MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

SERÁ QUE O PAULISTA PODE ACREDITAR?

Serra diz que cumprirá mandato de prefeito até o fim se for eleito em SP

'É mais do que uma promessa', afirmou o pré-candidato do PSDB.
Ex-governador entregou carta colocando seu nome na disputa das prévias.

Roney Domingos Do G1 SP

Serra dá coletiva no diretório estadual do PSDB (Foto: Roney Domingos/G1)Serra dá coletiva no diretório estadual do PSDB, ao
lado do presidente estadual do partido, Pedro
Tobias (Foto: Roney Domingos/G1)
O ex-governador José Serra - pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano - afirmou na tarde desta quarta-feira (29) que, se for eleito, cumprirá o mandato até o fim.

"Eu estou sendo candidato para governar a cidade até quando o mandato dure, que é 2016. O Pedro Tobias  (presidente estadual do PSDB) está dizendo aqui oito anos, mas isso é por conta dele. Essa é minha decisão. Eu vou cumprir os quatro anos. É mais do que promessa", disse Serra. A entrevista foi concedida na sede do diretório estadual do PSDB, em Moema, na Zona Sul da capital paulista.
Com  a decisão de cumprir o mandato até o final, Serra abre mão de uma nova disputa presidencial em 2014. "Para quem faz política como eu, política não é só sonho pessoal. Isso está dentro de um contexto, que tem de ser levado em conta. Não é primeira vez na vida que tomo outro rumo. Quanto ao sonho, ele pode permanecer. Estou no auge da minha energia", disse Serra. Questionado se o sonho foi enterrado ou adormecido, ele respondeu: "Pelo menos até 2016 está adormecido", afirmou. O ex-governador não quis comentar 2018. "É muito longe. Vai saber o que vai acontecer até lá", afirmou.
O ex-governador afirmou que considera a eleição em São Paulo de importância "nacional", mas descartou que a polarização com o PT seja prioridade. "A minha ideia não é considerar que a polarização é um elemento chave dessa campanha. O que a população de São Paulo quer não é debater polarização. O que a população de São Paulo quer é debater seus problemas. É uma eleição nacional no sentido de que São Paulo é cidade nacional. Tem um peso político grande essa eleição. Estou sendo candidato a candidato por necessidade e por gosto. Necessidade política e o gosto de poder ser prefeito. Se fosse só por necessidade, sem gosto, seria ruim. E se fosse só por gosto, sem necessidade, seria algo muito narcisista. Sem dúvida, entre meus defeitos psicanalíticos não está o narcisismo", disse Serra.
Aécio
O ex-governador afirmou que considera o senador Aécio Neves um dos nomes possíveis na disputa presidencial em 2014. "É um dos candidatos. Você tem o Marconi Perillo, Álvaro Dias, Aloysio Nunes, do ponto de vista das condições, o Geraldo Alckmin. Isso dentro do partido tem que ser uma conquista, mas sem dúvida o Aécio é um dos nomes."

Rejeição
Serra comentou o próprio índice de rejeição estimado por pesquisas em torno de 30%. Para ele, esse número ocorre por causa da maneira como é feita a pergunta e ao fato de que é identificado como candidato anti-PT. "Atribuo à forma de se perguntar. Conversei com um pesquisador importante e ele me disse que é o jeito como se faz a pergunta. Segundo: tendo disputado uma eleição presidencial, sou super-identificado como não-PT. É natural que o eleitorado do PT vá por aí. Terceiro: muita gente me vê no papel nacional."

Kassab
O ex-governador não quis dar nota para a administração de seu afilhado político, Gilberto Kassab.  "A Prefeitura vai ter que mostrar as coisas que tem feito, que são muitas. Tem determinadas conjunturas. O fato de que o Kassab tenha empreendido a criação de um novo partido (PSD) cria muitas vezes a ideia de ausência, quando essa ausência não existe. O Gilberto acorda às 5h e vai dormir às 23h., meia-noite. Disse a ele no começo: 'se você for fazer partido vai acontecer isso'. Mas agora tem que decantar isso", afirmou Serra.
Questionado sobre a sobre a informação, atribuída a Kassab, de que poderia deixar o PSDB para formar um novo partido, Serra afirmou que trata-se de uma bobagem. "Nunca ouvi isso. Me parece uma bobagem. O Kassab mandou um recado dizendo que não tinha falado nada", afirmou.

Haddad
Serra afirmou que tem uma "relação cordial" com o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo,  o ex-ministro da Educação Fernando Haddad.  Após a formalização da candidatura Serra, com apoio de Kassab, Haddad deu entrevista e mostrou-se satisfeito com o fato de a aproximação entre o PT paulistano e o PSD de Kassab não ter vingado. "Se ele ficou feliz, sorte dele", disse Serra. O ex-governador tucano, entretanto, deixou claro que a tentativa de aproximação entre o PT e Kassab pode limitar o discurso de Haddad. "Se ele fosse junto com o prefeito, ele defenderia o prefeito de qualquer maneira? Se ele tivesse aliança com o Kassab ele falaria bem do Kassab na campanha?", questionou Serra.

Campanha e ginástica

Serra, que completará 70 anos em março, afirmou que sente-se bem e preparado fisicamente para encarar a eventual campanha após as prévias. "Estou em bom estado físico. Como pouco e estou bem. Faço quase todo dia ginástica, mas não é esteira. É aquele negócio elíptico. Você fica com os pés presos. Dá para ver televisão e atender telefonema. Muitas vezes eu digo para a pessoa que me vê ofegante que estou andando no aparelho. Tenho que acordar mais cedo, vou começar a visitar as coisas da cidade."

O ex-governador afirmou que não espera uma campanha fácil. "Acho que a campanha em São Paulo vai ser muito difícil. Vamos ter adversários que eu respeito. Não acho que vai ser sopa não", disse Serra.

Prévias
Serra afirmou que não havia tomado conhecimento, até o momento da entrevista, da reação de outros pré-candidatos tucanos que criticaram o adiamento das prévias após sua entrada na disputa. "Não pedi que fosse no dia 25, nem no dia 4, nem no dia 11. Entrei sem condições. Acho que é normal que agora vai ter esse tipo de coisa. Muita gente insistiu para eu ser candidato", afirmou. Serra disse também que a definição do nome de seu vice é uma questão para o futuro. "Essa questão do vice é para depois", afirmou.

Tiririca
Serra não quis comentar a possibilidade de o deputado federal e humorista Tiririca - campeão de votos na campanha de 2010 - sair candidato à Prefeitura de São Paulo. "Eu nada a comentar sobre o Tiririca. Não o conheço pessoalmente. Não sei o que o PR vai fazer", disse Serra.

Carta
Serra entregou na tarde de terça-feira (28) ao presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo, Júlio Semeghini, a carta que coloca seu nome como pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. A entrega aconteceu na sede municipal do PSDB, no edifício Joelma, no Centro da capital paulista.
"São Paulo é a maior cidade do Brasil e é aqui, neste ano, que se travará uma disputa importante para o futuro do município, do estado e do país. Uma disputa entre duas visões distintas de administração dos bens coletivos, duas visões distintas de democracia, duas visões distintas de respeito aos valores republicanos. Saberei honrar a indicação e, posteriormente, o mandato”, disse Serra, no documento.
O secretário estadual de Energia, José Anibal, e o deputado federal Ricardo Tripoli, os outros pré-candidatos do partido, reafirmaram que não cogitam abrir mão de suas candidaturas em favor de Serra. Outros dois pré-candidatos, Bruno Covas e Andrea Matarazzo, anunciaram desistência logo que Serra anunciou a disposição de concorrer. Anibal e Tripoli divulgaram nesta quarta-feira (29) uma carta aberta à direção executiva municipal do PSDB na qual criticam a decisão, tomada na noite de terça-feira, de adiar para 25 de março as prévias inicialmente agendadas para o próximo dia 4. Eles reivindicam a realização de pelo menos dois debates até o final deste mês.

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