Moradores e turistas protestaram contra o texto do novo Código Florestal.
Ação terminou com abraço simbólico ao único mangue do arquipélago.
Manifestantes dançam ciranda durante protesto
Foto: Ana Clara Marinho / Globo Nordeste)
Representantes de entidades de preservação ambiental, moradores e turistas participaram de um manifesto em Fernando de Noronha, neste sábado (31). A ação pede a defesa dos mangues em todo o Brasil e protesta contra o novo Código Florestal, que está tramitando no Congresso. Os ambientalistas criticam o texto da nova lei, que pode liberar até 35% dos manguezais para o cultivo de camarão. ”Precisamos proteger nossas florestas, ameaçadas pelos políticos. Esse deveria se chamar novo código rural e não florestal”, opinou o professor Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho, especialista em estudo dos mangues e organizador do evento.Foto: Ana Clara Marinho / Globo Nordeste)
Com faixas e cartazes, os simpatizantes da causa fizeram uma passeata pela rodovia BR-363, acompanhados pelo batuque do Maracatu Nação Noronha e ao som das músicas de Chico Science. Eles seguiram até a Praia do Sueste, onde está localizado o único mangue em ilhas oceânicas do Atlântico Sul. Esse mangue tem ao todo um hectare e está na área do Parque Nacional Marinho.
O turista Cláudio Moraes, do Rio de Janeiro, disse que soube do protesto e resolveu participar. "Eu não tinha conhecimento da alteração da lei, soube aqui em Noronha, por isso achei importante vir ao ato”, disse o visitante. Thânia Brito é moradora da ilha. Ela também não tinha informações sobre a mudança no Código, mas foi convidada a aderir à causa a aceitou. “Eu conduzi uma faixa, estou com o braço dolorido, mas valeu a pena”, comemorou a moradora.
No Sueste, os participantes dançaram ciranda, cantaram e deram um abraço simbólico no mangue. O padre Glênio Guimarães também participou do ato, pediu paz e uniu todos ao rezar um Pai Nosso. O religioso rogou pela preservação do meio ambiente. O manifesto, que começou com pouco mais de 20 integrantes, conseguiu juntar quase 300 pessoas no final.
Os manifestantes foram convidados para ver a abertura de um ninho de tartarugas, também na Praia do Sueste. Esta é a primeira vez, desde a criação do Projeto Tartarugas Marinhas (Tamar), em 1984, que os pesquisadores registram o nascimento de tartarugas nesta praia. “Este ninho levou 58 dias para eclodir e isso aconteceu logo hoje, data do manifesto. É um sinal da natureza” disse Rafael Robles, coordenador do Tamar.
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