MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Plantio da safra de milho chega a 81% de área em Mato Grosso


Produtor reclama da falta de qualidade das sementes utilizadas.
Associação diz que produtor deve perder com atual cenário de atrasos.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT
O plantio da segunda safra de milho em Mato Grosso atingiu 81,1% dos mais de 2,2 milhões de hectares reservados à cultura em 2011/12. O percentual representa uma evolução de 35,3 pontos percentuais na comparação com 2010/11, quando nesta mesma época a semeadura havia alcançado 35,3% da área. Apesar da chamada janela ideal para o plantio encerrar em fevereiro, o produtor ainda necessitará de mais tempo para concluir os trabalhos no campo. O mês de março também será de plantio.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, apesar de ser considerado normal o plantio avançar além do período recomendado, aumentam-se os riscos da lavoura enfrentar problemas em função do baixo volume de chuvas no momento em que a planta mais necessita de umidade: florescimento e maturação.
"Não é errado plantar após o mês de fevereiro. A planta precisa de umidade no solo até o enchimento no grão e a probabilidade é que plantando tarde enfrentar seca nesta fase", destacou.
O momento favorável à cultura estimulou o produtor mato-grossense a apostar no plantio de milho segunda safra. Tanto que os preços em alta e um mercado atrativo puxaram a alta de 25,8% no espaço reservado à cultura neste ano. Ela deve somar 2,2 milhões de hectares frente a 1,7 milhão de hectares de 2010/11.
Mas quem já conseguiu finalizar o plantio reclama da qualidade das sementes utilizadas.
Nesta safra, o agricultor também se deparou com a falta de variedades e o atraso na entrega pelos revendedores. Tudo justificado pelo segmento em função da alta demanda. A consequência deste cenário foi o descontentamento do empresário do campo.
"Com esta semente de má qualidade você tem vários tipos de espiga. As plantas se desenvolvem totalmente diferente uma da outra e com isso você tem um prejuízo maior", declarou o produtor Luis Breda, que nesta safra plantou 200 hectares com a safrinha.
A diferença no desenvolvimento das plantas pode acarretar em uma baixa de até 20% na produção de grãos, conforme estima o produtor rural.
O pensamento é o mesmo de Lídio Chiapinoto, que reservou 2,3 mil hectares. "Vamos ver o que vai acontecer com os materiais que a gente não conhece. Esperávamos por uma produtividade maior do que talvez vamos ter", contextualizou.
Para o presidente da Aprosoja, o atraso na entrega das sementes e a qualidade vão influenciar o resultado final no campo. "Esse atraso está colocando em cheque a capacidade de produção. Salvo alguma questão climática, com o clima se comportando de forma tradicionalmente não normal, certamente pode ser limitada a produção", manifestou Carlos Fávaro.
Produção maior
Mesmo com o atraso na entrega das sementes e a janela ideal de plantio sendo ultrapassada, Mato Grosso deve caminhar em direção a um volume produtivo 40,2% maior na safra 2011/12. Caso as projeções se confirmem, o estado deve passar de 6,9 milhões de toneladas para 9,8 milhões de toneladas a produção do milho, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.
Mas não fossem as adversidades do estado, conforme explica Carlos Fávaro, os ganhos poderiam ser ainda mais expressivos. "Mesmo com os atrasos devemos conseguir alcançar as dez milhões de toneladas. O prejuízo ainda existe porque certamente a produção seria de 11, 12 milhões de toneladas", considerou.

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