Bloqueio de estradas deixa cargas de leite, insumo, carne e ração paradas.
Uma das empresas calcula prejuízo de R$ 306 mil para esta terça-feira.
Caminhões de produtos e matéria-prima ficam
paralisados (Foto: Reprodução RBS TV)
A indústria catarinense está sentindo os reflexos da greve dos caminhoneiros. Com a paralisação das estradas, cargas de leite, insumo, carne e ração não chegam ao destino final. Para o Sindicarne (Sindicato de Indústria de Carnes e Derivados no estado), o bloqueio das rodovias pode acabar na paralisação de fábricas.paralisados (Foto: Reprodução RBS TV)
A Tirol, empresa de Treze Tílias (SC) que distribui leite em todo o país, ja contabiliza prejuízos. Na manhã desta terça-feira (31), dez caminhões refrigerados que servem à indústria estavam parados em Catanduvas, no Oeste do estado. Esses veículos pertencem a empresas terceirizadas e buscam o produto no campo para levá-lo até a fábrica. De lá, o leite é distribuído para todo o Brasil.
De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, cada caminhão pode transportar até 36 mil litros de leite por viagem. Com os veículos parados, estima-se que 360 mil litros do produto estejam apodrecendo nas rodovias. O leite, comprado de agricultores tanto de Santa Catarina quanto do Paraná e do Rio Grande do Sul não chega à indústria. Para a Tirol, isso significa, apenas nesta terça-feira (31), um prejuízo de pelo menos 306 mil reais, já que cada litro custa em média 85 centavos.
A empresa informou ao G1 que, apesar de não ser contra a greve dos caminhoneiros, pode anunciar ainda na terça (31) o cancelamento da coleta no campo - o que resultaria em déficit para os agricultores. Outra dificuldade é de se escoar o leite para o mercado. Estima-se que 30% da produção não sai da indústria e os estoques ficam cheios. O prejuízo total que a empresa está tendo será apurado ao final da paralisação.
A greve no estado
Na manhã desta terça-feira (31), os caminhoneiros protestaram em pelo menos sete trechos de rodovias no estado. As manifestações ocorreram principalmente na região Oeste. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, até as 9h de terça (31), a greve continuava em Maravilha, Catanduvas, São Miguel do Oeste, Cunha Porã e Dionísio Cerqueira. Os bloqueios complicam o trânsito, formam filas e causam lentidões. A intenção do protesto é conseguir melhorias para o trabalho da categoria, que quer, entre outras mudanças, revisar a a Lei 12.619/2012.
O G1 entrou em contato com o presidente do Sindicam-SC (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Santa Catarina), Francisco Biazotto, na manhã desta terça (31). Ele estava prestes a se reunir com representantes da categoria de outros estados e com o ministro dos Transportes. De acordo com Biazotto, o fim ou a continuidade da greve dependerá das propostas apresentadas nesta reunião, que terminará por volta das 14h.
A Lei 12.619/2012
A Lei 12.619/2012 entrou em vigor na sexta-feira (27) e regulamenta a profissão dos motoristas de transporte rodoviário interestadual. De acordo com a proposta, depois de quatro horas de trabalho, os motoristas têm direito a trinta minutos de descanso. Eles ainda podem fazer uma hora de intervalo para as refeições e a cada 24h de trabalho devem descansar outras onze horas.
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