MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Brasileiros que vivem no Paraguai enfrentam problemas com terras


Títulos de fazendas estão sendo contestados na justiça.
Bem na hora da safra, eles estão impedidos de entrarem nas lavouras.

Do Globo Rural

Na comunidade de Tapeporã, município de Mbaracayú, brasileiros disputam na Justiça o direito de cultivar as áreas onde plantaram milho.
A empresa paraguaia Benita S.A., ligada ao setor agropecuário, alega ser a verdadeira dona das terras e conseguiu uma ordem judicial que proíbe os brasileiros de entrarem nas fazendas.
Desde o fim de janeiro, policiais estão na área e impedem que os brasileiros cultivem. É proibida a entrada de máquinas agrícolas e a pulverização das lavouras. Estradas rurais que cortam a comunidade foram bloqueadas.
O impasse envolve diretamente 30 famílias, a maioria brasileira e descendente que vivem no Paraguai. Algumas fazendas ficaram divididas entre a área em que é possível o cultivo e a área em que está proibida a entrada. É o caso de Rosemar Gloger, em 60 dos 230 hectares em que plantou milho, ele não pode entrar. “Plantamos e agora não podemos colher, nem cuidar. Está complicado."
Um dos sócios da empresa paraguaia Benita S.A, Gustavo Bogado, mostra o mapa da área e apresenta os títulos da terra e os impostos pagos. Ele reconhece que os títulos dos brasileiros são legítimos, originais e autênticos, mas argumenta que o deles também são, com a diferença que o deles se refere a uma área de mil hectares. Segundo Bogado, os brasileiros avançaram sobre a área deles.
A cinco quilômetros da comunidade de Tapeporã, no município vizinho de Itakyry, uma propriedade que também pertence a um brasileiro não tem problema com a polícia paraguaia, mas sim com os campesinos, os sem-terra do Paraguai.
Desde janeiro, 80 famílias acamparam na área e impediam o plantio. Esta semana, a Justiça expediu uma ordem de reintegração de posse. Com a escolta da polícia paraguaia, funcionários da fazenda derrubaram as barracas montadas pelos sem-terra. Depois, queimaram restos de madeira e de lonas.
Enquanto os policiais estavam na área, os empregados dos fazendeiros brasileiros se apressaram para plantar soja e sorgo na fazenda de 180 hectares.
A 220 quilômetros, mais ao Sul, no município de Ñacunday, agricultores brasileiros enfrentam um problema parecido. Milhares de sem-terra paraguaios montaram acampamento nas áreas deles.
Para tentar resolver o impasse, o governo paraguaio ofereceu uma outra área próxima, mas os sem-terra não aceitaram.
Os problemas envolvendo brasileiros que migraram para o Paraguai nas últimas décadas estão concentrados, principalmente, em cinco estados que ficam na faixa de fronteira com o Brasil.
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado soliticou uma audiência com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, para discutir a situação dos "brasiguaios".

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