MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 1 de julho de 2012

Jovens devem tomar pelo menos 5 vacinas durante a adolescência


Início da vida sexual aumenta risco de contrair novas doenças.
Sociedade Brasileira de Imunizações faz alerta para o vírus HPV.

Bruna Stuppiello Do G1 Campinas e Região

Mulher toma vacina contra a gripe em Campinas (Foto: Reprodução EPTV)É recomendado que os adolescentes tomem pelo
menos 5 vacinas (Foto: Reprodução EPTV)
Os pais costumam seguir o calendário de vacinação dos filhos rigorosamente quando são crianças. Porém, depois de atingir os seis anos de idade, momento em que a caderneta costuma ficar completa, muitos deixam de se preocupar com a questão. “Os adolescentes se vacinam tanto quanto os adultos, ou seja, muito pouco se comparado as crianças. Nessa fase os jovens passam a ter contato com muita gente, vão a baladas, festas e também iniciam a vida sexual, por isso devem se vacinar”, diz o presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatra, Eitan Naaman Berezin.

O tema preocupa tanto os médicos que pela primeira vez a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) com o apoio do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) realizou  o 1º Encontro de Imunização do Adolescente no fim de junho em São Paulo (SP). De acordo com os médicos, é importante que os jovens tomem pelo menos cinco vacinas, isso se foram  feitas  todas as imunizações durante a infância. Caso contrário, esse número pode chegar a oito. “Dividimos as vacinas dos adolescentes em três tipos. Aquelas que eles deveriam ter tomado na infância, mas não o fizeram. As vacinas que precisam de reforço e as específicas para os jovens”, explica a pediatra e presidente da Regional Rio de Janeiro da SBIm, Isabella Ballalai.

A  vacina dos adolescentesCom o início da vida sexual surge o risco de contrair diversas doenças. Uma das mais frequentes e preocupantes é o condiloma acuminado, mais conhecida pelo nome do vírus que a causa, o papilomavírus humano (HPV). As vacinas de HPV estão disponíveis apenas em clínicas particulares e podem ser aplicadas em adolescentes de ambos sexos.
A imunização pode ser feita a partir dos nove anos. Quanto mais cedo o jovem se imunizar, melhor. “Ela é mais eficaz quando o individuo nunca teve contato com o HPV”, afirma Ballalai. O HPV causa verrugas genitais, mas também pode levar ao câncer do colo do útero, ânus, pênis, boca e orofaringe (palato, amígdalas e região posterior a língua). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 685.400 pessoas são infectadas todos os anos pelos vírus no Brasil.

Existem mais de 100 tipos de papilomavírus humano e as vacinas oferecem proteção contra até quatro dos principais. Duas vacinas estão licenciadas no país: a quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e 18), recomendada para adolescentes e jovens entre os 9 e os 26 anos de idade, e a vacina HPV oncogênico (tipos 16 e 18), com indicação para uso entre os 10 e os 25 anos de idade. A primeira é a recomendada pela SBIm porque combate mais tipos de vírus.
Idosos, gestantes e crianças até dois anos incompletos devem ser vacinados até sexta-feira (25) (Foto: Reprodução)Jovens que foram vacinados corretamente na
infância devem tomar reforço (Foto: Reprodução)
Doses de reforço
Certas vacinas já foram aplicadas na infância, mas precisam de novas doses na adolescência para que a imunização continue. A tríplice contra difteria, tétano e coqueluche deve ser aplicada 10 anos após o segundo reforço que é feito na criança entre 4 e 6 anos. Por isso, os adolescentes entre 14 e 16 anos recebem uma nova dose. As vacinas estão disponíveis somente em clínicas particulares de imunização.

Entre as doenças mais preocupantes que podem ser previnidas com o uso da vacina é o tétano. Em 2011, no Brasil dentre todos os infectados por tétano, a taxa de mortalidade foi de 32%. A bactéria produz uma toxina que paralisa os músculos, inclusive os da respiração, levando a uma parada respiratória.

A vacina meningocócica, que previne a meningite meningocócica, o tipo mais grave, necessita do reforço de uma dose para quem já foi vacinado na infância ou há mais de cinco anos. A doença é transmitida por gotículas de saliva ou suor. “Na adolescência o compartilhamento de copos, cigarros e os beijos aumentam as chances de contrair meningite”, explica Kfouri.

Como a meningite meningocócica se ramifica em A, B, C, W e Y existem dois tipos de vacinas, uma apenas para o C, que representa 80% dos casos de meningocócicas, e outra que abrange A, C, W e Y, ainda não há imunização para o B. As vacinas estão disponíveis somente em clinicas particulares. A doença é caracterizada pela inflamação das meninges, membranas que envolvem o encéfalo. Em 2011, foram registrados 2.734 casos de meningite meningocócica no Brasil e a taxa de mortalidade foi de 21% de acordo com o Ministério da Saúde.

A vacina contra a febre amarela deve ser reforçada a cada dez anos para todos os que moram ou vão viajar para as áreas com ocorrências da doença. Ela está disponível em postos públicos.
Apesar de os adolescentes não fazerem parte do grupo de risco que pode receber a vacina contra a influenza gratuitamente em postos de saúde, a SBIm recomenda que os adolescentes também se imunizem, especialmente no inverno, período de maior contágio.

Proteção para os atrasadosAs vacinas fazem parte do calendário infantil, mas se o jovem deixou de tomar ou não sabe se está imunizado deve se proteger o quanto antes. A tríplice viral previne contra a caxumba, a rubéola e o sarampo. As mulheres devem se prevenir porque, nesta fase, há o início da vida sexual e por isso o risco de gravidez. Se isso ocorrer, é preciso que a garota esteja protegida contra a rubéola, pois em grávidas a doença pode causar aborto ou má formação congênita do feto, como catarata e surdez. Os garotos também devem tomar a vacina, pois o vírus da caxumba pode resultar na inflamação da bolsa escrotal e causar infertilidade.
Os adolescentes que pretendem fazer um intercâmbio ou outras viagens para o exterior também devem se certificar de que tomaram a tríplice viral. No Brasil, o sarampo chegou a ficar extinto por três anos, entre 2007 e 2009, mas depois passaram a ser registrados casos importados.
“Na Europa muitos pais optam por não vacinar seus filhos, o resultado é que eles têm muitos casos de sarampo principalmente em crianças e adultos jovens”, afirma o pediatra e presidente nacional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. A doença pode levar a uma infecção no sistema nervoso central e resultar em problemas respiratórios, como uma pneumonia severa. Essa vacina está disponível em postos da rede pública.

Existem ainda três tipos de vacinas contra as hepatites, doença que causa a inflamção do fígado. Uma delas é específica para a hepatite A, outra para a B e uma terceira que previne contra os outros dois tipos da doença. Nos postos de saúde apenas a vacina contra a hepatite B está disponível gratuitamente. As outras podem ser encontradas em clinicas de imunizações particulares.

Depois das crianças, os jovens entre 13 e 19 anos são o grupo com maior taxa de incidência de hepatite A, segundo o Ministério da Saúde, e eles ainda tem uma desvantagem em relação ao público infantil. “Quanto mais velho ao adquirir essa doença, mais grave ela é”, afirma Kfouri.

Na adolescência os jovens contraem mais a hepatite B do que na infância, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso porque ela é transmitida por sangue e secreções, ou seja, por meio de sexo sem proteção, compartilhamento de seringas e até mesmo no simples ato de dividir o barbeador com o amigo. “Ela é 100 vezes mais transmissível do que o HIV”, diz Ballalai. A grande maioria das pessoas se cura depois de cerca de duas semanas, porém, quanto mais jovem maior a chance de a hepatite tornar-se crônica. Nesse caso podem haver complicações como cirrose ou câncer no fígado.

Assim como a hepatite A, a catapora também é mais grave em adolescentes do que em crianças. Como é uma doença viral que causa de 300 a 500 pequenas lesões na pele, cria-se uma porta de entrada para as bactérias que podem ir para a corrente sanguínea e chegar ao sistema nervoso central causando infecções no pulmão e cérebro

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