Imunizante, hoje só disponível em clínica particular, entrará no calendário oficial; faixa etária também muda e indicação passa a ser a partir dos 9 anos
Lígia Formenti - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Ministério da Saúde vai incorporar a vacina
contra HPV no calendário nacional. Dessa forma, o imunizante, hoje só
disponível em clínicas particulares, passará a ser encontrado no Sistema
Único de Saúde (SUS). A medida já vem sendo estudada há mais de um ano e
deve ser anunciada na segunda - a produção ficaria a cargo de uma
Parceria Público-Privada. A infecção pelo HPV é comum e, na maioria dos casos, regride espontaneamente. No entanto, em um pequeno número de casos a infecção se mantém, aumentando o risco do surgimento de lesões. Quando não tratadas, elas podem levar ao câncer de colo de útero, de vagina e boca, por exemplo.
Treze tipos de HPV trazem maior risco de provocar lesões. São considerados de alto risco para câncer os de número 16 e 18. Estatísticas mostram que eles estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo de útero. Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são não oncogênicos.
Indicações. Há duas vacinas no mercado. A bivalente, produzida pela GlaxoSmithKline, protege contra HPV 16 e 18. A vacina quadrivalente, produzida pela MerckSharp&Dohme, dá proteção contra o HPV 6, 11, 16 e 18.
Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação da faixa etária para o uso da vacina bivalente de HPV. Antes da decisão, o imunizante era indicado para meninas entre 10 e 25 anos. Com a mudança, seu uso pode ser feito por meninas a partir dos 9 anos. A mudança foi feita a pedido da fabricante, a GlaxoSmithKline. A decisão vale para a bivalente. A quadrivalente é registrada na Anvisa para uso em mulheres e homens com idade entre 9 e 26 anos.
Até esta semana, as duas vacinas estão disponíveis apenas em clínicas particulares. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, tanto a vacina bivalente quanto a quadrivalente são mais indicadas para meninas que ainda não iniciaram a vida sexual, isso porque apresentam maior eficácia na proteção de pessoas que nunca tiveram contato com os tipos virais das vacinas. Países que adotam a vacinação em programas nacionais de imunização o fazem na faixa etária de 9 a 13 anos.
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