Carne tem sido comercializada em comércios de Boa Vista e do interior.
CIR calcula que atualmente há 37 mil cabeças de gado na Raposa.
Indígenas planejam criar cooperativas para
extinguir a venda por meio de atravessadores e
aumentar o lucro
(Foto: Enoque Raposo/Arquivo Pessoal)
Após cinco anos da retirada dos arrozeiros da reserva indígena Raposa Serra do Sol, situada ao Nordeste de Roraima,
os indígenas retomaram a venda de carne bovina na região, que
atualmente se tornou uma das principais fontes de renda das comunidades
que integram a reserva, conforme informou o líder indígena e secretário
executivo da região das Serras, Júlio Macuxi. Apenas neste ano a carne
passou a ser comercializada em açougues de Boa Vista e do interior do
estado, saindo da Raposa direto para o mercado.extinguir a venda por meio de atravessadores e
aumentar o lucro
(Foto: Enoque Raposo/Arquivo Pessoal)
"Há mais de 30 anos existe a criação de gado na Raposa Serra do Sol. Porém, somente após a demarcação pudemos investir na pecuária e retomar a venda da carne bovina, que apenas neste ano chegou a vários municípios do estado, e com qualidade", declarou Macuxi, acrescentando que a criação de gado na Raposa ocorre desde 1980, mas que registrou um crescimento de 4,5% após a demarcação da reserva.
O líder indígena explicou que a venda da carne bovina nas comunidades ocorre de duas formas: em grande quantidade é feita por meio de atravessadores e em pequena quantidade ocorre de forma direta. Como as comunidades ainda não possuem cadastro junto ao Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafirr), em grande escala o gado é vendido para fazendeiros que repassam aos açougues. Quando é em menor quantidade, a venda é feita pelos próprios indígenas aos comércios do interior do estado.
Na Raposa, o preço da carne do boi vivo varia de R$ 2,70 a R$ 3 o quilo. O lucro é todo destinado às comunidades. Macuxi destaca que apesar da conquista em comercializar a carne do gado criado pelos próprios indígenas na reserva, os indígenas estão planejando criar cooperativas para extinguir a venda por meio de atravessadores e, com isso, garantir um lucro maior.
"Na região das Serras estamos montando uma cooperativa. Assim vamos poder ter um cadastro junto ao Mafirr e a Vigilância Sanitária e vender diretamente para o comércio sem precisar passar por meio de atravessadores. Garantindo um lucro maior, pois poderemos repassar a carne para o mercado ao preço do quilo que tem sido vendido pelos fazendeiros, que dependendo da carne, após o abatimento do boi, pode chegar até R$ 10", comentou.
A criação de gado da Raposa Serra do Sol é mantida pelos próprios indígenas, com o auxílio da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Vigilância Sanitária e Fundação Nacional do Índio (Funai). Atualmente, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) calcula que há 37 mil cabeças de gado na Raposa, dessas, 25 mil estão na região das Serras.
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