Atualmente, serviço conta com nove cirurgiões e é feito apenas no Base.
Especialidade trata bócio e tumores na boca, laringe e glândulas da saliva.
O secretário-adjunto de Saúde do Distrito Federal,
Elias Miziara (Foto: Raquel Morais/G1)
Com quantidade insuficiente de profissionais e de salas cirúrgicas, a
rede pública contabiliza 600 pessoas na fila para cirurgias de cabeça e
pescoço no Distrito Federal. A especialidade trata principalmente de
doenças como o bócio, problemas em glândulas salivares e tumores na boca
e na laringe.Elias Miziara (Foto: Raquel Morais/G1)
Para atender a demanda, o secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara, estima que o ideal seria ter o dobro de cirurgiões especializados - são nove, atualmente - e disponibilizar o serviço em pelo menos quatro hospitais - hoje, apenas o Base oferece atendimento.
"É um problema grande. Não é pequeno o problema, de fato. Nossa principal dificuldade é quanto a falta de cirurgiões especializados. Também precisaríamos expandir o serviço para os hospitais de Taguatinga, Gama e Sobradinho, no mínimo. Fora isso, tem a questão da falta de anestesistas. O Base tem 16 salas cirúrgicas, mas não conseguimos fazer todas funcionarem porque não tem médico. A gente tem no máximo 11 ou 12 funcionando", declarou Miziara.
Entre as ações da pasta para tentar contornar o problema estão a contratação de novos anestesistas, por meio de um concurso ainda neste semestre, e a terceirização do serviço. Com isso, segundo a Secretaria de Saúde, a intenção é zerar a demanda ainda em 2014. A média atual é de 30 cirurgias por mês, a maioria contra bócio.
O secretário-adjunto disse ainda que está buscando cirurgiões gerais que tenham tido treinamento em cabeça e pescoço para "amenizar a situação". "Com dois [profissionais] especializados [nesta área] consigo fazer uma sala cirúrgica funcionar. Estamos tentando, dessa forma, abrir o atendimento também em Taguatinga", afirmou.
Para o coordenador do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública, Ramiro Sant'Ana, as cirurgias de cabeça e pescoço são um dos maiores problemas atuais da rede. "A questão não é o tamanho da fila, mas a quantidade de pessoas que é atendida. Essa é uma fila estrangulada. Há pouquíssimos profissionais, que alegam não ter estrutura para trabalhar. Dizem que faltam salas, leitos e anestésicos", afirmou.
Sant'Ana reconhece as dificuldades apresentadas pela Secretaria de Saúde e os esforços relatados pela pasta, mas avalia os prejuízos aos pacientes que aguardam pelo tratamento. Ele destaca a demora na prestação do serviço como uma das razões para a insatisfação dos brasilienses com a rede pública.
"Os tumores em pescoço e face são muito agressivos. Esse é um tipo de câncer que é extremamente complicado. A falta de atendimento adequado nessa área causa muito sofrimento aos pacientes. São casos graves mesmo. O bócio, por exemplo, gera compressão de órgãos, provoca dificuldade para comer e respirar. Os casos que não são de câncer já são graves, imagina os que são", declarou o defensor público.
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