MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 27 de março de 2012

Chery quer construir 'cidade industrial' no Brasil para 2013


Montadora chinesa diz que vai trazer fornecedores chineses ao país.
Companhia planeja construir também fábrica de motores.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo

A montadora estatal chinesa Chery afirma que cumprirá o índice de nacionalização de 65% dos carros que começam a ser produzidos no Brasil a partir de 2013. Só assim, a companhia se livraria do aumento de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para chegar ao número, o presidente da Chery Internacional, Zhou Biren, anunciou, nesta terça-feira (27), a construção de uma "cidade industrial" no país.
Terreno onde é construída a fábrica da Chery (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)Terreno onde é construída a fábrica
da Chery (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
O futuro pólo fará parte do terreno em Jacareí (SP) onde já é construída a fábrica da montadora, com capacidade para produzir anualmente 150 mil unidades em três turnos. A planta tem inauguração prevista para dezembro de 2013, mas começará com a produção de 50 mil unidades no ano.
Para que o plano se sustente, a estratégia da Chery é atrair fabricantes de autopeças chinesas, além de fornecedores brasileiros e multinacionais, como Delphi e Bosch, que já têm operações no país. O pólo deverá garantir também a redução de custos logísticos.
Como o Brasil já possui uma cadeia completa de fabricantes de autopeças, a entrada de fornecedores chineses só acontecerá se os preços nacionais não forem competitivos, de acordo com a Chery.
"Empresas brasileiras que quiserem investir na área de Jacareí serão muito bem-vindas", ressalta o executivo. Segundo Zhou Biren, joint-ventures entre empresas chinesas e brasileiras serão estimuladas.
"A fábrica não será um CKD (local apenas para montagem de carros), mas uma fábrica completa, de verdade", diz Biren. Segundo ele, a empresa se prepara para, além de atender ao mercado brasileiro, exportar para Uruguai, Argentina, México, entre outros países. "O imposto para vender carro chinês para o México é muito alto. Exportar do Brasil para o mercado mexicano é muito importante para nossa estratégia e o novo acordo entre Brasil e México colabora para isso".
Assim, a construção de uma fábrica de motores no país também está dentro dos planos. A Chery já investe US$ 400 milhões no Brasil. O aporte é dividido em duas etapas. Na primeira fase, US$ 200 milhões vão para a instalação das áreas de soldagem, pintura e montagem final. Na outra, o restante será aplicado na construção do setor de ferramentaria.
"Temos que atender à exigência do governo brasileiro", diz o novo presidente da Chery do Brasil, Kong Fan Long. Mesmo afirmando que a empresa atingirá o índice de nacionalização, o aumento do IPI ainda é uma pedra no caminho da montadora, até porque nem todos os modelos serão produzidos localmente. Como a também chinesa Jac Motors, a Chery negocia com o governo brasileiro uma flexibilização da cobrança do IPI para investir localmente.
chery a13 fullwin (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)O modelo A13 deverá se chamar Fulwin no Brasil (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
Dois modelos brasileiros
A Chery não revela quais carros sairão das linhas brasileiras, mas garante que até 2014 serão dois modelos. Mesmo assim, a empresa diz que ainda faz estudos de mercado para definir quais veículos fabricar localmente.
60 mil para 30 mil unidades
Embora o mercado brasileiro seja estratégico, o aumento do IPI prejudica as vendas da marca, que afirma não repassar o imposto aos preços. De acordo com a Chery, a expectativa inicial era vender, neste ano, 60 mil unidades. No entanto, a projeção de importação foi reduzida a 30 mil unidades. Em 2011, as vendas da marca foram de 22 mil unidades.
A mudança de planos por causa do IPI forçou também a passagem das operações brasileiras para a tutela da Chery Internacional. A partir de agora, a Chery do Brasil fica sob o comando de Kong Fan Long e o brasileiro Luis Curi, responsável por trazer a marca, fica como chefe-executivo e diretor comercial. Fora eles, Du Weiqiang assume a vice-presidência e Wu Denun a diretoria industrial.
A mudança já reflete na rede de concessionárias. Os 105 pontos de vendas começam a ser transferidos para a Chery do Brasil.

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