Nos citados Planos, o Governo alterou o índice da correção monetária como medida saneadora da hiperinflação. É sabido que todas essas tentativas fracassaram, à exceção do Plano Real, lançado em 1994. O sistema financeiro, especialmente os bancos comerciais, com destaque para a Caixa Econômica o Banco do Brasil, foram parte integrante dos Planos, por imposição legal. Não poderia ser diferente.
Segundo cálculos conhecidos, a descabida indenização pleiteada pelos poupadores varia de R$ 23 bilhões a R$341 bilhões. Uma calamidade.
Em tudo isso, admitimos que os bancos possam ser vítimas de um impressionante desacerto judicial. Não há, no caso, como é evidente, nem ganhadores, nem perdedores. Nem mesmo se poderia pensar em imputar o prejuízo ao Governo, que agiu claramente em defesa do interesse nacional, estritamente dentro de sua competência legal.
A título de comparação, cita-se que em dezembro de 1979 e novamente em fevereiro de 1983, o Banco Central (Governo) promoveu uma desvalorização cambial de 30%, diante do flagrante desequilíbrio do Balanço de Pagamentos, que ameaçava estancar o crescimento econômico. Alguns importadores e tomadores de empréstimos externos também tentaram uma absurda indenização. Prevaleceu o interesse nacional.
INFLAÇÃO
A atual inflação brasileira de 6% é perfeitamente suportável, como vimos observando há dez anos. Mas precisa ser controlada. Essa inflação resulta de várias causas, principalmente da política salarial de reajustes reais automáticos, do déficit fiscal e da expansão do crédito. Sem dúvida, o fator mais importante é a expansão do crédito dos bancos públicos (Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica).
Como o Governo, de um modo geral, não faz a sua parte e pelo contrário, agrava o problema, o Banco Central decide agir sozinho, através de sua política de elevação da taxa de juros básica SELIC. Acontece, porém, como é fácil ver, que a elevação da SELIC não reduz o crédito oficial subsidiado e, mais ainda, agrava o déficit fiscal. A nosso ver, falta coordenação e consistência à política econômica.
ATIVIDADES ECONÔMICAS
A economia brasileira está sendo sustentada, na conjuntura atual, por duas forças: o agronegócio, que ostenta recordes sucessivos, e a Petrobras que, apesar das dificuldades empresariais, comanda o quadro de encomendas á indústria nacional. Pesa sobre o cenário econômico a ameaçadora crise de energia elétrica, devido à escassez de chuvas no Sul-sudeste, que também pode agravar o quadro inflacionário pela brutal elevação do custo do MW/h.
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