de educador e de padre. Eu tinha a missão de mostrar a justiça como fruto da paz”, explica. Para levar essa mensagem, Vannucchi fazia reuniões com pequenos grupos de operários e universitários. “Com os universitários, eu criei a frente dos três Is, ‘os indóceis, os inconformados e os insubmissos’. Reuníamos-nos para estudar o personalismo, que prega o valor de toda e qualquer pessoa. A gente atuava para mexer com a cidade e tentar melhorar a situação.”
“Corria um boato na cidade que se os comunistas sentissem que a situação para eles ficou insustentável, eles explodiriam a represa de Itupararanga, construída pela Light. Se isso acontecesse, Sorocaba ficaria debaixo d’água. As pessoas ficavam com medo."
Aldo Vannucchi
Já com os operários, a estratégia era diferente. "Era o ver, julgar e agir. Sempre perguntava da vida deles, procurava ver a realidade. Eles me contavam o que acontecia dentro das empresas. Eram desabafos de opressão e exploração que eles passavam e a gente tirava uma conclusão do que deveria ser feito na semana ou mês para resolver”, conta.
Segundo Vannucchi, um dos momentos onde seu trabalho era mais visado pelas autoridades militares era no feriado de 1º de Maio, pois a data era vista como dia de comunistas. O comunismo era temido no Brasil nessa época e em Sorocaba a situação não era diferente. “Corria um boato na cidade que se os comunistas sentissem que a situação para eles ficou insustentável, eles explodiriam a represa de Itupararanga, construída pela Light. Se isso acontecesse, Sorocaba ficaria debaixo d’água. As pessoas ficavam com medo”, relembra o ex-padre.
Prisão
Aldo Vannucchi relembra noite que passou na cadeia com outras personalidades sorocabanas (Foto: Roberta Steganha/ G1)Aldo Vannucchi relembra noite que passou na
cadeia com outras personalidades sorocabanas.
(Foto: Roberta Steganha/ G1)
No dia 1º de abril a população sorocabana se a surpreendeu com a notícia. “A vida continuava, mas aos poucos foram aparecendo os traços concretos do que é uma ditadura, como a censura, a proibição de quase tudo e a presença militar forte no cotidiano”, explica o ex-padre.
De acordo com o professor de filosofia Daniel Lopes, o Golpe Militar foi sentido na cidade na mesma intensidade que nas capitais. "Aqui tivemos um jornal que durou só seis meses, o 'Sorocaba Urgente'. Ele foi duramente censurado e os jornalistas, perseguidos. Peças teatrais também foram modificadas pela censura e havia até uma 'lista negra' de pessoas que não deveriam ser contratadas, que era enviada aos empregadores da cidade. Dessa forma, eles achavam que barrariam o avanço do comunismo", explica Lopes.
Para o ex-padre, a força da ditadura instaurada foi sentida cinco dias após o golpe.  No dia 5 de abril de 1964, após celebrar uma missa na Vila Assis, na Zona Leste da cidade, ele recebeu um ‘convite’ para ir até a delegacia. “Eu falei nessa missa contra o golpe e contra a ditadura que estava se instalando. Voltei para casa, morava com a minha mãe. Depois do jantar, vieram dois policiais dizendo que o delegado queria conversar comigo. Eles queriam que eu fosse de carro com eles. Eu fui com o fusquinha. Peguei a bíblia, ainda estava de batina e fui até lá assim mesmo”, recorda.
Ao chegar à delegacia, o que o ex-padre mais queria saber era o motivo de estar lá e se surpreendeu com a resposta. “O delegado disse que tinha que me prender porque meu nome estava nas atas do Partido Comunista Brasileiro (PC do B) de Sorocaba.” Junto com Vannucchi, foram presos naquela noite o vice-prefeito da cidade Agrário Gilson Antunes Teixeira e o vereador Antônio Santa’Anna Marcondes Guimarães.
O delegado mandou o ex-padre escolher se queria ficar na cadeia pública ou no quartel da polícia. Ele escolheu ficar na cadeia, então, passou a noite na mesma cela que as outras duas personalidades políticas da cidade. " Foi uma noite muito agradável na cadeia, apesar do susto no começo da noite. Ficamos conversando. Falamos de religião e também do mundo político”, conta.
Foi uma noite muito agradável na cadeia, apesar do susto no começo da noite. Ficamos conversando. Falamos de religião e também do mundo político.”
Aldo Vannucchi
No dia seguinte, por volta das 8h, com a ajuda da igreja, Vannucchi foi solto. No entanto, ele passou mais dez dias em prisão domiciliar no Seminário Arquidiocesano. “Não posso nem dizer que essa noite na cadeia foi de sofrimento porque só me engrandeceu e a ditadura só mostrou o seu ridículo”, destaca o ex-padre.
Sobrinho morto
Em 1973, mais uma vez a ditadura militar se faz presente na vida de Vannucchi, agora com a morte de seu sobrinho Alexandre Vannucchi Leme, aos 22 anos de idade. O jovem estudante de geologia da Universidade de São Paulo (USP), que integrava a Ação Libertadora Nacional (ALN), foi preso, torturado e morto pelo regime. “Ele era o filho que eu ainda não tinha. Ele se formaria naquele mesmo ano. Ele foi morto em 17 de março de 1973. Mas a gente só ficou sabendo no dia 23, por um telefonema anônimo. Ele ficou preso no DOI-Codi, centro do Exército que funcionava em São Paulo. Os jornais contaram que ele foi atropelado por caminhão quando fugia da polícia, na realidade ele foi preso e torturado”, afirma.
Alexandre Vannucchi Leme, estudante sorocabano morto pela ditadura militar em 1973 (Foto: Acervo pessoal/Aldo Vannucchi)Alexandre Vannucchi Leme, estudante
sorocabano morto pela ditadura militar em
1973 (Foto: Acervo pessoal/Aldo Vannucchi)
Segundo Vannucchi, foram dez anos de sofrimento pelo luto em suspenso e pelas constantes buscas a hospitais, prisões militares e cemitérios para descobrir onde estava o corpo de Alexandre. “Depois de dez anos a gente conseguiu saber que o Alexandre tinha sido enterrado no cemitério Perus, numa vala comum comum e a gente conseguiu identificar porque um cunhado meu é dentista e o Alexandre tinha terminado um tratamento dentário. O meu sobrinho guardou o molde. Com isso, identificamos a arcada dentária dele.”
Depois de dez anos a gente conseguiu saber que o Alexandre tinha sido enterrado no cemitério Perus em vala comum."
Aldo Vannucchi
Ex-padre
Vannucchi conta que ficou abalado com a morte do sobrinho e começou a sentir uma pressão para se posicionar menos politicamente por parte da igreja. “Falavam 'Aldo, acalme-se, não fale mais, você vai ser o próximo'. Essa conversa, às vezes, era ameaçadora”, relembra.
Aldo Vannucchi, tio de Alexandre Vannucchi Leme, estudante sorocabano morto pela ditadura militar em 1973 (Foto: Fernando Cesarotti/G1)Depois da morte do sobrinho, Igreja queria que
padre se posicionasse menos (Foto: Fernando
Cesarotti/G1)
Depois disso, o ex-padre resolveu ir para Genebra, na Suíça e ficou na casa de ex-alunos até arrumar emprego. “Consegui um emprego no Conselho Mundial de Igrejas, onde trabalhava com o Paulo Freire. Trabalhei com a colônia espanhola de lá. Rezava missas para a colônia no subsolo de uma igreja. Minha última missa foi em 1974, no Dia das Mães”, conta.
Essa foi a última missa, porque antes de ir à Europa, Vannucchi estava passando uma crise, segundo ele, política, eclesial e existencial. “De um lado sentia apoio da igreja, de outro lado não. A outra crise era sobre meu celibato, seriamente mantido por 20 anos, e ficava indignado com o que via dentro da igreja, ou seja, colegas que tinham vida conjugal ou quase. Me lembro de um colega padre que dizia ‘casar está proibido, mas namorar não está’. Então, antes de eu viajar decidi que estava na hora de me casar. Me declarei para uma ex-aluna minha, já formada na época”, conta.
Me seguiam, me perseguiam. Chegaram ao ponto ridículo de nas 108 folhas que há contra mim no arquivo da polícia escrever até sobre quando eu ia em uma pizzaria. Então, era uma questão de sobrevida."
Aldo Vannucchi
Da Europa, Vannucchi continou conversando com a sua futura esposa através de cartas, usando um pseudônimo. No mesmo ano, ele pediu dispensa ao Vaticano. No entanto a liberação só chegou no final de abril de 1974.  Por isso, a última missa como padre foi realizada no domingo do Dia das Mães e o  casamento ocorreu em Genebra, no mês de julho do mesmo ano. “São quase 40 anos de vida juntos e temos dois filhos”, declara.
Além do amor pela ex-aluna, Vannucchi afirma também que a ditadura militar colaborou na sua decisão em deixar de ser padre. “Me seguiam, me perseguiam. Chegaram ao ponto ridículo de nas 108 folhas que há contra mim no arquivo da polícia em São Paulo escrever até sobre quando eu ia a uma pizzaria. Então, era uma questão de sobrevida”, diz.
Outros casos na cidade
Além de Alexandre, a vida de outros sorocabanos também foi marcada pelos "anos de chumbo". "Aqui foram três desaparecidos contando o Alexandre. Foi ele, o Gerardo Magela e o Marcos Antônio Dias Batista, o mais jovem deles", afirma Lopes.
Marcos Antônio Dias Batista tinha apenas 15 anos na época do desaparecimento. Por isso, é o mais novo dos 362 nomes que integram a lista oficial da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos.
Outro caso mal explicado até hoje é o do estudante Gerardo Magela, quinto anista da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba. Segundo a versão oficial divulgada pelos militares, o jovem de 22 anos teria cometido suicídio ao se atirar do Viaduto do Chá, em São Paulo. Por isso, seu nome não consta na relação oficial de mortos e desaparecidos políticos do Brasil.
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Aldo Vannucchi, tio de Alexandre Vannucchi Leme, estudante sorocabano morto pela ditadura militar em 1973 (Foto: Fernando Cesarotti/G1)Aldo Vannucchi afirma que ditadura colaborou para deixar de ser padre. (Foto: Fernando Cesarotti/G1)

Aécio fala a coisa certa: tanto faz se o candidato do PT será Dilma ou Lula


Já que estamos em tempos de recuperar os idos da ditadura militar, vou lembrar aqui de uma frase do general João Baptista Figueiredo, o último presidente daquele ciclo, inaugurado em 1964: “Olhem que eu chamo o Pires”. O “Pires” era uma referência a Walter Pires, ministro do Exército. Mostrou-se um soldado disciplinado, ali nos estertores da ditadura, mas era de pouca prosa. Até surgiu na época uma safra de generais que gostavam de sorrir, de fazer acenos aos críticos e tal. Não era o caso do enigmático “Pires”. E quando é que Figueiredo fazia aquilo? Sempre que julgava que a oposição ou o Congresso exageravam e tentavam ir além do que ele considerava seguro no tal processo de “abertura”. “Chamar o Pires”, ainda que dito num tom de pilhéria agressiva, significava o óbvio: dar um novo golpe e acabar com a brincadeira. E por que não chamou? Acho que é porque percebeu que não era mais possível. Adiante.
Mutatis mutandis, Lula é o “Pires” do PT. Nos bastidores, lideranças do partido vivem ameaçando, a cada vez que se evidenciam sinais de fragilidade da candidatura de Dilma Rousseff à reeleição: “Olhem que nós chamamos o Lula”. É o sonho dourado de um monte de petista e, se querem saber, de muitos empresários também. Ninguém é tão dócil com alguns tubarões da economia como Lula. Ele tem um lado, assim, melancia às avessas: vermelho por fora e verdinho por dentro. Ou, se quiserem uma metáfora mais tátil, ele se parece bastante com jaca: por fora, tem uma casca áspera, hostil, mas, por dentro, é bastante mole e melequento, gelatinoso mesmo.
O “vamos chamar o Lula” voltou a ser repetido com muita frequência nos bastidores do partido na semana passada, quando veio a público a pesquisa Ibope indicando uma queda importante na popularidade de Dilma. A questão existe não é de hoje. Não custa lembrar que, ainda em 2011, no primeiro ano do governo Dilma, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e espião do Apedeuta no Palácio, falolu em Lua como “o nosso Pelé”, sugerindo que o PT tem no banco o melhor jogador. Ou por outra: se Dilma for um risco, chame-se o Pelé barbudo.
Nesta segunda, o tucano Aécio Neves referiu-se a possibilidade da volta de Lula à disputa em palestra concedida a empresários ligados ao LIDE, grupo que reúne empreendedores de São Paulo. Afirmou: “Ouço sempre que pode haver mudança da candidatura do governo. Para mim, não importa se será Lula ou Dilma. O que eu quero é derrotar o modelo que aí está”.
O pré-candidato tucano faz muito bem em tocar no assunto, pondo às claras essa história de que Lula chega e toma a Presidência como e quando quiser. Se acontecer, terá de ser com o voto do eleitorado. Ele disputar ou não é um problema dos petistas e de Dilma, não das oposições. Esse negócio do “olhem que nós chamamos o Lula” é só mais uma tentativa de intimidar a oposição.
Por Reinaldo Azevedo

Exposições em São Paulo relembram os 50 anos do Golpe Militar


Pontos que se tornaram símbolos da ditadura promovem mostras.
Golpe aconteceu no dia 31 de março de 1964.

Do G1 São Paulo

Para marcar os 50 anos do Golpe Militar, locais que se tornaram símbolos da ditadura promovem eventos para relembrar o período. O aniversário do golpe, ocorrido em 1964, é o momento para lembrar o que aconteceu e aprender com o passado. "Eventos trágicos da história republicana brasileira não podem jamais ser esquecidos", afirma o procurador-chefe da Procuradoria Regional da República, Pedro Barbosa Pereira Neto.
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi um dos locais de resistância ao regime. "Eu acho que é preciso lembrar porque esse é um direito das novas gerações. Acho que é preciso que as novas gerações tenham conhecimento do que se passou naqueles anos de ditadura do nosso país", afirma a professora da PUC, Heloísa Cruz.
No Tucarena, que pertence à universidade, fotografias e histórias de cinco estudantes que desapareceram na ditadura estão expostas.
O Centro Universitário Maria Antônia também faz parte da história da ditadura militar. Em 1968 houve um confronto entre estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e do Mackenzie. "Aqui funcionava a faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas, até 68, quando aconteceu a batalha da Maria Antônia, famosa, onde estudantes do Mackenzie e da USP, por questões de polarização da época, se enfrentaram. E nesse prédio aqui aconteceu que ele foi todo destruído durante esse embate", exlica Cauê Teles do Nascimento. Até o dia 13 de abril o centro universitário exibirá filmes sobre o golpe de 64.
Dois painéis pintados por grafiteiros serão inaugurados nesta segunda-feira 31) no prédio do Ministério Público Federal. "É uma coisa que a gente não pode esquecer. Aconteceu aquilo para não acontecer de novo", avalia o grafiteiro Gejo.
Serviço
Mostra de cinema 50 Anos do Golpe: O Regime Militar no Cienama Brasileiro
26 de março a 13 de abril
sextas, sábados e domingos, horários variados
Rua Maria Antônia, 258 e 294
Informações http://mariantonia.prceu.usp.br/

Exposição de grafite na PRR-3
31 de março a dezembro
Av. Brigadeiro Luis Antônio, 2.020
Informações http://www.prr3.mpf.mp.br/
Exposição Direto à Memória e à Verdade - A Ditadura no Brasil de 1964-1985
1 a 30 de abril, das 9h às 18h
Memorial da América Latina - Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664
Informações http://www.memorial.org.br/

Restaurante de SC cria a 'caixinha do ladrão' em protesto contra assaltos


Últimos roubos ocorreram no local nas noites de sexta (28) e sábado (29).
PM diz que faz rondas com viaturas e motos, além de ter efetivo específico.

Do G1 SC

Funcionários protestaram com a 'caixinha do ladrão' contra os constantes assaltos no estabelecimento (Foto: Ana Círico/Divulgação)Funcionários protestaram com a 'caixinha do ladrão' contra os constantes assaltos no estabelecimento (Foto: Ana Círico/Divulgação)
Após alguns assaltos, funcionários de um restaurante em Balneário Camboriú decidiram trocar a chamada 'caixinha de gorjetas dos garçons' pela 'caixinha do ladrão'. Segundo eles, foi uma forma de protesto pelas ocorrências no local. O estabelecimento fica na Praia de Laranjeiras, conhecida na região pelas atrações turísticas.
Os últimos roubos ocorreram no restaurante nas noites de sexta-feira (28) e sábado (29). Além do dinheiro, os ladrões levaram produtos, principalmente bebidas servidas no local. O dono do estabelecimento afirmou que outros restaurantes também foram assaltados nas semanas anteriores.
A Polícia Militar informou que faz rondas com viaturas e motos, sobretudo por ser uma área denominada interpraias. Ainda conforme a polícia, há um efetivo específico para fazer o policiamento na localidade.

Venda de carne bovina gera lucro aos índios da Raposa Serra do Sol, em RR


Carne tem sido comercializada em comércios de Boa Vista e do interior.
CIR calcula que atualmente há 37 mil cabeças de gado na Raposa.

Emmily Melo Do G1 RR

Criação de gado na Raposa Serra do Sol abrange os três municípios: Pacaraima, Normandia e Uiramutã. (Foto: Victor Mattioni)Indígenas planejam criar cooperativas para
extinguir  a venda por meio de atravessadores e
aumentar o lucro
(Foto: Enoque Raposo/Arquivo Pessoal)
Após cinco anos da retirada dos arrozeiros da reserva indígena Raposa Serra do Sol, situada ao Nordeste de Roraima, os indígenas retomaram a venda de carne bovina na região, que atualmente se tornou uma das principais fontes de renda das comunidades que integram a reserva, conforme informou o líder indígena e secretário executivo da região das Serras, Júlio Macuxi. Apenas neste ano a carne passou a ser comercializada em açougues de Boa Vista e do interior do estado, saindo da Raposa direto para o mercado.
"Há mais de 30 anos existe a criação de gado na Raposa Serra do Sol. Porém, somente após a demarcação pudemos investir na pecuária e retomar a venda da carne bovina, que apenas neste ano chegou a vários municípios do estado, e com qualidade", declarou Macuxi, acrescentando que a criação de gado na Raposa ocorre desde 1980, mas que registrou um crescimento de 4,5% após a demarcação da reserva.
O líder indígena explicou que a venda da carne bovina nas comunidades ocorre de duas formas: em grande quantidade é feita por meio de atravessadores e em pequena quantidade ocorre de forma direta. Como as comunidades ainda não possuem cadastro junto ao Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafirr), em grande escala o gado é vendido para fazendeiros que repassam aos açougues. Quando é em menor quantidade, a venda é feita pelos próprios indígenas aos comércios do interior do estado.
Na Raposa, o preço da carne do boi vivo varia de R$ 2,70 a R$ 3 o quilo. O lucro é todo destinado às comunidades. Macuxi destaca que apesar da conquista em comercializar a carne do gado criado pelos próprios indígenas na reserva, os indígenas estão planejando criar cooperativas para extinguir a venda por meio de atravessadores e, com isso, garantir um lucro maior.
"Na região das Serras estamos montando uma cooperativa. Assim vamos poder ter um cadastro junto ao Mafirr e a Vigilância Sanitária e vender diretamente para o comércio sem precisar passar por meio de atravessadores. Garantindo um lucro maior, pois poderemos repassar a carne para o mercado ao preço do quilo que tem sido vendido pelos fazendeiros, que dependendo da carne, após o abatimento do boi, pode chegar até R$ 10", comentou.
A criação de gado da Raposa Serra do Sol é mantida pelos próprios indígenas, com o auxílio da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Vigilância Sanitária e Fundação Nacional do Índio (Funai). Atualmente, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) calcula que há 37 mil cabeças de gado na Raposa, dessas, 25 mil estão na região das Serras. 

41% dos funcionários do matadouro de RR são fantasmas, diz Sindicato


Servidores teriam cargos comissionados e receberiam pela Codesaima.
Companhia não vai comentar as afirmações feitas pelo Sindicato.

Valéria Oliveira Do G1 RR

O Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIU-RR) denunciou, nesta segunda-feira (31), que 81, dos 196 funcionários do Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafir), seriam fastamas, o que representaria 41% do total dos servidores lotados. Essas pessoas, conforme relatos, ocupam cargos comissionados e são mantidos pela Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima).
"Essas pessoas vão lá, batem o ponto, e vão embora. Todos têm apadrinhados políticos. Não somos contra a Codesaima contratar pessoas para trabalhar no Mafir, o que não admitimos é que pessoas recebam sem trabalhar", enfatizou João do Povo, representante do Sindicato, acrescentando ainda que o governo tem ciência da folha de pagamento 'fantasma'.
Além disso, o Sindicato alega que faltam condições de trabalho para os funcionários do Mafir. Conforme João do Povo, dentro do matadouro, há pessoas que trabalham na mesma função e recebem remunerações diferentes. Outra reclamação é com relação a falta de pagamento do tíquete alimentação, serviço médico e plano de cargos e salários para todas as categorias.
"Diante disso, é provável que haja uma greve por melhores condições. Estamos aguardando até a sexta-feira (4) uma proposta da Codesaima sobre o que o pode ser mudado", explicou. Funcionários relatam ainda problemas na estrutura do matadouro, que segundo eles, há equipamentos com mais de 30 anos em funcionamento.
"Trabalhamos com estrutura velha, totalmente defasado. O que nos coloca em risco", disse um servidor do Mafir, que por medo de represália, pediu anonimato. Mantido pelo governo do estado, sob administração da Codesaima, o Mafir é responsável pelo abate de bovinos que abastecem a capital e outros estados, como o Amazonas.
Codesaima
Por meio de nota, a Codesaima informou que não irá comentar as afirmações do Sindicato dos Urbanitários sobre funcionários fantasmas no Mafir. Ainda segundo a assessoria, o presidente da empresa, Athur Machado Filho, disse que está debatendo com servidores e sindicado a conclusão do acordo coletivo que deverá ser apresentado no dia 1 ⁰ de maio.
Sobre as propostas do Sindicato, a nota informou que estão sendo analisadas pela assessoria jurídica da Codesaima.

Semana azul realiza ações de conscientização sobre o autismo


Dia Mundial de Conscientização do Autismo é comemorado dia 2 de abril.
Caminhadas, palestras e mesas redondas abordam tema

Do G1 PA

A Semana de Conscientização do Autismo, realiza palestras, caminhadas e mesas redondas, em Belém e Ananindeua, a partir da próxima terça-feira (1º). A realização da Coordenação de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) é em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado na próxima quarta-feira (2).
A abertura oficial da semana azul será na próxima terça-feira (1º), às 9h, no teatro Gasômetro. Após a abertura, uma mesa redonda discute o tema “Políticas para inclusão e cidadania da pessoa com transtorno do espectro autista”.

Na quarta-feira (2), a Caminhada pelo Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo será realizada em Belém e em Ananindeua com saída da Igreja de Santa Rita de Cássia até a Praça da Bíblia. A programação do dia encerra com uma Sessão Especial pelos Direitos das Pessoas com Autismo, às 14h, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).

Nos dias 03, 04 e 05 de abril, a programação acontece no auditório da Universidades da Amazônia (Unama), no campus BR, com palestras sobre “Aspectos da saúde do portador de autismo”, “Sinais e sintomas x diagnóstico”, “Genética no autismo”, “Comorbidades neurológicas e transtornos do sono no autismo”, “Os direitos da pessoa com autismo”, “Abordagens terapêuticas e pedagógicas para o transtorno do espectro do autismo”, “Transtornos da comunicação no autismo”, “Transtorno da integração sensorial no autismo”, “Estratégias para o ensino da pessoa com autismo”, “Atendimento do autista no município de Ananindeua”, “O papel das associações de apoio ao autismo”, “Cuidando do cuidador do autista” e relato de pais e portadores de autismo. A semana azul encerrará com o show do Jobson Maia, cantor e compositor autista.

Exército Brasileiro terá base provisória em Una-Ba


O empenho tem sido da prefeita de Una, Diane Rusciolelli que em audiência com o Comandante do Exército, firmaram a parceria. O município por sua vez estará dando a estrutura necessária para o alojamento que será no antigo Ginásio de Esportes. O espaço está sendo adequado às exigências da tropa. Estão sendo feitos os serviços de reboco, serviços elétricos e hidráulicos. No local estão sendo colocados novos sanitários, refletores e espaço para o banho. Toda a estrutura será restaurada. Há alguns dias o Exército tem feito um trabalho intenso de fiscalização e blitz por toda a cidade e distritos, contribuindo assim com a segurança dos moradores de Una. O exército ficará na cidade durante um bom tempo. A Prefeita Diane Rusciolelli vistoriou o local e viu que a equipe de obras está trabalhando a todo o vapor. Na oportunidade a executiva visitou também o andamento de conclusão da obra do terminal rodoviário e ficou encantada com a estrutura do espaço. O terminal contará com guichês, box, banheiros amplos e com acessibilidade, catracas, recepção e saguão de espera. O representante da empresa executora da obra disse que faltam poucas reparações para entregar a obra ao município. O Secretário de Obras Zé Mauro que também esteve no local informou que existe uma demanda muito grande dos serviços de manutenção periódica como: iluminação pública, limpeza e operação tapa buracos. Disse ainda que a equipe da secretaria está toda empenhada em adiantar o serviço para o alojamento do exército e que logo após a conclusão da reforma do Ginásio a equipe estará de volta às atividades rotineiras de manutenção em todo o município. (Una na Mídia)

Relíquia de arcebispo emérito de Maringá, Corcel 1975 é furtado


Carro estava estacionado na casa episcopal e ainda não foi encontrado.
Arquidiocese considera o veículo uma peça histórica do município.

Do G1 PR, em Maringá

Corcel era reconhecidamente estimado pelo arcebispo morto em agosto de 2013 (Foto: Arquidiocese de Maringá/Divulgação)Corcel era reconhecidamente estimado por Dom Jaime. (Foto: Arquidiocese de Maringá/Divulgação)
O Corcel 1975 de Dom Jaime Luiz Coelho, arcebispo emérito de Maringá, no norte do Paraná, foi furtado no domingo (30), de acordo com a Arquidiocese do município. O carro era reconhecidamente estimado pelo religioso, morto em agosto de 2013, aos 97 anos, por insuficiência renal.
Segundo a Arquidiocese, o Corcel estava estacionado na garagem da casa episcopal, que fica na Praça Pio XII, Zona 5. Além do veículo, os criminosos também levaram outros objetos do local em que o arcebispo morava.
“O Corcel de Dom Jaime é uma peça histórica para a nossa cidade e região. É uma verdadeira relíquia. É lastimável o que ocorreu”, lamentou o gerente de patrimônio da Cúria Metropolitana, Jorge Luiz D’Pieri, em nota.
Até as 15h deste segunda-feira (31), a Polícia Civil afirmou não ter encontrado o carro e nem identificados os ladrões. Não há estimativa do prejuízo causado pelo roubo.

Campanha de Campos terá comando em São Paulo e apoio em Brasília


Governador de Pernambuco confirmou que deixa cargo na sexta-feira (4).
Primeiro compromisso da pré-campanha do PSB será no dia 14 de abril.

Do G1 PE

Eduardo Campos deixa governo do estado na próxima sexta (Foto: Katherine Coutinho/G1)Eduardo Campos deixa governo do estado na
próxima sexta (4) (Foto: Katherine Coutinho/G1)
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, informou nesta segunda-feira (31) que o comando de sua campanha à Presidência neste ano, pelo PSB, será comandada a partir de São Paulo, com um ponto de apoio em Brasília. Em entrevista à imprensa após visitar o túmulo de Dom Hélder Câmara, na Igreja da Sé, em Olinda, ele confirmou que deixa o governo estadual na próxima sexta (4) e que ficará menos tempo no estado para iniciar uma série de viagens pelo país.
"Nós vamos estar sempre aqui, porque é onde eu moro, onde está minha família, mas vou estar andando pelo país e vamos ter um ponto de apoio em Brasília, que é a sede do partido, e a campanha terá o comando em São Paulo. Então, é natural que eu passe mais tempo entre São Paulo e algum tempo em Brasília", afirmou.
O primeiro primeiro compromisso oficial como pré-candidato, disse, ocorre no dia 14 de abril. "Vamos ter a primeira reunião da agenda e, dali em diante, vamos ter muitas atividades, relacionadas ao debate do programa, visitas a muitos estados, cidades, diálogos com setores da sociedade", detalhou.
A expectativa é que no dia 14 a ex-senadora Marina Silva seja confirmada como pré-candidata a vice-presidente na chapa do PSB. Questionado sobre o assunto, Campos evitou antecipar a informação e preferiu responder com bom humor. "Nesse caso, tem que esperar mesmo. Se eu disser agora [o que vai acontecer], não vai ser no dia 14, vai ser no dia 31".
Campos disse que após passar o governo para o vice, na próxima sexta (4),vai passar uma semana com a família antes de começar a viajar.
Estados
Em entrevista à imprensa, o presidente do PSB também falou sobre as disputas estaduais do partido. Em Pernambuco, a chapa estadual do partido já está com pré-candidatos definidos - o atual secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), deve concorrer ao governo tendo Raul Henry (PMDB) como vice e Fernando Bezerra Coelho (PSB) como candidato ao Senado -, mas em alguns outros estados a posição do PSB segue indefinida.
Campos afirmou que cúpula nacional do partido não deve intervir nos diretórios regionais, por enquanto. "Não é nossa tarefa estar definindo palanque nos estados, essa é uma tarefa da direção dos estados. Se vem dando certo, se vem resolvendo por eles mesmos, vamos deixar, temos até junho. Não temos grande estresse em lugar nenhum, está tudo tranquilo", afirmou.

Comissão da Verdade lembra vítimas da ditadura militar em Pernambuco


Foram visitados túmulos de Miguel Arraes, Dom Hélder e Padre Henrique
Família de Miguel Arraes recebeu dossiê com documentos sobre político.

Katherine Coutinho Do G1 PE

Flores são colocadas no túmulo do ex-governador Miguel Arraes. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Flores são colocadas no túmulo do ex-governador Miguel Arraes. (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Personalidades que se engajaram na luta pela democracia em Pernambuco durante o período da ditadura militar foram lembradas, nesta segunda-feira (31), em ato promovido pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara. Foram visitados os túmulos do ex-governador Miguel Arraes, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife, e de Dom Hélder Câmara e Padre Henrique, na Igreja da Sé, em Olinda.
Durante a visita ao túmulo de Arraes, a família recebeu um dossiê da Comissão da Verdade, com documentos garimpados nos arquivos públicos do estado e também nacional sobre o ex-governador. São fichas policiais e documentos de inquéritos, que acompanharam a vida do político desde os anos de 1950 em investigações internas.
(ESPECIAL "50 ANOS DO GOLPE MILITAR": a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, desencadeou uma série de fatos que culminaram em um golpe de estado em 31 de março de 1964. O sucessor, João Goulart, foi deposto pelos militares com apoio de setores da sociedade, que temiam que ele desse um golpe de esquerda, coisa que seus partidários negam até hoje. O ambiente político se radicalizou, porque Jango prometia fazer as chamadas reformas de base na "lei ou na marra", com ajuda de sindicatos e de membros das Forças Armadas. Os militares prometiam entregar logo o poder aos civis, mas o país viveu uma ditadura que durou 21 anos, terminando em 1985. Saiba mais.)
O coordenador da comissão, Fernando Coelho, destaca que momentos como esse são essenciais para evitar que regimes ditatoriais se repitam no país. “Ao mesmo tempo que homenageamos pessoas que estiveram à frente e se destacaram na resistência democrática do povo brasileiro, demonstramos mais uma vez o nosso repúdio a um golpe que dissolveu a democracia nesse país e o manteve por mais de 20 anos sob o tacão de uma ditadura”, afirma o coordenador.
Túmulo de Dom Hélder e Padre Herinque também foram visitados (Foto: Katherine Coutinho/G1)Túmulo de Dom Hélder e Padre Henrique também foram
visitados (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Coelho lembra também que o trabalho das comissões, tanto em Pernambuco quanto em outros estados e também a Comissão Nacional, auxiliam nesse trabalho de memória. “Conseguimos furar a censura que durante toda a ditadura impedia que a sociedade soubesse dos fatos que ocorriam aqui no país. Nesse tempo de trabalho da comissão, conseguiu-se demonstrar que aquela verdade que era oficialmente divulgada pela ditadura não era verdadeira”, ressalta.
Foram colocadas flores nos três túmulos. Na Igreja da Sé, o vigário-geral, padre Lino Duarte, pediu a todos fizessem uma prece para completar o momento de homenagem. O vigário-geral lembrou da importância de Dom Hélder Câmara e padre Henrique na luta pela democracia, além da defesa dos pobres e indefesos.
“Eles tiveram uma atuação importante, que ajudou o país a voltar a normalidade, pelo menos à democracia. Dom Hélder lutou também pela Igreja mais aberta e sua opção de ficar realmente ao lado dos fracos e indefesos. Isso tudo causou turbulências e problemas sérios. Uma das consequências disso foi a morte de Padre Henrique. Acho que isso [hoje] é um ato de justiça a tudo que se fez”, define o padre.

Seminários e debates lembram 50 anos do Golpe Militar no Recife


Haverá uma vigília cívica na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Programação também na UFRPE e na Aeso.

Do G1 PE

Desta segunda-feira (31) até a sexta (4), atos na Região Metropolitana do Recife vão lembrar os 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Haverá uma vigília cívica na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) e seminários na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE),  no Recife, e um debate na faculdade Aeso-Barros Melo, em Olinda.
A renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, desencadeou uma série de fatos que culminaram em um golpe de estado em 31 de março de 1964. O sucessor, João Goulart, foi deposto pelos militares com apoio de setores da sociedade, que temiam que ele desse um golpe de esquerda, coisa que seus partidários negam até hoje. O Brasil viveu uma ditadura que durou 21 anos, terminando em 1985.
Alepe
A partir das 21h desta segunda, interessados podem participar da vigília cívica com o tema "Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça", no Salão Nobre do Museu Palácio Joaquim Nabuco, sede da Alepe, centro do Recife. O ato será encerrado às 23h.
UFRPE
De 1º a 4 de abril, a UFRPE irá promover um seminário sobre o golpe. A abertura será às 18h30, no Salão Nobre, em Dois Irmãos, com o painel "O Estado de direito, reparações e direitos humanos". A programação conta com mesas e painéis onde serão discutidos os anos de ditadura. Além da reitora e do vice-reitor da UFRPE, Maria José de Sena e Marcelo Carneiro Leão, marcam presença, na solenidade de abertura, o secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos, Paulo Moraes, o administrador geral de Fernando de Noronha, Romeu Neves Baptista e o reitor da UPE, Carlos Calado, entre outros participantes.
Aeso
O curso de Jornalismo da Aeso-Barros Melo promove o debate "50 anos de golpe - Reflexões sobre opinião e jornalismo em tempos de censura - ontem e hoje". Aberto ao público, o evento ocorre na sexta-feira (4), às 9h30, no 1º andar do prédio principal da IES, em Jardim Brasil II, Olinda. As inscrições podem ser feitas na internet. Vão participar da mesa os jornalistas Samarone Lime e Diogo Monteiro.

No Recife, supermercado Bompreço de Casa Amarela é interditado


Nesta segunda (31), Vigilância Sanitária fez vistoria no local.
Foram encontrados produtos impróprios para o consumo e animais.

Do G1 PE

Estabelecimento ficará fechado por 5 dias. Ao final do prazo, nova vistoria será feita (Foto: Cacyone Gomes/TV Globo)Estabelecimento ficará fechado por 5 dias. Ao final do prazo,
nova vistoria será feita (Foto: Cacyone Gomes/TV Globo)
O supermercado Bompreço do bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, foi interditado na manhã desta segunda-feira (31). Vigilância Sanitária, Procon-PE, Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Delegacia do Consumidor participaram da operação. No local, foram encontrados roedores, baratas e produtos impróprios para consumo.
"Na padaria, tinha pastel pronto para ser fritado que estava com marcas de roedores. Também encontramos baratas, carne de charque com a data de validade alterada e produtos vencidos", informou o coordenador geral do Procon-PE, José Rangel. O estabelecimento ficará cinco dias interditado. Ao final deste prazo, uma nova vistoria irá determinar se ele tem condições de reabrir.
"Apenas do Procon-PE, o supermercado vai receber uma multa de R$ 200 mil. É importante falar para todos os empreendedores que não vamos ficar apenas no Recife e fechando bandeiras grandes. Vamos para o interior também e para aqueles mercados de esquina. Não é possível que o desrespeito à saúde do consumidor seja tão grande", reclamou Rangel. "Seria muito bom chegar a um desses estabelecimentos e encontrar nada, está tudo em ordem, mas não é isso que está acontecendo".
Em nota, a assessoria de comunicação do Grupo Walmart, responsável pelo Bompreço, informa  que abriu procedimento interno para apurar os pontos levantados pelas autoridades nesta segunda (31) e tomará as providências necessárias para que a loja volte a funcionar o mais breve possível, uma vez que o incidente não condiz com os padrões operacionais da rede.

Interdições
No dia 27 de março, o supermercado Extrabom de Casa Amarela foi interditado por dois dias. De acordo com Aldeiza Ferraz, gerente da Vigilância Sanitária do Recife, mais de 400 kg de alimentos impróprios para consumo foram encontrados no estabelecimento.
Já no dia 26 de março, o supermercado Carrefour de Boa Viagem, da Zona Sul do Recife, foi interditado por três dias devido a irregularidades na sessão de frios do estabelecimento. O local já foi reaberto.
A primeira fiscalização aconteceu no último dia 19 de março, quando o supermercado Extra do bairro do Espinheiro, Zona Norte da capital, também foi interditado. A fiscalização encontrou produtos estragados e com o prazo de validade vencido. No mesmo dia, o Pão de Açúcar da Avenida Rosa e Silva foi autuado por comercializar produtos impróprios para o consumo.

Golfinhos vêm à Zona Sul do Rio por alimentação e descanso, diz professor


Exemplares da espécie nariz-de-garrafa foram vistos na orla na sexta (28).
Segundo pesquisador do Projeto Maqua, eles se deslocam por 150 km.

Cristiane Cardoso Do G1 Rio

Golfinhos da espécie 'nariz-de-garrafa' foram vistos na orla da Zona Sul na manhã desta segunda-feira (31). (Foto: Alexandre Azevedo / MAQUA/UERJ / Divulgação)Golfinhos da espécie nariz-de-garrafa foram vistos na orla da Zona Sul na manhã da sexta-feira (28). (Foto: Divulgação/Alexandre Azevedo/Maqua/Uerj)
Golfinhos da espécie nariz-de-garrafa foram vistos na orla das praias do Leblon e Ipanema, na Zona Sul do Rio, na sexta-feira (28). O coordenador do Projeto Maqua, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Alexandre Azevedo, que registrou a cena, explicou na manhã desta segunda-feira (31) que eles buscavam alimentação e descanso na região.
“A orla do Rio, incluindo a área costeira de Maricá [Região dos Lagos] e Niterói [Região Metropolitana], é uma área muito importante para as baleias e golfinhos. Eles utilizam a área do Rio para alimentação e descanso. Às vezes, a presença está relacionada à oferta de alimentos”, explicou.
Ainda de acordo com Alexandre, a espécie tem o nome científico de Tursiops truncatus, e pode ser encontrada ao longo de todo o ano no Rio de Janeiro; no entanto, é mais frequente no inverno e na primavera.
De acordo com o coordenador do Projeto Maqua, da Uerj, eles buscam descanso e alimentação. (Foto: Alexandre Azevedo / MAQUA / UERJ / Divulgação)De acordo com o coordenador do Projeto Maqua,
da Uerj, eles buscam descanso e alimentação.
(Foto:Divulgação/Alexandre Azevedo/Maqua/Uerj)
“Mas também temos muitos encontros no verão e no outono. Diferente do boto cinza, que temos na Baía de Guanabara, essas outras espécies têm uma área de vida maior. Então, utilizam a orla do Rio em longos períodos. Às vezes, ficam meses consecutivos porque têm uma área de vida grande. A gente também não entende todo o tamanho da área de vida deles, mas fazemos pesquisa na baía da Ilha Grande e eles também já foram fotografados lá. É um deslocamento de cerca de 150 quilômetros”, completou.
O professor acrescentou que, durante o verão, as baleias vêm ao Rio para se alimentar de peixes de pequenos tamanhos, que também podem ser encontrados na orla.
Exposição
O especialista acrescentou que a exposição "Rio, mar de golfinhos" apresenta as principais espécies de botos, golfinhos e baleias que vivem nas águas do estado.
A exposição, que conta com um rico acervo de imagens, réplicas dos animais e outros materiais, mostra a beleza desse grupo de mamíferos e convida o público a um mergulho por nossos mares. Ainda segundo ele, a exposição "Rio, mar de golfinhos" está aberta diariamente das 9h às 17h, no “Encontro das Águas – Espaço do Ambiente”, na Avenida Borges de Medeiros 1444, Lagoa, também na Zona Sul. A entrada é gratuita.
Segundo Alexandre Azevedo, do Projeto Maqua, eles se deslocam 150 km. (Foto: Alexandre Azevedo / MAQUA / UERJ / Divulgação)Segundo Alexandre Azevedo, do Projeto Maqua, eles se deslocam por 150 km. (Foto:Divulgação/Alexandre Azevedo/Maqua/Uerj)

Exposição no Rio faz retrospectiva dos 50 anos do Golpe Militar


Mostra promete levar visitante até 1964; atores interpretam presos políticos.
Público poderá assistir filmes sobre confronto nas ruas e a volta do exílio.

Do G1 Rio

Quase 50 anos depois do início da ditadura no Brasil uma exposição relembra os tempos em que os militares ocuparam o poder. A mostra também apresenta grandes painéis que trazem à lembrança os principais movimentos políticos e sociais, no mundo, nos anos 60. A exposição está montada no Armazém Seis, no Cais do Porto, Centro do Rio.
Em uma das áreas da exposição está um corredor das fardas que transporta o visitante até 1964, o ano da queda do Presidente João Goulart. Estão presentes lembranças sobre a ação dos militares, avanço das tropas e do povo nas ruas. Em outro setor, atores dentro de celas interpretam presos políticos.
Exibição de filmes mostram como ocorreram os confrontos nas ruas entre civis e militares e as manifestações que pediam o fim da ditadura militar. A mostra também ressalta a volta dos brasileiros exilados no final dos anos 70 e a retomada da democracia.
O curador da mostra, Luiz Fernando Lobo, disse que por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU),  todos os países que passaram por períodos autoritários devem passar por um período que eles chamam de justiça de transição. " Para mim é muito importante. Eu vivi essa história como um garoto, mas como um garoto eu já acompanhava as prisões, as torturas. Então, eu acho que estou tentando fazer a minha parte", completou.
O público poderá visitar a exposição de quarta a domingo, até o dia 13 de abril. A entrada é gratuita.

Superpopulação de pombos preocupa moradores na zona Sul de Natal


Caso acontece no bairro de Neópolis, onde as aves se proliferam.
Promotoria da Saúde abriu investigação para apurar possíveis danos.

Do G1 RN, com informações da Inter TV Cabugi

Superpopulação de pombos virou caso de investigação na Promotoria de Saúde Pública (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Superpopulação de pombos virou caso de investigação na Promotoria de Saúde Pública de Natal
(Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
A proliferação de pombos em Neópolis, bairro da zona Sul de Natal, está preocupando os moradores da região e também o Ministério Público do Rio Grande do Norte. Como as aves transmitem doenças ao ser humano, a Promotoria de Saúde Pública de Natal abriu investigação para apurar a possibilidade de danos à saúde.
Matéria exibida na manhã desta segunda-feira (31) pela Inter TV Cabugi (veja vídeo ao lado), mostra que as fezes dos pombos causam doenças como a histoplasmose (espécie de micose), ornitose (infecção no sistema respiratório) e criptococose - a mais preocupante, que ataca o sistema nervoso e pode levar à morte.
A superpopulação destas aves pelo bairro está tirando o sono de muitos moradores. Os pombos estão por toda parte: na fiação elétrica, nas calçadas, nas calhas das residências. "Já morreu um cachorro e pode morrer gente também. O cão foi levado para o veterinário e acusou a causa como fezes de pombo", afirmou o autônomo Wilson Pessoa, morador de Neópolis.
A principal orientação dos especialistas é para que as pessoas não alimentem nem deem água às aves, para que elas não se concentrem e nenhum lugar. O veterinário Rodrigo Padilha lembra que é proibido, por lei, matar as aves. "O Ibama combate isso. Não pode abater, nem alimentar com veneno", disse. O veterinário também alerta para o papel dos pombos no meio ambiente, que é o de combate aos insetos.

Tarifa de hotel em BH varia mais de 400% para a Copa, diz pesquisa


Maior variação entre tarifa atual e a dos meses do mundial é de 466,67%.
Coordenador da pesquisa vê prática de altos preços como arriscada.

Flávia Cristini e Laura de Las Casas Do G1 MG

A rede hoteleira aproveita o potencial turístico da Copa do Mundo para reajustar os preços. Uma pesquisa feita em estabelecimentos do setor em Belo Horizonte aponta variação de até 466,67% na comparação dos preços atuais com os que serão praticados durante o evento esportivo, nos meses de junho e julho. Alguns representantes do setor demonstram ansiedade em relação à temporada e às possíveis desistências das reservas. Outros variaram pouco o valor das diárias no período dos jogos como forma de reafirmar o compromisso com antigos clientes que sustentam o setor ao longo do resto do ano.
Hotéis em BH variam mais de 400% no valor da diária durante a Copa. (Foto: Divulgação/Rede Boulevard Hotéis)Hotel na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
(Foto: Divulgação/Rede Boulevard Hotéis)
De acordo com o site Mercado Mineiro, a diária de um apartamento standard duplo no fim de semana atualmente fixada em R$ 180 custará R$ 1.020, conforme os preços praticados pelo hotel Le Flamboyant Home Service, que apresentou a maior variação – 466,67%. No mesmo local, os preços vão subir de R$ 159 para R$ 820 em quarto individual e de R$ 240 para R$ 1,2 mil em quartos com três leitos. O estabelecimento fica no bairro Savassi, um dos mais conhecidos de Belo Horizonte. A localização é a cerca de 12 quilômetros do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, que vai receber seis jogos, mas é privilegiada devido ao acesso fácil às principais linhas de ônibus.

A gerente do hotel, Fátima Lucas, afirma que, no momento, não há quartos disponíveis para a segunda quinzena de junho e primeira de julho. Segundo ela, a maioria das reservas foi feita pela internet em um site especializado no serviço. Apesar da pesquisa ter apontado o hotel como o de maior variação no preço,  a gerente ressalta que reservas feitas com grande antecedência tiveram custo menor. A diária oferece café da manhã, garagem e internet liberada.
O hotel tem 40 apartamentos, totalizando 66 leitos. Alguns quartos são ocupados por mensalistas, o que será mantido no mundial. Segundo a gerente, 80% das reservas para o período foram feitas por turistas estrangeiros, como um grupo de argentinos. Recentemente, todos os quartos passaram por reforma.
Ainda há risco de cancelamentos, e eles têm acontecido, segundo Fátima. Com isso, o preço ainda pode oscilar dependendo da procura. Quanto à expectativa de lucrar durante o evento esportivo, ela se mostra receosa. “A gente espera que sim, mas existe uma apreensão”, afirma.

O levantamento também considerou hotéis nos bairros Barro Preto, Centro, Funcionários e Lourdes, na Região Centro-Sul e Floresta, na Região Leste. A oferta de leitos em localidades na Pampulha, onde está o estádio, não foi considerada.

No hotel com menor variação para quarto individual, Boulevard Park, a tarifa de fim de semana vai passar de R$ 203 para R$ 542, um aumento de 167%, segundo a pesquisa. O estabelecimento fica no bairro Funcionários. De acordo com o gerente geral da rede, Flávio Lemos, o ajuste no preço foi feito pensando nos clientes de longa data. “Contamos com três hotéis, todos na mesma região da cidade. A nossa variação de preços foi voltada para os nosso clientes, corporativos e particulares, porque são eles que nos sustentam durante o ano todo”, justifica.

A rede oferece café da manhã incluso na diária, conexão de internet sem custo e todos os apartamentos com frigobar e televisão a cabo. Lemos explica que nenhum serviço extra será oferecido durante a Copa do Mundo. Segundo ele, 70% das reservas já estão garantidas para o período dos jogos. “Como o nosso preço é baixo, em contrapartida pedimos o pagamento integral do valor na hora da reserva”, afirma. O gerente afirma que essa é uma forma de impedir as desistências.

Já para quarto duplo, o menor aumento representa um acréscimo de 184,10%, passando de R$ 239 para R$ 679 em um hotel no Barro Preto. No mesmo local, em quarto triplo, os valores para fim de semana vão subir de R$ 349 para R$ 959. Neste caso, a variação é de 179,79%.

Preços médios
A pesquisa também comparou os preços médios praticados atualmente e os reajustados para a Copa do Mundo. Durante os finais de semana do período do mundial, o turista deve pagar em média R$ 734,34 em apartamento standard single, R$ 849,14 em duplo e R$ 1.179,33 em triplo.

De acordo com o coordenador da pesquisa, o administrador Feliciano Abreu, os hotéis selecionados têm estruturas similares e boa localização, são conhecidos e apresentam qualidade equivalente a quatro estrelas. Eles aceitaram ter os valores divulgados, o que foi um dos critérios do levantamento. Um empreendimento recente inaugurado na Pampulha, por exemplo, ficou de fora por não informar as tarifas que serão cobradas durante o mundial.
"A importância é comparar o próprio hotel com ele mesmo, o preço atual e o que será praticado na Copa, e apontar alguns abusos. A Copa será excelente, mas se os hotéis cobrarem um preço muito alto, isso não vai reverter de forma positiva para o turista", disse o pesquisador, que considera arriscada a prática de preços muito elevados.
Os preços ainda poder sofrer variação com a proximidade do mundial. “Todos informaram que o preço é flutuante, porque vai depender da demanda. Se for muito intensa, vão manter o preço alto. Do contrário, vão fazer promoções para recuperar os investimentos feitos para a Copa. Muitos melhoraram a estrutura para o evento", afirma.