Infiltrações, rede elétrica e prédios danificados refletem educação no estado.
Das 35 escolas estaduais de Santa Maria, pelo menos 23 não têm alvará.
Pelo menos 300 escolas vão retomar as aulas com problemas de infraestrutura (Foto: Reprodução/RBS TV)
A volta às aulas de mais de 1 milhão de alunos nesta segunda-feira (24), na rede pública estadual do Rio Grande
do Sul, reflete problemas na estrutura do ensino gaúcho. Segundo a
Secretaria de Educação, pelo menos 300 das 2.570 escolas estaduais
retomarão as atividades com problemas de infraestrutura, o que
representa mais de 10% do total.Na época, os pais se disponibilizaram a pagar pela reforma, mas a Coordenadoria de Educação não autorizou por se tratar de um prédio público. "Nós tínhamos caixa através das promoções da escola para fazermos as obras, mas se não pode, qual alternativa se tem?", questiona o pai de uma aluna, Cesar Cony.
Além da biblioteca, outra parte na frente da escola também está interditada. O motivo é a situação precária da marquise, que fica na lateral da estrutura. A estrutura tem rachaduras e corre o risco de desabar. Segundo a Coordenadoria de Educação, a única reforma prevista é a da biblioteca. Enquanto isso, os pais decidiram agilizar a reforma da parte elétrica.
"Estamos fazendo a restauração da parte elétrica, que é muito antiga e perigosa. Recebemos 20 computadores do Ministério da Educação e não temos onde por", diz Maria Odete Scopel, presidente do Conselho de Pais e Mestres.
Por enquanto, os alunos iniciam o ano de estudos em locais improvisados. "As aulas recomeçam nos prédios alternativos, onde os alunos estão recebendo as aulas. A estimativa é que em todo ano de 2014 eles estarão nesses prédios. Nossa estimativa é que em fevereiro já saia a licitação para a reforma do prédio da escola", reitera Nádia La bella, coordenadora regional de educação.
A 17ª Coordenadora Regional de Educação, responsável pela Região da Campanha, registrou queda no número de matrículas neste ano, mas nenhuma das 69 escolas fechou as portas. Há dois anos, 25 mil alunos estavam matriculados nas escolas estaduais. Em 2014, 23 mil alunos fizeram a matrícula. As escolas da Zona Rural são as que apresentam maior queda no número de estudantes.
Já em Santa Maria, na Região Central, um ano depois da tragédia na boate Kiss, que matou 242 pessoas, a maioria das escolas estaduais ainda não tem Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). Um levantamento feito pela 8ª Coordenadoria Regional de Educação aponta que, das 35 escolas estaduais do município, 23 não têm o alvará. Cinco dessas instituições nem chegaram a enviar aos bombeiros o PPCI. Mesmo assim, todas os locais abrirão as portas nesta segunda-feira e receberão os estudantes.
Outro impasse da Região Central envolve um dos maiores colégios estaduais da cidade: o Cilon Rosa, com mais de 1,3 mil alunos. A escola ameaçou atrasar o início do ano letivo na semana passada se a obra em um muro que estava desabando não começasse. Na última quinta-feira (20), a estrutura foi demolida para a colocação de uma tela provisória no entorno do colégio. Para evitar a movimentação de alunos durante as obras, os períodos de aula serão reduzidos. A construção de um novo muro está em processo de licitação e deve ser realizada no meio do ano.
A Coordenadoria Regional de Educação garante que as aulas não serão prejudicadas no local. Na rede municipal, algumas escolas seguem em reformas, entre elas, o Colégio Clemente Pinto. As obras começaram ano passado, mas diferentemente de 2013, desta vez, o começo das aulas não foi adiado.
O prédio corre risco de desabamento e a solução é demolir a estrutura. Por causa disso, neste ano, os estudantes vão ser remanejados para as salas anexas ao prédio e para a Universidade de Cruz Alta.
O que alguns professores reclamam é da quantidade de estudantes em sala de aula, considerada alta. Em determinados casos chega a 40 alunos. O destaque das escolas estaduais da região é que muitas oferecem cursos técnicos, como agropecuária, publicidade, mecânica, informática, administração e gestão empresarial.
A 35ª Coordenadoria Regional de Educação estuda viabilizar a instalação de um gerador de energia elétrica para amenizar o problema.
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