MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Além da França, EUA emitem alerta sobre criminalidade no DF


Embaixada veta ida de servidores a algumas regiões do DF entre 18h e 6h.
Interpretações são ‘maldosas’ e ‘falta conhecimento da realidade’, diz GDF.

Raquel Morais, Ricardo Moreira e Isabella Formiga Do G1 DF

Não há na capital da República nenhuma situação que se aproxime muitas vezes da imagem de caos que é vendida, lamentavelmente, e que dá margem a esse tipo de interpretação maldosa , dá margem a esse tipo de maldade que um outro país faz ao apontar a capital do Brasil como se aqui tivesse alguma situação de caos."
Sandro Avelar, secretário de Segurança do Distrito Federal
Um texto disponível no site da embaixada  dos Estados Unidos no Brasil afirma que Brasília tem problemas significativos com criminalidade, com destaque para venda e consumo de drogas e sequestros-relâmpagos, que cresceram “dramaticamente” nos últimos dois anos.
A publicação destaca que as “cidades-satélites” têm índices criminais comparáveis aos de cidades grandes e informa que restringe a ida de funcionários do governo a Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá entre 18h e 6h.
Por e-mail, a embaixada americana disse que os alertas são normais e servem para aconselhar os viajantes sobre aquilo que pode afetá-los. A expectativa é de que 100 mil americanos venham para o Brasil na Copa do Mundo.
“Brasília tem problemas de criminalidade significativos. Relatos de roubos residenciais continuam a ocorrer, geralmente nas áreas mais ricas da cidade. Transporte público, hotelaria e áreas turísticas têm as mais altas taxas de criminalidade, mas as estatísticas mostram que esses incidentes podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora. As ‘cidades-satélites’ que circundam Brasília têm índices de criminalidade per capita comparáveis a cidades muito maiores. Os relatórios da polícia indicam que as taxas de todos os tipos de crimes, incluindo sequestros-relâmpagos, aumentaram dramaticamente em Brasília nos últimos dois anos. A rodoviária é uma área particularmente perigosa, especialmente à noite. Este local é conhecido por ter uma grande concentração de traficantes e usuários de drogas. As drogas ilegais, como crack e 'oxi' (um derivado à base de cocaína, produzido com produtos químicos mais baratos) se tornaram muito comuns na área ‘Plano Piloto’ e cidades-satélites”, diz o texto.
Trecho de publicação feita no site da Missão Diplomática dos EUA no Brasil (Foto: Reprodução)Trecho de publicação feita no site da Missão Diplomática dos EUA no Brasil (Foto: Reprodução)
Alguns parágrafos depois, a publicação faz um complemento. “Além disso, os funcionários do governo dos EUA não têm permissão para visitar qualquer área que esteja dentro de um espaço de 150 quilômetros das fronteiras com Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, ou Paraguai. Também restrito viajar no horário entre as 18h e as 06h para as ‘cidades-satélites’ de Brasília de Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá.”

As orientações foram publicadas na seção voltada para americanos que desejam visitar o país e incluem alertas sobre São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. Nesta semana, o G1 publicou recomendações semelhantes feitas pelo Ministério dos Relações Exteriores da França.
De acordo com o secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, os textos trazem interpretações “maldosas” sobre dados de criminalidade. "É lamentável . É uma falta de conhecimento da nossa realidade, muitas vezes pautada por matérias que não dizem exatamente o que se passa no Distrito Federal ou o que se passa no Brasil.”
Avelar disse ainda haver um ranking das 50 cidades mais violentas do mundo, no qual Brasília não aparece. “Não há na capital da República nenhuma situação que se aproxime muitas vezes da imagem de caos que é vendida, lamentavelmente, e que dá margem a esse tipo de interpretação maldosa , dá margem a esse tipo de maldade que um outro país faz ao apontar a capital do Brasil como se aqui tivesse alguma situação de caos."
Sequestros-relâmpagos em queda
Nesta quarta, em resposta ao alerta emitido pela embaixada da França, a Secretaria de Segurança Pública informou que os sequestros-relâmpago cometidos no Distrito Federal caíram 26% no ano passado. De acordo com a pasta, foram 709 casos em 2012, contra 540 em 2013.
540 sequestros-relâmpagos foram registrados no DF em 2013,  redução de 26% em relação ao ano anterior, segundo a Secretaria de Segurança Pública
Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores da França informava que Brasília é uma cidade que oferece risco de sequestro-relâmpago “a qualquer hora do dia ou da noite”. A informação faz parte de uma série de orientações sobre como evitar problemas com a segurança no Brasil durante o período de realização da Copa do Mundo.
Em nota, a SSP afirma que o planejamento operacional para a Copa do Mundo no DF está em andamento e que espera que Brasília "se destaque como a cidade sede mais segura e bem organizada" do mundial.
A Embaixada da França informou que a página do Ministério das Relações Exteriores traz informações de todos os países do mundo e é destinada a franceses em trânsito, não a residentes. O intuito é oferecer orientações a um público pouco familiarizado com os modos de vida e usos dos países.
“[O site] é redigido com base em estatísticas e informações recebidas pelas autoridades francesas e retoma elementos objetivos, atualizados tão logo se faça necessário, em função da evolução das situações de cada região e de cada país”, disse a embaixada ao G1.
De acordo com o texto, a capital federal está entre as mais violentas do país. Os crimes acontecem em todo o Distrito Federal, especialmente nas regiões periféricas, e cresce a cada dia "nos setores residenciais e nas áreas protegidas".
Os turistas franceses são orientados a evitar estacionar os carros em locais afastados ou mal-iluminados. Segundo a publicação, é preciso ser rápido no momento de deixar o automóvel ou chegar nele, e não se deve deixar telefone celular à mostra. “Quando tomar ou deixar o seu veículo, inspecione a área”, diz um trecho.
A publicação também orienta a procurar estacionamentos com manobristas e a evitar caixas eletrônicos durante a noite. Em caso de agressão, o turista não deve reagir ou fugir, mas “tentar manter a compostura”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário