Resultado da pesquisa inclui as decisões em primeira e segunda instância de casos julgados na Justiça Militar da União (JMU)
Luiz Felipe Fernandez da Cunha
A quantidade de militares das Forças Armadas condenados por posse ou tráfico de drogas cresceu 706% entre o período de 2010 e 2017. Os dados do levantamento feito pelo Superior Tribunal Militar (STM) vêm à tona em meio à polêmica prisão de um militar da Aeronáutica flagrado com 39kg de cocaína na Espanha.
O resultado da pesquisa inclui as decisões em primeira e segunda instância de casos julgados na Justiça Militar da União (JMU), que é responsável pelos militares da Aeronáutica, Marinha e Exército.
Segundo o ministro da defesa, Fernando Azevedo e Silva, casos de tráfico como o que o sargento do Exército no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) é acusado, são raros. Ele alega que a maior parte são de condenados por posse ou uso de substâncias entorpecentes, e este fator estaria ligado ao suposto aumento de usuários no Brasil nos últimos anos. Azevedo categorizou a atitude do militar como “inaceitável” e garantiu que as Forças Armadas não vão aceitar “criminosos” em sua companhia.
De acordo com o STM, em 2010 apenas 16 militares foram condenados por crimes ligados ao envolvimento com drogas. Em 2017, o número saltou para 129, com o ápice atingido em 2015, com nada menos do que 154 condenados, com um total de 358 agentes envolvidos.
No total, a maior parte é composta por “praças” – cargos de menor hierarquia militar. Somente quatro oficiais foram condenados por tais crimes neste período. Mesmo com o crescimento, o número absoluto, segundo o UOL, ainda é considerado baixo, visto o grande efetivo de militares no país, que pode chegar a 370 mil pessoas.
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