Quatro amigos a bordo de um Fusca viajaram 14 mil km de SC até Ushuaia

Aventureitos viajaram 34 dias, percorreram 14 mil quilômetros no 'Nojerão'.
Eles saíram de São Pedro de Alcântara e foram até o Chile e a Argentina.

Do G1 SC

Mais de 30 dias de viagem dentro de um Fusca. Foi assim que quatro amigos resolveram conhecer o Chile. Eles saíram de São Pedro de Alcântara, a primeira colônia alemã de Santa Catarina, para conhecer outras colônias germânicas na América do Sul. O veículo, que virou atração, foi todo adaptado para dar suporte aos viajantes (veja o vídeo).
Um artista plástico, um empresário e dois empreiteiros pegaram a estrada para uma aventura. Os aventureitos viajaram 34 dias, percorreram 14 mil quilômetros no carro que foi batizado como 'Nojerão'. Na lateral do carro, foi colocado o registro do trajeto de São Pedro de Alcântara até o Chile. Já os bancos foram estofados com a cor da Alemanha, mas nos encostos foram colocados a bandeira do Brasil.
Um dos requisitos para que a viagem não ficasse só na promessa era de que o carro fosse um Fusca. O problema era que o grupo não tinha o carro. A saída foi comprar o modelo ano 1981, que teve que passar por algumas adaptações. Os barris em cima do Fusca serviram de bagageiro.
Foram três meses de preparação para fechar o roteiro. A viagem começou em um domingo, 22 de julho. "A gente acreditava que o Fusca aguentaria o tranco legal. A gente pensou em tudo, fez uma revisão legal nele, colocamos pneu novo. Só que esquecemos de pensar no detalhe do peso", explica o artista plástico Sérgio Junckes. No meio da viagem, o carro teve um problema com a suspensão, o que atrapalhou bastante. Mesmo assim o grupo não desanimou, tudo foi resolvido e eles puderam curtir o passeio, registraram cada lugar visitado.
A medida que iam conhecendo outras cidades, tudo compensava, até mesmo as temperaturas negativas que tiveram que surportar. "Quando a gente acordou de manhã o termômetro marcava - 7ºC, mas a sensação com o vento era de, provavelmente, - 20ºC. Ali a gente sentiu frio realmente, os dedos, mesmo com luva, começaram a ficar roxos", diz o empresário Nazareno Souza.
As refeições improvisadas eram a base de macarrão instantâneo. Improviso que também entrava em cena na hora do banho, que eles quase não tomaram. "Eram quatro, cincos dias sem tomar banho" empreiteiro Fernando Schuch. Depois do Chile, os quatro decidiram ir até a cidade mais ao Sul do planeta, Ushuaia. "A hora que a gente chegou, que viu a placa de 'fim do mundo', mexeu com todo mundo, foi emocionante mesmo", diz Junckes.