MEDIÇÃO DE TERRA

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terça-feira, 4 de junho de 2013

ONU confirma uso de armas químicas na Síria


Novo relatório coordenado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro diz haver provas de que arsenal proibido de Assad foi empregado pelo menos 4 vezes


O Estado de S. Paulo
DAMASCO - As Nações Unidas reconheceram ontem, pela primeira vez, que armas químicas foram usadas na guerra civil síria. A constatação está no novo relatório da Comissão Independente de Inquérito da Síria, instaurada pela ONU sob o comando do brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. O documento será divulgado hoje.
Além do emprego do arsenal proibido, a investigação lista outros crimes contra a humanidade que estão sendo cometidos em território sírio, como a imposição de cercos militares a cidades e o deslocamento forçado de comunidades civis. Segundo o levantamento da ONU, a violência na Síria já provocou 4,25 milhões de deslocados internos.
O inquérito afirma ainda que os rebeldes cometeram crimes de guerra, incluindo tortura e pilhagem. Essas violações, porém, "não atingiram a intensidade e a escala daquelas cometidas pelas forças do governo e de milícias associadas (a ele)".
Sobre as armas químicas, o relatório lista quatro incidentes em que foram encontradas provas de que "quantidades limitadas" de gases tóxicos foram empregadas - dois em Alepo, um em Damasco e outro em Idlib. "Não foi possível, com base nas evidências disponíveis, determinar precisamente que tipo de agentes químicos foram usados, seus sistemas de emprego nem os perpetradores (do crime)", ressaltam os investigadores das Nações Unidas.
Ainda de acordo com o documento, para se obter "conclusões definitivas" seria necessário obter mostras de tecido das vítimas desses ataques. Para isso, o regime de Bashar Assad deve permitir a entrada de especialistas estrangeiros.
Atrasado. Ao comentar ontem a crise síria, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, deixou escapar que Washington "chegou tarde" para a negociação diplomática. O comentário foi imediatamente interpretado como uma admissão de culpa do governo americano - a revolta síria começou em 2011, quando Barack Obama iniciava seu terceiro ano na Casa Branca.
"Esse é um processo muito difícil, em que chegamos tarde", afirmou o secretário de Estado ao responder uma pergunta sobre a cúpula de paz que ele, juntamente com o chanceler russo, Sergei Lavrov, convocaram, na Suíça, para este mês. / REUTERS e NYT

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