MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 30 de junho de 2019


Artigo - Chabu da Intercept lança Moro nos braços do País

Por: Vitor Hugo Soares

Tribuna da Bahia, Salvador
29/06/2019 00:39
   


Sinais indicativos observados em Brasília e nas diferentes regiões do território nacional (incluindo levantamentos de opinião pública feitos nos últimos dias por institutos de pesquisa), apontam para duas situações no desfecho mais que provável das manifestações de rua convocadas para este domingo, 30, com bandeiras contra a corrupção e em defesa da Lava Jato e de sua figura mais referencial e expressiva, o ex - juiz federal, Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública. Agora, peça central do embate político, ideológico e moral que se trava no Brasil. 
A primeira situação praticamente já está desenhada - salvo alguma grande surpresa factual, improvável diante do que se vê e, principalmente, daquilo que foi entregue até aqui: saiu pela culatra o tiro do site The Intercept Brasil, do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, com a publicação de supostos diálogos e mensagens virtuais do ex-magistrado com o procurador Deltan Dallagnol, obtidas através de invasões ilícitas de celulares por hackers (ou seja lá quem for). Para usar uma linguagem mais típica e apropriada ao período dos festejos juninos que se encerram no Nordeste, o “estouro” pretendido pelos autores e possíveis beneficiários do escândalo, deu chabu.
A segunda situação do rol de expectativas, dentro da configuração atual do quadro político nacional, está à véspera de  poder ser observada nos atos populares marcados para este domingo de final de junho para ficar guardado na memória: Sérgio Moro, o ex-magistrado condutor da maior e mais efetiva ação de combate a corruptos e corruptores da história brasileira, atual ministro da Justiça e figura política e administrativa de maior credibilidade, prestígio popular, além de integrante mais bem avaliado do governo (nas pesquisas realizadas até aqui), lançado, definitivamente, nos braços de um País. A conferir.
Depois do desempenho marcante, da semana passada, na inquirição da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e de rápida passagem pelos Estados Unidos, onde fez visitas e contatos de conteúdo ainda não de todo conhecidos – mas que estão deixando de cabelo em pé não apenas hachers invasores de computadores e de celulares de autoridades públicas – , Moro retornou, na quarta-feira à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, de onde deverá acompanhar, atentamente, os sinais que as ruas do Brasil mandarão para ele, neste domingo do fim de ardente junho.
No famoso Decálogo do Estadista, baixado por Ulysses Guimarães, Vocação é o segundo mandamento. Em seu enunciado está escrito: “O estadista nasce, é o encontro de um homem com seu destino. O estadista é um animal político. Fora da política é um frustrado, um ressentido, um infeliz, embora possa ter êxito em outras atividades. Ainda que pagando o preço ingrato de percalços, perigos e sofrimentos, confirma o acerto da definição de Alphonse Karr de que o segredo da felicidade é fazer do seu dever o seu prazer”.
A cara de Sérgio Moro! Ou não? Responda quem souber.

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

Comissão aprova detalhamento de arrecadação e destinação de multa de trânsito


BLOG DO CAMINHONEIRO

A Comissão de Viação e Transportes aprovou proposta que detalha dados sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e sua destinação.
Pelo texto, órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito devem publicar em tempo real ou em até um ano, dados detalhando:
– valor total das multas aplicadas, discriminadas as feitas por radar;
– relação do valor repassado para prestadoras do serviço do total arrecadado;
– percentual de arrecadação em relação ao total de multas; e
– destinação final dos valores arrecadados.
O texto aprovado é um substitutivo do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), que unifica o Projeto de Lei 9769/18 e outras três propostas apensadas (PLs 6617/16, 10057/18 e 10231/18). A proposta original, do Senado Federal, estabelecia a divulgação mensal da receita obtida com multas, a despesa executada e eventuais valores contingenciados.
Segundo Leite, as propostas aperfeiçoam o Código de Trânsito Brasileiro (CTB, Lei 9.503/97) com “divulgação detalhada e transparência efetiva”.
O texto estabelece que o agente público que se recusar a fornecer essas informações, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou deixar de publicá-las poderá ser responsabilizado por conduta ilícita, prevista na Lei de Acesso à Informação (LAI, 12.527/11).
Leite incluiu a possibilidade de divulgação em tempo real a partir de sugestão do deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP).
Fonte: Agência Câmara Notícias

Alterações no decreto das armas tira porte facilitado para caminhoneiros


BLOG DO CAMINHONEIRO

Um novo decreto das armas , editado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicado no Diário Oficial da União no início da madrugada desta quarta-feira. É a sétima edição da medida desde o início do atual governo. O novo texto revoga decreto publicado na terça-feira, mas mantém alguns pontos polêmicos que vêm sofrendo resistência do Congresso desde que o governo decidiu mudar as regras sobre porte e posse de armas no país. Continua existindo a brecha para compra de modelo de fuzil ao repetir a definição técnica sobre o que é uma arma de uso permitido. Antes do governo Bolsonaro, fuzil era arma de uso restrito das forças policiais.
Numa tentativa de amenizar as críticas, o novo decreto excluiu a relação de cerca de 20 categorias profissionais que teriam direito a ter porte de arma. Assim, caiu a permissão para que guardas de trânsito, caminhoneiros, advogados, políticos eleitos e até jornalistas que cobrem assuntos de segurança pudessem requerer um porte de arma.
O novo decreto também revogou a permissão para compra de até 5 mil munições para armas de uso permitido e até 1 mil munições para armas de uso restrito. Agentes do Ibama, para quem o governo Bolsonaro havia vedado o porte de arma, voltaram a ter esse direito.
Os militares que migravam para a reserva também perderam o direito automático de manter o porte. O novo decreto não traz mais o inciso que assegurava esse benefício. O novo decreto apenas diz que, para manter direito ao porte, o militar que vai para a reserva tem que se submeter a exames técnicos.
O novo texto manteve um tema que vinha sendo defendido por colecionadores de armas e associados de clubes de tiro: a liberação da importação de armas, mesmo quando há similar fabricado no Brasil. Até 2018, a importação de armamento era proibida se houvesse um similar nacional.
O novo decreto deixou de tratar do número de armas que cada cidadão pode comprar. O texto revogado dizia que a pessoa poderia comprar até cinco armas. Também havia no decreto revogado autorização para compra de até 5 mil munições. Segundo o Instituto Sou da Paz, com essa mudança, voltam a vigorar limites impostos por regras do Exército. Em relação ao número de armas, cada cidadão pode possuir até seis armas de uso permitido, sendo duas de porte, duas de caça e duas longas. em relação à munição o limite imposto pelo Exército em 2009 foi de 50 munições por ano. Esses limites não se aplicam aos CACs (colecionadores, atirados e caçadores).
Três decretos em vigor
No mesmo dia, o governo editou quatro decretos. O primeiro foi revogado pelo quarto, ou seja, estão em vigor três decretos. Um que trata das regras gerais e suprimiu o direito automático e porte de armas para 20 categorias profissionais. Outro trata apenas da posse de arma, e o terceiro regula a compra de armas por caçadores, atiradores profissionais e frequentadores de clubes de tiros, os CACs. Segundo o texto, colecionadores podem ter até 5 armas de cada modelo; se caçador, o limite é de 15 armas; se atirador, 30 armas. Esse limite se aplica as armas de uso permitido. O número total pode dobrar porque foi estabelecido mesmo limite para armas de uso restrito.
Bolsonaro enviou também ontem um projeto de lei ao Congresso que, se aprovado, dará ao Executivo a permissão de por decreto ampliar o porte de armas para outras categorias, além daquelas especificadas em lei. Uma das principais questões sobre os decretos das armas foi justamente esta ampliação.
Fonte: O Globo

Exército realiza obras em quase 1.200 km de rodovias pelo Brasil


BLOG DO CAMINHONEIRO

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) recebeu, na última quarta-feira (26), alunos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, do Exército Brasileiro. O encontro apresentou aos militares as obras da Autarquia que estão sendo executadas e planejadas em parceria com a instituição militar.
O Exército Brasileiro tem atuado em conjunto com o DNIT em 13 empreendimentos de construção e manutenção rodoviária. As obras acontecem em 11 estados, totalizando 1.167,4 quilômetros de execução.
Um dos empreendimentos é a duplicação da BR-116/RS, uma das prioridades do governo federal. A extensão do segmento é de 50,8 quilômetros e está sendo executado pelo 1º Batalhão Ferroviário. No momento, os serviços realizados são de terraplanagem e a pavimentação da nova pista. A obra encontra-se com 37 quilômetros de base executada.
Outro convênio é a conclusão de parte da BR-163/PA. A meta para 2019 é pavimentar 49 quilômetros, trecho que vai do município de Novo Progresso até Miritituba, ambos no estado do Pará. A obra está sendo executada pelo 8º Batalhão de Engenharia de Construção.
A implantação e pavimentação da BR-432/RR também está sendo executada pelo Exército, por meio do 6º Batalhão de Engenharia de Construção. A obra, com extensão de 12 quilômetros, encontra-se na fase de execução de serviços de terraplanagem.
Outras obras estão sendo realizadas nas regiões Norte e Nordeste, além de outros empreendimentos nas demais áreas do Brasil.
Pontes Emergenciais
Outro convênio firmado entre o DNIT e o Exército Brasileiro é a montagem de pontes provisórias emergenciais. O objetivo é garantir o tráfego emergencial nas rodovias federais e o aceso às áreas isoladas por meio das pontes tipo LSB – Logistic Support Bridge. Desde dezembro de 2015, já houve 11 mobilizações das instituições.
Situações Especiais
Para garantir o escoamento da safra 2018/2019, o DNIT e o Exército traçaram uma estratégia integrada, alinhada ao Ministério da Infraestrutura. Denominada Operação Radar, as intervenções tiveram início no dia 2 de dezembro de 2018 e trazem uma série de ações, como a instalação de bases operacionais em três trechos da rodovia, localizados entre os municípios de Novo Progresso e Moraes Almeida. Além disso, a operação visa a implantar sinalização específica para controle do tráfego, além de conferir informações de trafegabilidade, andamento das obras de pavimentação e situação meteorológica na região aos usuários.

A má-fé incutida nos pedidos de que autoridades entreguem os aparelhos celulares

Registre-se:
1. O tabloide The Intercept, alguns canhotos da Folha de S.Paulo e uma biruta da Rádio BandNews FM, baseados em conversas privadas roubadas em crime cibernético, acusam Sérgio Moro, Deltan M. Dallagnol e a força-tarefa da Operação Lava Jato de criarem uma teia de aranha antiética para prender os criminosos de colarinho-branco;
2. Para comprovar suas acusações, exigem que o titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, juízes, desembargadores e os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) entreguem seus telefones celulares para perícia da Polícia Federal do Brasil;
3. O Art. 156 do Código de Processo Penal brasileiro possui clareza meridiana:
"A prova da alegação incumbirá a quem a fizer".
Noutras palavras, "ao acusador cabe o ônus da prova";
4. O tabloide do gringo se recusa a entregar à autoridade policial o material, supostamente recebido de "fonte anônima", produto de crime cibernético. Portanto, na condição de acusador, não quer assumir o ônus da prova;
5. Vale lembrar o exposto no Art. 157 do supramencionado diploma legal, ipsis litteris:
"São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais";
6. Não existe lei no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo que faculte aos jornalistas o cometimento de crime em nome do ofício.
É fato que jornalistas tem vasto amparo legal para o exercício da profissão, mas isso não os inclui no rol de excludentes de ilicitude.
O resto é fofoca, ignorância e ma-fé.
Sigamos em frente!

Helder Caldeira

Escritor, Colunista Político, Palestrante e Conferencista
*Autor dos livros “Águas Turvas” e “A 1ª Presidenta”, entre outras obras.

Preço do gás e desemprego elevam uso da lenha para cozinhar no Brasil


Aumento do preço do botijão de gás é o principal motivo

Agência Brasil
BAHIA.BA
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O aumento desregrado do uso de lenha nas casas trará consequências negativas tanto para a saúde quanto para o meio ambiente do país. Esse é um dos alertas do estudo desenvolvido pela professora Adriana Gioda, do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC–Rio).
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio deste ano mostraram que 14 milhões de brasileiros usavam lenha ou carvão para cozinhar alimentos em 2018, aumento de 3 milhões de pessoas em comparação a 2016. “Aumentou muito nos últimos dois anos”, comenta a professora.
Segundo Adriana Gioda, a expansão do uso da lenha no preparo de alimentos no Brasil está relacionada ao aumento do preço do botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP).
“Isso é muito visto, principalmente nas regiões mais pobres. No Nordeste, o aumento do uso de lenha é muito maior do que nas outras regiões”, diz. Conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP), a queda de 1% no consumo de GLP, de 2017 para 2018, significou 13,2 bilhões de litros consumidos a menos em todo o Brasil.
Em dezembro de 2017, quando o preço do GLP na refinaria chegava ao maior valor até o momento (R$ 24,38), a alta em relação a julho de 2017 atingia 37%. Em maio de 2018, mesmo com queda no preço das refinarias, o aumento acumulado desde julho de 2017 alcançava 24%, de acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Plano Real gerou estabilidade, mas não crescimento sustentável

Postado em 30/06/2019 6:26 DIGA BAHIA!
A implementação do Plano Real, que completa 25 anos amanhã (1º), com a vitória de erradicar a hiperinflação que assolou a economia brasileira nos anos 1980 e 1990. Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, no entanto, o legado do plano não se estendeu ao crescimento sustentável. Desde a entrada em vigor das medidas, em 1994, o país alterna momentos de expansão com recessões profundas.
Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente da Associação Nacional de Centros de Pós-Graduação em Economia (ANPEC), Roberto Meurer indica que a implementação do Plano Real e o fim da hiperinflação mudaram a pesquisa acadêmica e os interesses das dissertações de mestrados e teses de doutorados.
“Com a queda da inflação, houve uma natural mudança da pesquisa em macroeconomia, já que inflação e o combate a ela deixaram de ser o tema mais premente da discussão em economia. O que se viu foi, em termos amplos, uma gradual migração de parcela relevante da pesquisa da área de macroeconomia aplicada [como relação entre grandes variáveis da economia] para a microeconomia aplicada [que estuda o comportamento dos agentes econômicos]”, verifica Meurer.
“Os temas foram acompanhando a própria evolução da economia. Isto pode ser ilustrado com as discussões sobre regimes cambiais e eficiência da política monetária com o regime de câmbio semifixo e posterior adoção do câmbio flutuante e das metas de inflação. Outro tema, que está na origem do próprio Plano Real, é a relação entre política fiscal e política monetária, que também atraiu e continua sendo tema de muitas pesquisas”, enumera o acadêmico.
Segundo o presidente da Anpec, áreas como economia da saúde, economia do trabalho e economia da educação passaram a ter maior peso na pesquisa. “Isso pode ser ilustrado pelo fato de a área de Economia Social e Demografia ser a que atrai maior número de trabalhos [anualmente] no Encontro Nacional de Economia”, diz.
Crescimento frustrado
Alexandre de Freitas Barbosa, professor do Instituto de Estudos Brasileiros (USP) fez sua tese de livre docência sobre o período de economia desenvolvimentista no Brasil. Ele, que estudou uma das épocas de maior crescimento econômico da história nacional (1946–1964), é bastante crítico quanto aos resultados do Plano Real além da estabilização monetária. “Até hoje estamos procurando uma estratégia de desenvolvimento”, afirma.
Para o economista, “o Plano Real carrega uma frustração. O governo FHC e, também os governos posteriores, não conseguiram trazer uma estratégia que pudesse ser sustentável”. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ano de maior crescimento do Produto Interno Bruto entre 1996 e 2016 foi em 2010 (taxa de 7,5%). Cinco anos depois, a economia do país entrou em recessão, com queda de 3,5% do PIB.
Segundo Barbosa, “o momento de maior crescimento é voltado para o mercado interno e com ativação de políticas de Estado, bancos públicos, atuação de empresas estatais, políticas sociais redistributivas”. O especialista lembra que essas medidas são diferentes do que se anunciava ao implementar o real.
“Se dizia que estavam inaugurando um novo modelo para o crescimento econômico. Que havia esgotado o modelo desenvolvimentista, com atuação discricionária do Estado, que é inflacionária”, recorda.
Para o Barbosa, o Plano Real “acabou” no início do segundo mandato de FHC (1999), quando o governo abandonou a âncora cambial e passou a adotar o “tripé macroeconômico” – metas de inflação, metas fiscais para controle das contas públicas e câmbio flutuante – para manter a estabilidade da moeda.
O economista José Ronaldo Souza Júnior, do Ipea, discorda. Para ele, “a introdução do tripé foi determinante para a longevidade do Plano Real”.
Autor do livro O Pior Emprego do Mundo, que narra a trajetória de 14 ministros da Fazenda desde 1967, o jornalista Thomas Traumann avalia que “o tripé foi uma forma de recuperar credibilidade. Mas o país não estava mais sob a lógica inicial do Plano Real”. Em sua avaliação, o maior legado do plano “é que a inflação tornou-se inaceitável”.
O real é a segunda moeda mais duradoura desde o tempo da colonização do Brasil e a que mais tempo se manteve em circulação desde a década de 1940, quando se adotou o extinto cruzeiro. Nos quinze anos que antecederam ao plano, a taxa de inflação acumulada soma de mais de 20 trilhões percentuais (20.759.903.275.651%).
Segundo o Banco Central, em 1994 a inflação foi de 916%. Em 1995, ano da implementação do real, a taxa atingiu 22%. Em junho de 1994, antes da moeda, o percentual mensal foi de 46,58%. Em julho seguinte, já com o real em circulação, a inflação foi apenas 6,08%.

Liberalismo e despotismo soft


Ainda que o Estado, em grande parte do Ocidente, respeite quotas importantes de liberdade - escreve Axel Kaiser no Instituto Cato -, acabou nos levando àquilo que Alexis de Tocquiville chamou de "despotismo suave":

Desde sus orígenes, el liberalismo buscó sobre todo limitar el poder del Estado. Jamás habrían imaginado pensadores como Adam Smith o John Locke que, en nombre de la doctrina que ellos defendieron, se justificaría una expansión del poder estatal a prácticamente la totalidad del orden social. Y es que el Estado en buena parte de occidente, si bien respeta márgenes de libertad importantes e históricamente ejemplares, nos ha conducido a aquello que Alexis de Tocquevillellamó ‘soft despotism’.

Vale la pena reproducir la reflexión en su clásico Democracia en América (1835-1840) para entender este despotismo suave. Dice el genio francés que "después de haber puesto sucesivamente a cada miembro de la comunidad a su alcance moldeándolo a voluntad…–el gobierno– cubre la superficie de la sociedad con una red de reglas pequeñas y complicadas, minúsculas y uniformes, a través de las cuales las mentes más originales y los personajes más enérgicos no pueden penetrar, para elevarse por encima de la multitud". Como consecuencia de esta extensión casi invisible del poder, "la voluntad del hombre no se rompe, sino que se ablanda, se dobla y se guía; los hombres rara vez se ven obligados a actuar, pero se les impide constantemente actuar".

Agrega Tocqueville que "tal poder no destruye, pero entorpece la existencia; no tiraniza, pero comprime, enerva, extingue y deja estupefacto a un pueblo, hasta que cada nación se reduce a nada mejor que un rebaño de animales tímidos e industriales, de los cuales el gobierno es el pastor". Finalmente, concluye que ese tipo de servidumbre "podría combinarse más fácilmente de lo que comúnmente se cree con algunas de las formas externas de libertad, y que incluso podría establecerse bajo el ala de la soberanía del pueblo".

Es imposible no ver la relación entre lo anterior y los Estados de bienestar proveedores y sobre reguladores que se han desarrollado en nombre del liberalismo progresista, con su pretensión de crear –no sólo proteger– libertad a partir del poder político. Fue Franklin Delano Roosevelt, el gran demoledor del orden liberal clásico americano y héroe del liberalismo progresista, quien mejor representó esta filosofía al afirmar que el gobierno debía asegurar a la población la "freedom from want", es decir, la libertad de las necesidades materiales.

La idea de que el gobierno no sólo debe proveer de libertad a través de la redistribución y gigantescas burocracias, sino que también debe proteger a la misma población de sus actos —y en general llevarla, por su propio bien, por los caminos que se ajustan a la voluntad del pastor que los gobierna— es, en parte importante, la fuerza que ha creado Estados que se entrometen, desde el medio ambiente, pasando por el deporte, la cultura, las ciencias, la educación y la salud hasta la soledad, el transporte y la energía, sin dejar un solo espacio reservado exclusivamente a la vitalidad de los individuos. Estos simplemente no pueden escapar al enorme "poder tutelar" del gobierno, como lo llamara Tocqueville, e incluso lo exigen y justifican debido a la ilusión de que, por ser democrático, no posee el adormecedor efecto despótico que le es propio.

"Cada hombre –dice Tocqueville– se deja engrillar al frente, porque ve que no es una persona o una clase de personas, sino las personas en general, las que sostienen el final de su cadena". Si bien Tocqueville sostenía que el peor de los despotismos era el que concentraba en pocas manos todas las funciones del gobierno, vale la pena meditar sobre si acaso no hemos dejado que el gobierno se extienda demasiado, convirtiéndonos en ovejas anestesiadas que no se atreven a pensar en que podrían sobrevivir sin su pastor.

Este artículo fue publicado originalmente en El Diario Financiero (Chile) el 20 de junio de 2019.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
A imagem pode conter: 1 pessoa, texto

Alcolumbre sugere que Onyx deixe o governo antes de ser ‘fritado’

POLITICA LIVRE
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Nomes dos possíveis sucessores de Onyx Lorenzoni na Casa Civil já circulam no Palácio do Planalto
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) aconselhou o correligionário Onyx Lorenzoni a entregar o cargo de chefe da Casa Civil. Davi, segundo a coluna de Lauro Jardim, de O Globo, tem certeza de que se Onyx insistir em permanecer no governo, o aliado tem tudo para atravessar um processo de fritura e acabar descartado por Jair Bolsonaro, como ocorreu com Gustavo Bebianno e o general Santos Cruz. O comentário geral é que o vereador Carlos Bolsonaro, filho de Bolsonaro e um dos seus principais conselheiros, é tudo, menos fã de Onyx, assim como não era dos dois ministros demitidos. A propósito, nomes dos possíveis sucessores de Onyx Lorenzoni na Casa Civil já circulam no Palácio do Planalto.

Líderes da UE se reúnem para discutir nomeações para cargos de chefia do bloco

POLITICA LIVRE
Líderes da União Europeia iniciaram nova rodada de negociações neste domingo, na expectativa de que possam avançar na disputa diplomática sobre quem deve preencher cargos de liderança no bloco de 28 países. Líderes dos países membros falharam duas vezes até agora em fazer as principais nomeações, que incluem a substituição de Jean-Claude Juncker como presidente da Comissão Europeia e de Donald Tusk como presidente do Conselho Europeu. Durante a reunião do G-20, alguns líderes discutiram a lista de vagas futuras, que até novembro incluirão também o principal diplomata da UE, o presidente do Parlamento Europeu e o chefe do Banco Central Europeu. “Houve um grupo de países europeus em Osaka que discutiu a questão, mas não há compromissos concretos “, disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, neste domingo ao chegar em Bruxelas para as negociações. Questionado sobre possíveis candidatos para a vaga da comissão, Rutte disse: “Essa é uma imagem em movimento”. “Você acha que um candidato ou outro, possivelmente, tem a melhor chance, e isso continua mudando”, acrescentou. O presidente francês Emmanuel Macron pediu um “espírito de compromisso e acima de toda a ambição”, tendo em vista que os líderes procuram nomear o que ele descreveu como “o novo time Europa”. “Deve haver dois candidatos homens e duas mulheres” para quatro dos cinco postos em disputa nas próximas semanas, disse Mácron. Assim como Rutte, o presidente francês recusou-se a dizer quem estava apoiando. As discussões sobre quem deve assumir o leme da UE pelos próximos cinco anos podem durar horas, advertiu o presidente do Conselho Europeu, que vai presidir a reunião e disse que iria manter os líderes noite adentro e até o início da segunda-feira, se necessário. Tusk reuniu-se com líderes do partido e do governo neste domingo, antes da cúpula. Ele quer que as nomeações sejam concluídas em breve, na tentativa de evitar desgaste da confiança pública na UE, em meio à incerteza do Brexit e às divisões intrabloco sobre o gerenciamento de migração. A tarefa não será fácil. As nomeações devem levar em consideração a afiliação política, a geografia – balanceamento leste e oeste, norte e sul – o tamanho da população e gênero. Os líderes das instituições da UE devem representar de maneira imparcial os interesses de todas as nações membros no cenário global e em Bruxelas.
Fonte: Associated Press

Em SP, manifestantes defendem Moro com Regina Duarte e Latino

POLITICA LIVRE
Foto: Kevin David/A7 Press/Folhapress
A atriz Regina Duarte pediu união
Se nos protestos do mês passado a tônica era a defesa do governo Jair Bolsonaro e da reforma da Previdência, neste domingo (30) os manifestantes saíram em defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro. Há um mês o ex-juiz da Lava Jato é alvo de dúvidas sobre sua imparcialidade desde que o site The Intercept divulgou suposta troca de mensagens entre ele e procuradores da República. Moro aparece nos diálogos orientando procuradores em processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um grande boneco inflável com a imagem de Moro foi instalado junto a um caminhão de som. Faixas e camisetas estampavam a fase “In Moro we trust”, na tradução do inglês “em Moro nós acreditamos”. Assim como nos protestos do mês passado, a maior aglomeração acontece nos arredores do MASP (Museu de Arte de São Paulo) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A maior concentração aconteceu no caminhão do movimento Nas Ruas. Nele, personalidades como a atriz Regina Duarte e o cantor Latino discursaram. O cantor Latino afirmou que “o Brasil está de saco cheio de bundalelê”, em referência a um de seus principais hits, “Festa no Apê”. Ele arriscou uma versão de “Me Leva”, com “Oh, Baby, me leva, me leva pro futuro, me leva, pro Brasil que eu sempre quis”. A atriz Regina Duarte pediu união. “A eleição passou. Quem perdeu, perdeu, quem ganhou, ganhou. Agora somos um povo só”, disse ela, e pediu a aprovação da reforma da Previdência. Os manifestantes definiram como um de seus alvos a imprensa, especialmente o site “The Intercept Brasil”. “Esses diálogos são falsos na sua origem. Quem está divulgando são canalhas que querem atemorizar os juízes, os promotores, os que querem acabar com essa rede de corrupção”, discursou o jurista Modesto Carvalhosa, de cima do carro de som do Vem Pra Rua. O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, criticou o fato de diversos veículos, entre eles a Folha de S.Paulo, terem entrevistado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Como pode um preso em Curitiba ser tratado como um pop star?”, perguntou, do alto do carro de som do grupo Nas Ruas.
Folhapress

Eduardo Bolsonaro diz “Lula é um vagabundo preso” e manda recado para o petista

Na manifestação pró Lava Jato e em apoio ao ministro Sérgio Moro, o deputado Eduardo Bolsonaro escancarou uma verdade que levou o público ao delírio:
“Notícias falsas tentam dizer que Lula é um perseguido político e não um vagabundo preso”, bradou com eloquência.
Na sequência, o deputado acrescentou um aviso para o presidiário:
“Tem mais condenação para vir por aí, tá ok?”.
Fonte: O Antagonista
da Redação

Sucesso das manifestações mostra que a confiança no governo Bolsonaro é muito alta


Em São Paulo havia milhares de manifestantes na Avenida Paulista
Por G1
Até por volta de 17h, 56 cidades de 17 estados e do Distrito Federal tinham registrado atos de apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro e à reforma da Previdência, à operação Lava Jato e ao pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Grupos de manifestantes saíram em passeatas. Eles usavam roupas com cores da bandeira do Brasil e levavam faixas com frases de apoio a pautas defendidas por Bolsonaro. Até a última atualização desta reportagem, os atos eram pacíficos.
MAIS CIDADES – Algumas manifestações passaram por mais de uma cidade, como um grupo que se concentrou em Vila Velha (ES) e atravessou a Terceira Ponte para Vitória, e uma carreata na Região dos Lagos (RJ) que passou por três municípios: Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio.
Em São Paulo, manifestantes se reuniram para ato com cinco carros de som na Avenida Paulista. Na capital, até por volta de 15h os atos eram realizados na Avenida Paulista. O grupo de manifestantes usava roupas com cores da bandeira do Brasil e levava faixas com frases de apoio a pautas defendidas por Bolsonaro.
Houve atos em Campinas, Jundiaí, Itapetininga, Santos, Praia Grande, Jales, São José do Rio Preto, Andradina, Piracicaba, Limeira, Ribeirão Preto, São Carlos, Rio Claro, Araras, Araraquara, Mogi das Cruzes, Bauru, São José dos Campos e outras cidades paulistas.
COPACABANA – No Rio, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 10h na orla da praia de Copacabana, na altura do Posto 5, na Zona Sul. Eles gritavam palavras de ordem em defesa de Moro e palavras de apoio à Operação Lava Jato, ao ministro da Economia, Paulo Guedes e à Reforma da Previdência. Os manifestantes chegaram a ocupar quatro quarteirões (cerca de 400 metros) da Avenida Atlântica e cantaram o hino nacional.
Manifestantes também foram às ruas em Niterói, na Região Metropolitana, por volta das 10h. O ato se concentrou na altura da reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF) e seguiu pela Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres, na Praia de Icaraí.
No Norte do estado, dois grupos diferentes se reuniram na cidade de Campo dos Goytacazes. Em Volta Redonda o protesto teve início às 10h na Praça Brasil, na Vila Santa Cecília e seguiu até ás 14h. Em Resende, os manifestantes se concentraram no Parque das Águas, no bairro Jardim Jalisco por volta das 10h. Em Barra Mansa um grupo se reuniu na Praça da Matriz por volta das 11h.
BONECOS INFLÁVEIS – Em Brasília, por voltas das 10h, manifestantes ergueram bonecos infláveis no gramado em frente ao Congresso Nacional. Um dos personagens, segundo os organizadores, representa o ministro Moro vestido com roupas do “super-homem”. Também há representações do ex-presidente Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
Por volta de 10h30, manifestantes também já se reuniam em cidades do Triângulo Mineiro. Em Uberaba, o ato se concentrou na Praça Manoel Terra, nas proximidades do Mercado Municipal. Em Uberlândia, a concentração foi na Praça Tubal Vilela.
Em Juiz de Fora, o ato começou por volta das 10h, com concentração no Parque Halfeld. Após caminhada, o protesto foi encerrado com o Hino Nacional, na Praça da Estação, às 12h30.

Homenageado em SP, Moro diz que não desistirá: ‘Posso assegurar’


Moro ainda afirmou que "há um certo revanchismo que às vezes reaparece” contra a Lava jato

Redação
BAHIA.BA
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Justiça Sérgio Moro, homenageado com uma honraria concedida pelo governador de São Paulo, João Doria, fez um discurso pela defesa do combate à corrupção e disse que não desistirá nesta sexta (28).
“A palavra que mais ouvi é ‘não desista’. E posso assegurar: não vamos desistir. Nós vamos prosseguir. Aceitei a missão que foi que me foi dada pelo presidente Jair Bolsonaro, quando foi feito o convite. Saí da magistratura, não foi decisão fácil, foram 22 anos deixados para trás, com todos os benefícios que existem na carreira, e é um caminho sem volta”, falou Moro.
Moro ainda afirmou que “há um certo revanchismo que às vezes reaparece” contra a Lava Jato, mas defendeu a operação.
“Sempre destaquei que isso foi trabalho institucional. Claro que as pessoas são importantes, claro que existem méritos individuais, mas acredito que foi um ganho para a sociedade brasileira, para as instituições. Se nós formos pensar cinco anos atrás, o que tínhamos basicamente era um padrão de impunidade da grande corrupção. Pontuais casos em que criminosos envolvidos em grande corrupção eram punidos muito raramente”, disse o ex-magistrado.
“Mas é inegável que com a Operação Lava Jato, por mais que caibam eventuais e pontuais críticas, houve uma mudança de padrão. Isso não é nada ordinário”, completou.

Cláusula imposta pela UE suspende negócios com o Brasil se desconfiar de política ambiental


Acordo com Mercosul libera a entrada de produtos do agro na Europa, desde que não sejam utilizados agrotóxicos proibidos ou rebanho criado em área desmatada

Redação
BAHIA.BA
Foto: Divulgação/Itamaraty
Foto: Divulgação/Itamaraty

Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias em torno do Palácio do Planalto, a política de Meio Ambiente no Brasil finalmente deixou de ser um empecilho para o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
Apesar do desfecho positivo, a UE impôs uma cláusula para a liberação da entrada de produtos do agronegócio brasileiro no velho continente: um dispositivo que pode suspender imediatamente as negociações, chamado “princípio de precaução”, que autoriza o consumidor a cancelar a sua compra, caso suspeite de irregularidades na política ambiental. Um dos exemplos seria o uso de agrotóxicos proibidos ou de animais criados em área desmatada.
O dispositivo, que não é muito utilizado, está previsto no direito internacional e não exige evidência física. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a equipe de Bolsonaro acredita que a medida servirá para manter a UE atenta às fragilidades da produção nacional.
Na última semana, a atuação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) diante das políticas ambientas foi criticada pela chanceler alemã, Angela Merkel, que externou “grande preocupação” com a postura do capitão. Por sua vez, o mandatário brasileiro retrucou e disse que a Alemanha tinha muito a aprender com o Brasil sobre o assunto.

Livro revela orgias no Vaticano e diz que maioria dos padres são homossexuais


Escrito pelo jornalista francês Frédéric Martel, "No Armário do Vaticano" foi concluído após quatro anos de intensa pesquisa

Redação
BAHIA.BA
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

Após quatro anos de pesquisa e mais de 1.500 pessoas entrevistas, o livro “No Armário do Vaticano – Poder, Hipocrisia e Homossexualidade” está pronto para causar um imenso barulho na comunidade católica.
O autor, o jornalista francês Fredéric Martel, revela na obra orgias homéricas que aconteciam na capital do cristianismo e defende a tese de que lá, a maioria dos padres são homossexuais. Um dos entrevistados, um “michê” que faria serviços para os religiosos, diz que vários deles faziam pedidos inusitados, que vão desde sadomasoquismo a “golden shower”.
“Um padre que quis que eu urinasse nele. Há os que querem que nos fantasiemos de mulher, de travesti. Outros praticam atos sadomasoquistas sórdidos. Um padre até quis lutar boxe comigo todo nu”, conta no livro o romeno Christian, que dizia à mulher e à família que trabalhava em Roma como barman.
No próximo dia 15 de julho, Martel estará presente na Festa Literária Internacional de Paraty, para falar sobre o livro e rebater as críticas que tem recebido, não só de setores conservadores da sociedade. O site The Catholic World Report, por exemplo, disse que a obra tem “muitas insinuações” e “fofocas”, mas não é um registro “acadêmico” e “objetivo”.
O jornalista, contudo, rebate a afirmação do site, ao garantir que entrevistou – pessoalmente – mais de 1.500 pessoas no Vaticano e em outros 30 países. Segundo a Folha de S. Paulo, neste grupo havia 41 cardeais, 52 bispos e monsenhores, 45 núncios apostólicos e embaixadores e mais de 200 padres e seminaristas.
Ele descreve detalhadamente algumas das festas que aconteciam entre os religiosos, regadas à drogas como ‘vodca de maconha”, com direito a “convidados muito travessos”.
Apesar da constante crise da Igreja Católica referente a abusos sexuais, o jornalista francês defende que estes casos nada tem a ver com a taxa de homossexuais no clérigo.

Número de militares condenados por envolvimento com drogas subiu 706% nos últimos 8 anos


Resultado da pesquisa inclui as decisões em primeira e segunda instância de casos julgados na Justiça Militar da União (JMU)

Luiz Felipe Fernandez da Cunha
BAHIA.BA
Foto: Divulgação/Governo Federal
Foto: Divulgação/Governo Federal

A quantidade de militares das Forças Armadas condenados por posse ou tráfico de drogas cresceu 706% entre o período de 2010 e 2017. Os dados do levantamento feito pelo Superior Tribunal Militar (STM) vêm à tona em meio à polêmica prisão de um militar da Aeronáutica flagrado com 39kg de cocaína na Espanha.
O resultado da pesquisa inclui as decisões em primeira e segunda instância de casos julgados na Justiça Militar da União (JMU), que é responsável pelos militares da Aeronáutica, Marinha e Exército.
Segundo o ministro da defesa, Fernando Azevedo e Silva, casos de tráfico como o que o sargento do Exército no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) é acusado, são raros. Ele alega que a maior parte são de condenados por posse ou uso de substâncias entorpecentes, e este fator estaria ligado ao suposto aumento de usuários no Brasil nos últimos anos. Azevedo categorizou a atitude do militar como “inaceitável” e garantiu que as Forças Armadas não vão aceitar “criminosos” em sua companhia.
De acordo com o STM, em 2010 apenas 16 militares foram condenados por crimes ligados ao envolvimento com drogas. Em 2017, o número saltou para 129, com o ápice atingido em 2015, com nada menos do que 154 condenados, com um total de 358 agentes envolvidos.
No total, a maior parte é composta por “praças” – cargos de menor hierarquia militar. Somente quatro oficiais foram condenados por tais crimes neste período. Mesmo com o crescimento, o número absoluto, segundo o UOL, ainda é considerado baixo, visto o grande efetivo de militares no país, que pode chegar a 370 mil pessoas.

Líderes mundiais em Osaka anunciam acordo do clima 19+1


Pacto sobre mudança climática foi fechado dentro dos mesmos aspectos ao firmado em 2018

Agência Brasil
BAHIA.BA
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

No contexto da cúpula do G20, os líderes das principais economias mundiais acordaram neste sábado (29) em fechar um pacto sobre a mudança climática, semelhante ao firmado em 2018.
“Teremos um texto semelhante ao da Argentina, uma declaração 19+1”, informou a chefe de governo da Alemanha, Angela Merkel, a repórteres reunidos em Osaka, aludindo também ao fato de que, mais uma vez, os Estados Unidos se recusam a participar.
O país alega aceitar a determinação dos demais 19 membros do grupo em combater a mudança climática, porém sem se comprometer, acrescentou Merkel.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, confirmou que os líderes haviam encontrado campo comum na proteção climática, apesar de “grandes diferenças” em suas visões. Por outro lado, todos os 20 confirmaram a necessidade de uma política comercial livre, justa e não discriminatória.
“A economia global continua a enfrentar riscos de prejuízos enquanto persistem as tensões comerciais”, comentou o premiê. “Os líderes do G20 acordaram quanto à necessidade de os países-membros impulsionarem um forte crescimento econômico global” e, ao mesmo tempo, de estar de prontidão para adotar novas ações, se for preciso.
Abe mencionou ter enfatizado aos presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, a extrema importância de se empenharem em discussões construtivas, a fim de resolver suas tensões comerciais.
Em seguida às deliberações conjuntas, o ministro chinês do Exterior, Wang Yi, declarou numa coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres: “A nosso ver, a mudança climática determinará o destino da humanidade, portanto é imperativo que nossa geração faça as escolhas corretas.”
A chanceler federal alemã louvou o Acordo do Clima firmado em 2016 em Paris, frisando que “esse processo não pode ser revertido”. Além disso, alguns dos líderes presentes em Osaka teriam expressado disposição de incrementar seus esforços para reduzir os gases-estufa, visando “emissões zero” até 2050.
No encontro anterior do G20, em Buenos Aires, a maior parte dos países participantes reafirmara seu respaldo ao decisivo Acordo de Paris para o enfrentamento da mudança climática global, declarando-o “irreversível” e comprometendo-se a sua “implementação integral”.
Os EUA, porém, representados por Trump, retiraram-se do Acordo de Paris, afirmando “seu forte comprometimento com o crescimento econômico e acesso e segurança em relação à energia”.

A imagem pode conter: céu, texto e atividades ao ar livre

MP pede que prefeito combata ‘guerra de espadas’ na cidade


Segundo a promotora de Justiça, nos casos enquadrados como violação da Lei do Desarmamento, os envolvidos deverão ser presos em flagrante

Redação
BAHIA.BA
Foto: Reprodução/ TV Bahia
Foto: Reprodução/ TV Bahia

O Ministério Público estadual, por meio da promotora de Justiça Ítala Maria de Nazaré Braga, recomentou que prefeito e secretários municipais de São Gonçalo dos Campos não promovam ou apoiem com a eventual e vedada execução de qualquer ato relacionado à guerra ou soltura de espadas na cidade.
A recomendação também pede aos comandos e coordenações locais das polícias Civil e Militar que adotem providências no sentido de apreender as espadas localizadas em São Gonçalo dos Campos, por meio da realização de diligências para localizar depósitos, fabricantes, vendedores e compradores do artefato explosivo.
Segundo a promotora de Justiça, nos casos enquadrados como violação da Lei do Desarmamento, os envolvidos deverão ser presos em flagrante.
Ítala Maria levou em consideração que “inúmeros danos causados pela ocorrência de ‘guerra de espadas’ nas cidades do recôncavo da Bahia, inclusive em São Gonçalo dos Campos”.
Dentre os diversos crimes que podem decorrer do uso do explosivo, a promotora listou perigo para a vida de outrem, lesão corporal, dano qualificado, incêndio, explosão, além de apologia de crime ou de criminoso.

Elton John e Putin batem boca sobre direitos LGBT na Rússia


Presidente russo disse que cantor é "músico genial", mas está enganado sobre o assunto

Redação
BAHIA.BA
Foto: Reprodução/Fox News
Foto: Reprodução/Fox News

O presidente da Rússia Vladimir Putin e o cantor Elton John trocaram farpas neste sábado (29) em divergência sobre os direitos LGBTs na Rússia.
Na sexta, o cantor britânico se mostrou profundamente incomodado com as declarações do presidente ao jornal Financial Times, quando havia dito que os valores liberais estão “obsoletos” e são rejeitados pela maioria dos países ocidentais.
Elton John também chamou o presidente russo de hipócrita por ter dito que deseja a felicidade da população LGBT, uma vez que cenas gays do filme “Rocketman”, baseado na vida do cantor, foram censuradas na Rússia.
“Discordo fortemente da visão dele de que buscar políticas que abarquem a diversidade sexual e multicultural seja algo obsoleto em nossas sociedades”, afirmou o artista, que é gay, em um comunicado direcionado a Putin.
Putin respondeu o cantor neste sábado, após exaltá-lo como um gênio da música.”Tenho muito respeito por ele, é um músico genial, todos gostamos de sua música, mas acho que ele está enganado”.
O presidente também disse que as autoridades russas têm uma atitude “tranquila e sem preconceitos” em relação à população LGBT, mas que decisões sobre identidade de gênero só podem ser tomadas por adultos, motivo pelo qual os menores de idade devem ser “deixados em paz”.
A legislação russa proíbe a “propaganda de homossexualidade entre menores”. Com informações da Folha de S. Paulo.

Pacientes estão demandando uso medicinal da cannabis, dizem médicos


"Pacientes têm buscado a melhora de sua qualidade de vida e procuram médicos que possam prescrever"

Agência Brasil
BAHIA.BA
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

Pacientes com diversos diagnósticos que não estão obtendo avanços com tratamentos tradicionais se interessam, cada vez mais, pelo uso medicinal da maconha. Essa percepção é compartilhada por diversos médicos reunidos neste fim de semana, no Rio de Janeiro, para a segunda edição do Seminário Internacional “Cannabis Medicinal, um Olhar para o Futuro”.
Segundo eles, a demanda crescente é influenciada pelos avanços científicos, pela cobertura da mídia e pela possibilidade de liberação do cultivo para fins medicinais, tema de uma consulta pública aberta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Não há dúvidas de que a demanda continuará crescendo cada vez mais. Precisamos estar preparados para atendê-la”, disse o neurologista Eduardo Faveret, diretor do Centro de Epilepsia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, unidade vinculada ao governo do Rio de Janeiro.
Essa conclusão é compartilhada pelo ortopedista Ricardo Ferreira, especialista no tratamento clínico e cirúrgico de dores crônicas e patologias da coluna vertebral. “Pacientes têm buscado a melhora de sua qualidade de vida e procuram médicos que possam prescrever. Tenho recebido cada vez mais pacientes que já chegam com histórico de dores refratárias à métodos tradicionais, que foram tratados por outros médicos sem sucesso”, disse.
Ricardo disse que passou a se interessar pelo uso medicinal da maconha quando estava buscando alternativas para casos em que os remédios disponíveis no mercado se mostravam ineficazes. “Fui vendo que haviam evidências cada vez mais fortes do potencial do uso da cannabis para tratamento das dores crônicas. Em países como a Holanda e o Canadá e em alguns estados do Estados Unidos, já haviam estudos com conclusões nessa direção”.
Desde 2015, a Anvisa autoriza a prescrição médica da cannabis. A dificuldade fica por conta da obtenção do produto. Com a comercialização proibida no Brasil, os medicamentos precisam ser importados. De posse da receita médica, o paciente precisa assinar um termo de responsabilidade e aguardar a autorização da Anvisa. A importação por empresas, para distribuição no Brasil, é vetada. A autorização é concedida de forma individual para cada paciente.
A exceção é o Mevatyl, também conhecido como Sativex, que foi aprovado pela Anvisa e chegou nas farmácias do país no ano passado. Ele tem sido indicado, por exemplo, para alguns pacientes com esclerose múltipla, doença na qual ocorre a inflamação e destruição da mielina, camada protetora das células nervosas.
Segundo a Fioruz, existem hoje no Brasil mais de 8 mil pacientes autorizados a importar remédio à base de cannabis para diversos tipos de doenças. Desde o aval da Anvisa, em 2015, o ortopedista calcula ter prescrito esses medicamentos para mais de 300 pessoas. “Uns 150 seguiram os procedimentos para obter autorização de importação e conseguiram efetivamente o produto. E desses, metade conseguiu alívio significativo da dor e continua utilizando. Hoje faço cerca de 120 consultas semanais. Em 10 delas, em média, eu indico a cannabis. Continuo fazendo cirurgias, continuo prescrevendo remédios tradicionais. A cannabis entra como mais um arsenal terapêutico, sobretudo para os casos que não respondem às terapias tradicionais”, disse.
Substâncias– O Seminário Internacional “Cannabis Medicinal, um Olhar para o Futuro”, que ocorre até amanhã (30), no Instituto Europeu de Design (IED), é fruto de uma parceria entre a Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi) e a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), instituição científica vinculada ao Ministério da Saúde. A iniciativa também conta com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Além dos médicos e pesquisadores brasileiros, estão reunidos no evento especialistas do Chile, da Espanha, da Argentina, da Colômbia, do Peru e do Panamá. Eles discutem as evidências dos benefícios para pacientes com câncer, epilepsia, dores crônicas, alzheimer, esclerose múltipla, entre outros. Substâncias como o canabidiol e o tetraidrocanabinol (THC) já possuem reconhecidos efeitos ansiolíticos, antidepressivos e anti-inflamatórios.
“Essas são as duas substâncias mais estudadas clinicamente. Mas há outras. Há um arsenal terapêutico de canabinoides e terpenos. E isso varia de planta para planta. Tem cannabis que é rica em canabidiol, outras em THC. A genética da planta interfere no tipo de óleo que ela vai oferecer. Aqui no Brasil, as que se cultivam são geralmente mais ricas em THC. O THC tem várias aplicações terapêuticas. Mas tem que ter um controle da dosagem, acompanhamento, observar a questão de idade”, alertou Feveret.
Ele destaca avanços na neurologia e na oncologia. “Já há pesquisas clínicas em fase 2 revelando uma melhora muito grande para pacientes com glioblastoma multiforme, o tipo mais grave do câncer cerebral. A cannabis aumentou bastante a sobrevida média, melhorou a qualidade de vida”, disse. O neurologista também cita investigações que apontaram melhores resultados de radioterapia quando o tratamento é associado ao uso da maconha.
As substâncias podem servir de base para pomadas, chás, óleos, manteigas. Fumar também tem efeitos terapêuticos, mas médicos afirmam que o efeito tem menor duração. A forma de uso deve ser definida na prescrição, considerando diversos fatores como o problema a ser tratado, a idade e a condição física do paciente.
Cidadania – Pacientes e familiares de pacientes com os mais variados diagnósticos também participam do seminário. “Eles são muito ativos nos eventos científicos, formam associações, acolhem outros pacientes e seus familiares. É um processo em que há muita cidadania envolvida e muita consciência, disse Feveret.
Vendo desde 2013 a cannabis melhorar a qualidade de vida de sua filha com epilepsia, a advogada Margarete Brito é uma das principais mobilizadoras da sociedade civil do Rio de Janeiro em torno do assunto. Coordenadora da Apepi, que organiza o seminário junto com a Fiocruz, ela já ganhou prêmios internacionais e teve sua história relatada no Documentário “Ilegal – A vida não espera”.
“Hoje a possibilidade que tem para os pacientes é basicamente os importados, que acabam tendo alto custo. Um paciente gasta, no mínimo, R$ 1,5 mil por mês. Para conseguir fazer essa importação do remédio, além de ser caro, é muito demorado e burocrático. Mesmo seguindo todo o procedimento, às vezes ainda fica parado na alfândega. Enfim, é muito complicado. Esse é o motivo de estarmos nessa luta”, explicou.
Ela acredita que a realidade possa melhorar com uma regulamentação do cultivo para fins medicinais. Alguns pacientes conseguem aval da Justiça para plantar individualmente. Em 2017, a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), entidade sediada em João Pessoa, obteve judicialmente o direito de produzir óleos a partir da maconha para tratamento de pacientes associados. É a única entidade no país hoje com autorização para o cultivo coletivo. Há duas semanas, a Apepi moveu uma ação com a expectativa de obter o mesmo direito da Abrace.
Ao mesmo tempo, uma consulta pública da Anvisa sobre o tema está aberta até o dia 19 de agosto e qualquer cidadão ou instituição pode opinar. “Esperamos que essa regulamentação atenda a real demanda dos pacientes. Que não fique apenas na produção empresarial, mas também dê acesso ao cultivo coletivo para que associações possam produzir a planta e seus extratos dentro de critérios de boas práticas tanto agrícolas, como farmacológicas”, disse o ortopedista Ricardo Ferreira.

Profissionais da Segurança Pública realizam protesto contra Previdência no 2 de Julho


Grupo sairá em caravana de Salvador, na próxima segunda-feira (1), para Brasília

Redação
BAHIA.BA
Categoria retorna as atividades normais nesta sexta-feira. Foto: Divulgação Sindpoc
Foto: Divulgação/ Sindpoc

Policiais civis, agentes penitenciários, federais e rodoviários federais vão realizar um protesto contra a reforma da Previdência, no feriado do 2 de julho, às 13h, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Em defesa dos policiais civis, sairá uma caravana de Salvador, na próxima segunda-feira(1), às 6h, rumo à Brasília.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes, a PEC 006/2019 da Reforma da Previdência penaliza os trabalhadores da Segurança Pública, principalmente, os policiais civis, agentes penitenciários, federais e rodoviários federais que serão prejudicados com a retirada da integralidade e da paridade e sofrerão com o aumento significativo dos anos de contribuição.
“Atualmente, as mulheres da Polícia Civil se aposentam com 25 anos de contribuição e os homens com 30 anos de contribuição. Só vamos alcançar a Aposentadoria equivalente a 100% do salário apenas quando completarmos 40 anos de contribuição. Com a aprovação da Reforma da Previdência, aos 30 anos de contribuição iremos receber o valor correspondente a 60% do salário,”, disse o sindicalista.
Eustácio Lopes salientou que os profissionais reivindicam os mesmos direitos dos policiais militares e das Forças Armadas.
“Nós queremos as mesmas condições dos policiais militares e das Forças Armadas. Vivemos uma guerra diária! Todos os dias policiais civis são abatidos e mortos no Brasil! As Forças Armadas vivem aguardando uma iminência de uma guerra sendo que, na verdade, nós enfrentamos cotidianamente uma guerra. Não podemos deixar de sermos considerados como atividade de risco conforme prevê a Reforma da Previdência”, ressaltou.

BH e outras 20 cidades mineiras têm manifestações de apoio a Moro e a reformas


Vinte e uma cidades de Minas Gerais, incluindo Belo Horizonte, têm protestos marcados para este domingo (30) a favor do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e de projetos de lei do governo de Jair Bolsonaro (PSL). As manifestações, convocadas por movimentos de direita pelas redes sociais e por políticos partidários do presidente, acontecem na esteira da série de revelações de conversas do ex-juiz federal feitas pelo site The Intercept Brasil.
Na capital mineira, a concentração começou às 10h, na Praça da Liberdade. Muita gente se vestiu de verde e amarelo e levou cartazes e faixas.
Além de BH, o grupo confirmou protestos em Araxá, Cataguases, Governador Valadares, Itajubá, Itaúna, Jacutinga, Lavras, Montes Claros, Nova Era, Passos, Patos de Minas, Poços de Caldas, Santa Bárbara do Leste, Timóteo, Três Corações, Uberaba, Uberlândia, Ubá, Varginha e Viçosa. De acordo com o Vem Pra Rua, que convocou os movimentos, são 203 cidades em todo o Brasil.
Além da defesa de Sérgio Moro, os movimentos defendem duas bandeiras do presidente nos protestos: o pacote anticrime e a reforma da Previdência. Ambos os projetos de autoria do Executivo estão sendo votados no Congresso Nacional.
Não há previsão de público na capital mineira. A previsão é que a manifestação seja encerrada às 15h, de acordo com o Vem Pra Rua.

‘Eu vejo, eu ouço’, diz Moro sobre manifestações em seu apoio

POLITICA LIVRE
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Moro se manifestou no Twitter em relação aos atos de apoio a ele e à operação Lava Jato
O ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, se manifestou no Twitter em relação aos atos de apoio a ele e à operação Lava Jato que acontecem neste domingo (30) em diferentes cidades do país. Ao compartilhar um vídeo do protesto na orla da praia de Copacabana, no Rio, ele comentou: “Eu vejo, eu ouço”. Os atos deste domingo foram convocados após a divulgação de conversas atribuídas a Moro e integrantes da Lava Jato levantando a suspeita de que o ex-juiz tenha sido parcial no julgamento de Lula, condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá (SP). A revelação dos diálogos, iniciada pelo site The Intercept Brasil em 9 de junho, deixou o titular da Justiça sob ataque. Movimentos como VPR (Vem pra Rua), MBL (Movimento Brasil Livre) e Nas Ruas, que foram indutores de protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), capitaneiam a organização, ao lado de grupos de menor capilaridade, que mantêm páginas em redes sociais. O VPR contabilizava até a manhã deste domingo concentrações marcadas em 203 cidades e mais de 318 mil pessoas convidadas. A lista incluía atos fora do Brasil, em lugares como Nova York, Lisboa, Genebra e Buenos Aires. Em São Paulo, a manifestação está marcada para as 14h, na avenida Paulista.
Folhapress

Bolsonaro diz esperar que Congresso brasileiro seja um dos primeiros a aprovar acordo UE-Mercosul

POLITICA LIVRE
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Para o presidente, a missão foi cumprida e que os termos do acordo devem começar a valer em dois ou três anos
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (30) esperar que o Congresso brasileiro seja um dos primeiros a aprovar o acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado durante a reunião do G20 no Japão. Ao chegar ao Palácio da Alvorada após viagem para participar da cúpula, o mandatário disse que a missão foi cumprida e que os termos do acordo devem começar a valer em dois ou três anos. “Missão cumprida, atingiu todos os objetivos. Houve a concretização do [acordo entre União Europeia e] Mercosul, e as informações que tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor em 2 ou 3 anos, mas depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero”, disse. As declarações foram dadas pelo presidente ao chegar ao Palácio da Alvorada após a viagem ao encontro na Ásia. Anunciado após cerca de 20 anos de negociação, o acordo comercial agora passará por revisão técnica e jurídica dos termos fechados. Só neste ponto será definida uma data para assinatura efetiva do acordo. Depois disso, os presidentes dos países do Mercosul enviam o acordo para o Congresso. Na UE, o acordo deve passar por votação no Parlamento Europeu. Segundo o presidente, é necessário facilitar o comércio para exportação de carne brasileira a países asiáticos. Ele falou que, na viagem ao Japão, convidou autoridades daquele país ao Brasil e falou que vai oferecer carne brasileira aos convidados. “Como eles vão para o Chile, pedi que passassem por aqui e eles falaram que passarão. Pedi que passem na hora do almoço que eu quero ofertar um churrasco com carne brasileira. Porque o churrasco que eu comi lá, com carne australiana, não tem graça. É um churrasco genérico”, disse em tom de brincadeira. O presidente ainda falou que quer iniciar o plano de transformar a Baía de Angra em uma “Cancún brasileira”, mas que para isso enfrenta dificuldades legais. A área é protegida por legislações ambientais. “Gostaria de começar logo nosso plano de transformar a Baía de Angra numa Cancún brasileira. Mas para revogar um decreto botaram numa lei que tem que ser outra lei. Um absurdo. O aparvalhamento não é só de gente não Brasil, é de legislação”, disse. O mandatário afirmou que as legislações existentes hoje preveem uma grande quantidade de conselhos, que abrigariam uma grade quantidade de membros, e que precisa enfrentar isso “devagar”. “Foram amarrando [a lei] e tem uma quantidade enorme de conselhos. Têm ministérios que têm 200 pessoas em conselho, o equivalente a um terço do parlamento. Não tem como resolver. É muito difícil, tem que lutar contra isso devagar”, disse.
Folhapress

Estão colocando Moro na parede para libertar um ‘bando de canalhas’, diz ministro de Bolsonaro

POLIYICA LIVRE
Augusto Heleno disse ainda ser uma "calhordice" querer transformar o colega de herói nacional para acusado
O ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) disse neste domingo (30) que estão colocando Sergio Moro contra a parede com o objetivo de libertar “um bando de canalhas” da prisão.
Discursando em ato de apoio ao ex-juiz e atual ministro da Justiça, em Brasília, o general afirmou ainda ser uma “calhordice” querer transformar o colega de herói nacional para acusado.”O ministro Moro teve a coragem de abandonar 22 anos de magistratura para se entregar à pátria sem ganhar nada. E esse homem está sendo colocado na parede para tirarem da cadeia um bando de canalhas que afundaram o país”, discursou Heleno, tendo sido bastante exaltado pelo público presente. O ato deste domingo foi convocado após virem à tona conversas atribuídas ao juiz e a integrantes da Lava Jato que reforçam as suspeitas de que Moro agiu com parcialidade no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Acho que é uma calhordice quererem colocar o ministro Sergio Moro na situação de julgado ao invés de ser juiz. Estão querendo inverter os papéis e transformar um herói nacional num acusado”, acrescentou Heleno em sua fala aos manifestantes. Ao seu lado no carro de som estava um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Alguém aí gosta de bandido, alguém aqui é amigo de bandido? (…) Jair Bolsonaro já falou, Sergio Moro não sai. Nosso total apoio ao ministro Sergio Moro”, discursou Eduardo. Na semana que passou a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por 3 votos contra 2 negar o pedido de soltura de Lula, preso desde abril de 2018, mas adiou a discussão sobre a suspeição de Moro.
Folhapress

Tereza Cristina: Acordo com UE será fundamental para modernização da agricultura

POLITICA LIVRE

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Para a ministra, será ainda uma excelente oportunidade para os produtores brasileiros acessarem o "grande mercado"
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou neste domingo, 30, que o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul “será fundamental” para a modernização da agricultura brasileira. “Esse acordo será fundamental para a modernização da nossa agricultura, além de ser uma excelente oportunidade para os produtores brasileiros acessarem esse grande mercado”, escreveu a ministra em sua conta oficial do Twitter. Na última sexta-feira, 28, União Europeia (UE) e Mercosul anunciaram a assinatura de acordo comercial histórico, após 20 anos de negociações. Em nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, Agricultura e Economia, o governo afirmou que o acordo é o “mais amplo” do tipo já negociado pelo bloco de países sul-americanos e constituirá “uma das maiores áreas de livre-comércio do mundo. Pelo acordo, produtos agrícolas brasileiros como suco de laranja frutas e café solúvel terão suas tarifas eliminadas para exportação para o bloco europeu. Exportadores brasileiros obterão ampliação do acesso, por meio de cotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros. Cachaças, queijos, vinhos e cafés do Brasil serão reconhecidos como distintivos. Produtos da UE, como chocolates e produtos para confeitaria, vinhos, espumantes e refrigerantes poderão ser vendidos para o Brasil sem tributação. O acordo estabelece também cotas para entrada de produtos lácteos do bloco europeu no Brasil com isenção de tarifas de importação. A ministra voltou no sábado, 29, da viagem à Bruxelas, onde a cúpula entre os dois blocos foi realizada. A agenda oficial de Tereza Cristina não prevê eventos ou reuniões para este domingo.

Confira o que Putin acha do mundo atual, em entrevista ao “Financial Times”


Resultado de imagem para putin
Putin diz que Trump é talentoso e sabe fazer o que o povo espera
Deu no Financial Times
Na véspera da reunião do G20, Vladimir Putin conversou em Moscou com o editor do Financial Times, Lionel Barber, e com o chefe da sucursal, Henry Foy. Nenhum outro líder mundial esteve em tantas reuniões internacionais do G20 e do G7 nos últimos 20 anos, tempo durante o qual o senhor está no comando da Rússia. Nesta entrevista, ele mostra o que pensa sobre o atual momento internacional e a disputa comercial entre China e Estados Unidos.
Lionel Barber: O senhor acredita que o mundo agora está mais fragmentado?
Claro, porque durante a Guerra Fria, o pior foi a Guerra Fria. É verdade. Mas havia pelo menos algumas regras que todos os participantes da comunicação internacional mais ou menos aderiram ou tentaram seguir. Agora, parece que não há regras. Nesse sentido, o mundo se tornou mais fragmentado e menos previsível, o que é o mais importante e lamentável.
Lionel Barber: Vamos voltar a este tema do mundo sem regras, fragmentação, mais transacional. Mas primeiro, Sr. Presidente, diga-nos o que o senhor quer alcançar em Osaka, em termos de suas relações com essas outras partes? Quais são seus principais objetivos para a cúpula?
Eu gostaria que todos os membros do G20 reafirmassem sua intenção – pelo menos uma intenção – de elaborar algumas regras gerais que todos seguiriam e de demonstrar seu compromisso e dedicação para fortalecer as instituições financeiras e comerciais internacionais. Todo o resto são detalhes que complementam os principais tópicos de uma forma ou de outra.
Lionel Barber: O senhor terá uma reunião com Mohammad bin Salman em Osaka. Podemos esperar uma extensão do atual acordo sobre a produção de petróleo? Limitações?
Como você sabe, a Rússia não é membro da OPEP, apesar de estar entre os maiores produtores do mundo. Nossa produção diária é estimada em 11,3 milhões de barris, acredito. Os Estados Unidos apareceram à nossa frente. Mas acreditamos que nossos acordos de estabilização de produção com a Arábia Saudita e a OPEP em geral tiveram um efeito positivo na estabilização e previsão do mercado. Acredito que tanto os produtores de energia, neste caso, os países produtores de petróleo, quanto os consumidores estão interessados nisso, porque, definitivamente, estabilidade é artigo que atualmente está definitivamente em falta. E nossos acordos com a Arábia Saudita e outros membros da OPEP, sem dúvida, fortalecem a estabilidade.
Lionel Barber: Eles estão um pouco frustrados. Gostariam de produzir mais. Isso está correto?
Eles têm uma política inteligente. Não se trata de aumentar a produção, embora seja um componente importante no trabalho de grandes empresas petrolíferas. É sobre a situação do mercado. Eles têm uma visão abrangente da situação, bem como de suas receitas e despesas. Claro, eles também estão pensando em impulsionar a indústria, investimentos oportunos, maneiras de atrair e usar tecnologia moderna, bem como tornar esta indústria vital mais atraente para os investidores.
Lionel Barber: O senhor observou quatro presidentes americanos de perto e talvez de cinco, o senhor teve experiência direta. Em que o presidente Trump é diferente?
Somos todos diferentes. O primeiro presidente dos EUA com quem entrei em contato foi Bill Clinton. De modo geral, a experiência me parece positiva. Estabelecemos laços suficientemente estáveis e semelhantes a negócios por um curto período de tempo, porque seu mandato já estava chegando ao fim. Eu era apenas um jovem presidente que acabara de começar a trabalhar. Lembro sempre que o presidente Clinton estabeleceu relações de parceria comigo. Continuo muito grato a ele por isso.
Houve tempos diferentes e tivemos que lidar com vários problemas com todos os outros colegas. Infelizmente, isso muitas vezes envolveu debates, e nossas opiniões não coincidiram em alguns assuntos que, em minha opinião, podem ser chamados de aspectos-chave para a Rússia, os Estados Unidos e o mundo inteiro. Por exemplo, dentre aqueles assuntos, a retirada unilateral dos EUA do Tratado de Mísseis Antibalísticos que, como sempre acreditamos, e como ainda estou convencido, era a pedra fundamental de todo o sistema internacional de segurança.
De qualquer forma, fiz tentativas muito enérgicas para convencer nossos parceiros americanos a não se retirarem do Tratado. Sugeri trabalhar em conjunto em projetos de defesa antimísseis que deveriam envolver Estados Unidos, Rússia e Europa. Aqueles projetos estipulavam parâmetros específicos dessa cooperação, determinavam abordagens de mísseis perigosos e previam o intercâmbio de tecnologia, a elaboração de mecanismos de tomada de decisões, etc. Essas eram propostas absolutamente específicas.
Estou convencido de que o mundo seria um lugar diferente hoje, se nossos parceiros nos EUA tivessem aceitado essa proposta. Infelizmente, não aconteceu. Podemos ver que a situação está se desenvolvendo em outra direção; novas armas e tecnologia militar de ponta estão surgindo. Bem, esta não é a nossa escolha. Mas, hoje, devemos pelo menos fazer todo o possível para não agravar a situação.
Lionel Barber: O senhor é um estudante de história. E registram-se muitas horas de horas de conversa entre o senhor e Henry Kissinger. O senhor quase certamente leu o livro dele, World Order [Ordem Mundial]. Com o Sr. Trump, vimos algo novo, algo muito mais transacional. Ele é muito crítico de alianças e aliados na Europa. O senhor vê aí alguma vantagem para a Rússia?
Seria melhor perguntar qual seria a vantagem dos Estados Unidos, neste caso. O Sr. Trump não é político de carreira. Ele tem uma visão mundial distinta, e tem sua específica visão dos interesses nacionais dos EUA. Eu não aceito muitos de seus métodos quando se trata de resolver problemas. Mas você sabe o que penso? Acho que o Sr.Trump é pessoa talentosa. Ele sabe muito bem o que seus eleitores esperam dele. Alguém já pensou em quem realmente se beneficiou e que benefícios foram obtidos com a globalização, cujo desenvolvimento temos observado e do qual participamos nos últimos 25 anos, desde os anos 90?
A China fez uso da globalização, em particular, para tirar milhões de chineses da pobreza. Nos Estados Unidos, as principais empresas americanas fizeram uso desses benefícios. Mas a classe média nos Estados Unidos não se beneficiou da globalização; ficou de fora quando esse bolo foi dividido. A equipe Trump percebeu isso com muita clareza e clareza, e eles usaram isso na campanha eleitoral.
Lionel Barber: Eu definitivamente quero voltar para a economia russa. Mas o que o senhor disse é absolutamente fascinante. Aqui está o senhor, o Presidente da Rússia, defendendo a globalização junto com o Presidente Xi, enquanto o Sr. Trump está atacando a globalização e falando sobre America First. Como o senhor explica esse paradoxo?
Eu não acho que o desejo do presidente dos EUA de pôr os EUA em primeiro lugar seja algum paradoxo. Eu quero que a Rússia seja a primeira, e isso não é percebido como um paradoxo. Não há nada incomum aí. Quanto ao fato de ele estar atacando algumas manifestações da globalização, já comentei. O presidente Trump parece acreditar que os resultados da globalização poderiam ter sido muito melhores para os Estados Unidos, do que são. Esses resultados da globalização não estão produzindo o efeito desejado para os Estados Unidos. Assim, o presidente dos EUA está iniciando essa campanha contra certos elementos da globalização. É movimento que preocupa todos, principalmente os principais participantes do sistema de colaboração econômica internacional, incluindo aliados.
Lionel Barber: O senhor teve muitas reuniões com o Presidente Xi, e Rússia e China definitivamente se aproximaram. O senhor não estaria pondo muitos ovos na cesta da China? Porque a política externa russa, inclusive sob sua liderança, sempre teve a virtude de conversar com todos.
Primeiro de tudo, temos muitos ovos, mas há poucas cestas onde esses ovos podem ser colocados. Este é o primeiro ponto. Em segundo lugar, avaliamos sempre os riscos. Em terceiro lugar, as nossas relações com a China não são motivadas por considerações políticas e oportunismo. Permitam-me salientar que o Tratado de Amizade com a China foi assinado em 2001, se não estou enganado, muito antes da situação atual e muito antes das atuais divergências econômicas, para dizer o mínimo, entre os Estados Unidos e a China. Nos últimos 25 anos (acho que são 25), a participação dos países do G7 no PIB global caiu de 58% para 40%. Isso também tem efeito, de alguma forma, nas instituições internacionais. Essa é a posição comum da Rússia e da China. É posição de justiça, e nada há aí de especial.
Lionel Barber: Estou aliviado que este suprimento de ovos seja forte. Mas o ponto sério, Senhor Presidente, é que o senhor está familiarizado com o livro de Graham Allison, The Thucydides’s Trap [A Armadilha de Tucídides]. Há alto risco de tensões ou risco de conflito militar entre uma potência dominante e uma potência em ascensão, EUA e China. O senhor acha que há risco de conflito militar, ainda no seu tempo, entre Rússia, EUA e China?
Você sabe, toda a história da humanidade sempre esteve cheia de conflitos militares, mas desde o surgimento das armas nucleares o risco de conflitos globais diminuiu, devido às potenciais consequências trágicas globais para toda a população do planeta no caso de conflito entre dois estados nucleares. Espero que não chegue a isso.No entanto, é claro, temos que admitir que não se trata apenas dos subsídios industriais da China, por um lado, ou da política tarifária dos Estados Unidos, por outro. Em primeiro lugar, estamos falando de diferentes plataformas de desenvolvimento, por assim dizer, na China e nos Estados Unidos. Eles são diferentes e o senhor, sendo um historiador, provavelmente concordará comigo. Eles têm filosofias diferentes nas políticas externa e interna.
Mas gostaria de compartilhar algumas observações pessoais com o senhor. Estou apenas observando o que está acontecendo no momento – sobre relações aliadas com um país ou um confronto com o outro. A China está mostrando lealdade e flexibilidade aos seus parceiros e opositores. Talvez haja aí alguma relação com características históricas da filosofia chinesa, sua abordagem para construir relações.
Por conseguinte, não creio que a China nos faça qualquer ameaça. Realmente, não consigo imaginar tal coisa. Mas é difícil dizer se os Estados Unidos teriam paciência suficiente para não tomar decisões precipitadas, mas respeitar seus parceiros, mesmo que houvesse divergências. Mas, espero, gostaria de repetir: espero que não haja nenhum confronto militar.
Lionel Barber: Controle de armas. Sabemos que o acordo INF está em grave risco. Existe algum lugar, do ponto de vista da Rússia, para futuros acordos de controle de armas, ou estamos em uma nova fase, quando é provável que vejamos uma nova corrida armamentista nuclear? Acredito que haja tal risco. Como já disse, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do Tratado ABM, e recentemente também deixaram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário. Mas desta vez, não apenas desistiram, mas encontraram um motivo para desistir, e esse motivo foi a Rússia. Não creio que a Rússia signifique algo para eles nesse caso, porque é improvável que este teatro de guerra, o teatro de guerra na Europa seja interessante para os EUA, apesar da expansão da OTAN e do contingente da OTAN perto das nossas fronteiras. O fato permanece: os EUA retiraram-se do Tratado. Agora, a agenda está focada no Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New START).
Estamos prontos para manter conversações e estender esse tratado entre os Estados Unidos e a Rússia, mas não vimos nenhuma iniciativa relevante de nossos parceiros americanos. Eles ficam em silêncio, e o tratado expirará em 2021. Se não começarmos as conversações agora, tudo isso acabará, porque não haveria tempo nem para as formalidades.
Nossa conversa anterior com Donald mostrou que os americanos parecem interessados nisso, mas não estão dando qualquer passo prático. Portanto, se este tratado deixar de existir, não haverá instrumento no mundo para reduzir a corrida armamentista. E isso é ruim.