'Brasília $urreal - Não pague' segue projetos surgidos em outros estados.
Com 17,5 mil seguidores em 11 dias, página já recebeu 200 colaborações.
Página 'Brasília $urreal - Não pague!' em rede social (Foto: Facebook/Reprodução)
Insatisfeitos com o alto custo de vida em Brasília,
dois publicitários criaram há 11 dias uma página no Facebook para
criticar preços cobrados na capital do país por meio da divulgação de
notas fiscais, print screens e fotos. Batizada de “Brasília $urreal –
Não pague!”, a iniciativa acompanha projetos semelhantes desenvolvidos
no Rio Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiânia, Salvador e Porto
Alegre.“A proposta da página é estimular o consumo consciente dos brasilienses e cutucar os estabelecimentos que estejam praticando preços acima da média do mercado local e regiões próximas”, explicou um dos coordenadores, Luis Alberto Agra.
“Preço abusivo sempre incomodou e sempre vai incomodar, mas de uns três anos pra cá os preços abusivos são mais frequentes. Tem muita coisa surreal nessa cidade, como moradia, produtos e serviços.”
Com quase 17,5 mil seguidores, a página recebeu mais de 200 colaborações na primeira semana. A maior parte delas é relacionada a itens básicos, como água, outras bebidas, alimentação e entretenimento. Mas nem tudo que é enviado é aprovado por Agra e Christian Dantas, o outro administrador.
“As colaborações passam por um triagem. É preciso comprovar a história que conta com fotos do cardápio, nota de consumo ou foto do preço em questão. Colocamos as que são muito evidentes, que estão surreais.”
Foto tirada por seguidor do 'Brasília $urreal' mostra
preço dos sucos em cardápio do Marvin
(Foto: Facebook/Reprodução)
Uma delas é sobre o suco do Marvin de 500 ml, que custa R$ 7,90. “Se a
gente não está enganado, uma polpa custa entre 0,50 e 1,50”, afirma a
página. Procurado pelo G1, o sócio-gerente do
restaurante Edson Costacurta disse achar que os valores cobrados são
justos, já que algumas bebidas usam duas polpas e há os custos com o
material, a mão de obra, impostos e aluguel das lojas.preço dos sucos em cardápio do Marvin
(Foto: Facebook/Reprodução)
“Achamos que os valores cobrados são os que permitem manter nossa empresa funcionando”, disse Costacurta. “A postura das pessoas nas redes sociais são muito simplistas, acham que os custos de um suco servido numa loja de um shopping da cidade se resume apenas nos custos da fruta que ele contém.”
Em outra postagem, a página “flagra” o preço do curso oferecido pelo Instituto de Gestão Economia e Politicas Públicas para o cargo de Técnico Legislativo da Câmara – mais de R$ 7 mil. A crítica é que o curso tem o custo aproximado de um mês de salário.
“O primeiro salário é nosso – Ao procurar um Curso Completo para o cargo de Técnico Legislativo da Câmara no Instituto de Gestão Econômica e Políticas Públicas (IGEPP) a Paula levou um susto. O curso custa R$ 7.390,00 surreais”, critica.
Print screen feito por seguir da página mostra preço do curso oferecido por instituto de Brasília (Foto: Facebook/Reprodução)
Diretor-geral da organização, Álvaro Pereira Sampaio da Costa Júnior
justificou o preço do curso pelos níveis de aprovação, a aplicação de
609 horas-aula em seis meses e ao fato de que o preço atualmente
disponível no site é para uma turma já em andamento – até o dia 14 de
janeiro, o preço era R$ 5.980.“Muito embora se refira a um cargo de nível médio (Técnico Legislativo - Assistente Administrativo), o salário previsto para a carreira em 2015 ultrapassará R$ 14 mil. Logo, o curso é encarado dentro de nossa tradição de projeto premium”, explicou.
Os responsáveis pela página disseram que ainda não receberam críticas das empresas, mas que entendem que, caso isso ocorra, é parte do movimento. “Somos uma página colaborativa e apenas citamos reclamações que nos são enviadas pelos seguidores, e quando devidamente comprovadas. Críticas são insumos para se chegar ao sucesso”, disse Agra.
“Creio que os empresários com bom faro de mercado e que prezam por um serviço de qualidade [...] vão enxergar nessa página uma oportunidade de saber o que as pessoas estão falando sobre seus negócios, corrigirem o que for preciso, melhorar o relacionamento e fidelizar seus clientes”, disse o idealizador da página.
Modismo estupido, em breve desaparece. Falam do preço da água no aeroporto de Brasília por 3 reais, mas se entopem de água nos aeroportos de Nova York, Londres, Paris, Frankfurt por 3 euros. Isso que é status e glamour.
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