O preferido de Lula seria o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meireles. Mas a resistência à mudança vem da própria Dilma.
Na última semana, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista ao site Brasil Econômico,
mandou um recado para a presidente Dilma: cuidado com a inflação.
Segundo Belluzzo, “a inflação pode ser mortal. Se acelerar e subir para
8%, 10%, poderá provocar dolo na eleição dela”.
A situação é tão arriscada que o próprio PT já faz campanha para que Mantega seja retirado do comando da economia do país.
O medo, claro, é que a falta de credibilidade do ministro prejudique o
partido nas próximas eleições. O preferido de Lula seria o ex-presidente
do Banco Central, Henrique Meireles. Mas a resistência à mudança vem da
própria Dilma.
Contudo, o alerta é válido para todos.
Em função da alta inflação, o rendimento médio dos trabalhadores das
maiores metrópoles do país registrou em 2013 o menor avanço desde 2005,
com 1,8% – em 2012, foram 4,1%. Uma das razões é a estagnação do
salário mínimo, que não sofre aumentos compatíveis com o crescimento dos
preços – salário este que , no governo Dilma, caminha para ter o pior aumento do plano Real.
Para fins de comparação, até agosto de 2013 a inflação brasileira era o dobro da média do G20,
grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União
Europeia, possuindo a sétima taxa mais alta. Já neste ano, a Economist deu destaque ao problema, chamando-o de Bicho-Papão do Brasil.
A revista britânica diz que “os custos econômicos da inflação são claros”, afirmando que altas taxas de inflação afetam tanto os pobres, que se esforçam para arcar com as despesas, quanto a endividada classe média. “Mas é, ainda, uma questão política. Muitos adultos relembram a hiperinflação do início da década de 1990, quando os lojistas ajustavam os preços a cada manhã e os alteravam ao final do dia.”
E tudo indica que em 2014 a inflação continuará a ser motivo de transtorno. Economistas acreditam que o aumento dos preços seguirá assombrando a economia do país se o governo seguir tomando apenas medidas de eficácia momentânea:
“O Brasil terá que criar outra maneira criativa para controlar a inflação”, diz Robson Gonçalves, economista professor dos MBAs da FGV. “Durante um tempo teve desoneração para conter a inflação e depois um controle dos preços dos combustíveis. Alguma outra medida criativa o governo terá que criar. O que vai ser, eu não sei. Não vai ser o controle clássico, pela taxa de juros. Será uma medida paliativa que vai empurrar o problema inflacionário para 2015”, afirma.
De acordo com medição com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação deve fechar 2014 em 5,97%, aumentando com relação a 2013 (5,74%) e ficando acima do centro da meta estabelecido pelo governo – entre 4,5% e 6,5%.
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