Pedro do Coutto
Uma contradição chamada Paulo Guedes: ao mesmo tempo em que, através do projeto de reforma da Previdência, o titular da Economia defende o corte de 100 bilhões de reais por ano atingindo aposentadorias e pensões, de outro lado ele divulga que, ainda este ano, o governo deve liberar 100 bilhões de reais para estimular crédito e em consequência o consumo da população. Uma atitude colide com outra, sobretudo porque a ideia central de Paulo Guedes é fazer com que os bancos concedam mais créditos à sociedade.
Reportagem de Victor Farias, Renata Vieira e Eliane Oliveira, O Globo de ontem, focaliza o assunto. A matéria foi publicada com grande destaque, como é natural. Entretanto, quando digo uma contradição chamada Paulo Guedes, cotejo duas iniciativas totalmente opostas e partidas de um mesmo governo.
PARADOXO – O Ministro Paulo Guedes, ao defender a reforma da Previdência, anunciou que vai causar uma economia de 100 bilhões de reais por ano, o que seria um total de 1 trilhão de reais. Ao mesmo tempo ele propõe ao Banco Central que libere 100 bilhões de reais este ano para estimular o crédito.
A engrenagem anunciada revela como alvo a redução dos recursos financeiros que os bancos têm que manter imobilizados em caixa e promover a distribuição das parcelas visando um reflexo na estimulação de crédito.
Com isso esse homem fatal de Nelson Rodrigues, espera que com a diminuição do compulsório o sistema bancário brasileiro possa liberar mais créditos tanto a pessoas físicas quanto a empresas. Não há na informação nenhuma barreira no que se refere aos juros cobrados pelos empréstimos.
ENDIVIDAMENTO – Como se constata uma das consequências de tal liberação destina-se indiretamente a promover ainda mais endividamentos por parte dos que contratarem apoios financeiros em forma de créditos.
Além disso, a ampliação do endividamento vai causar, digo eu, inadimplências maiores do que aquelas que se registram até agora. Um pêndulo oscila entre as duas ideias. Acontece que a liberação de 100 bilhões para os bancos somente pode causar um efeito favorável a população se ela não contrair maiores dívidas do que as em vigor até hoje.
OUTRO ASSUNTO – Surgiram na imprensa e nas redes sociais notícias sobre as desocupação dos edifícios da Rua Real Grandeza, sede de Furnas, segunda maior estatal do país. Uma parte dos servidores seria transferida para o prédio da Eletrobrás na Av. Presidente Vargas, na Candelária. Outra parte para Jacarepaguá. O que será feito dos vários prédios em que Furnas funciona hoje não se sabe ao certo.
É uma estranha questão a ser decifrada.
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