Depois de sair do Maracanã, protesto seguiu para São Cristóvão.
Para liberar via, PMs atacaram manifestantes até mesmo dentro do parque.
Manifestante é atingida por gás lacrimogênio na região do Maracanã (Foto: Jadson Marques/Estadão Conteúdo)
Os manifestantes protestam contra o aumento da tarifa de ônibus e os gastos públicos com a Copa do Mundo. Na semana passada, outros dois protestos terminaram em confronto no Centro do Rio.
Gás na Quinta da Boa Vista
Parte dos manifestantes correu para dentro da Quinta da Boa Vista, parque utilizado como área de lazer pelos cariocas, principalmente aos fins de semana. A polícia jogou bombas de efeito moral dentro da Quinta, assustando quem estava no parque. Famílias que faziam piqueniques saíram correndo em busca de abrigo.
Um grupo de 50 pessoas (entre homens, mulheres e crianças) celebrava uma festa de aniversário no parque, quando foi surpreendido pela manifestação que continuou na área de lazer. O auxiliar administrativo Sérgio Machado, de 40 anos, estava na festinha com o filho de 8 anos e a mulher.
Após confronto, manifestantes sentam em frente ao
museu da Quinta (Foto: Maricuha Machado/G1)
Segundo ele, as crianças entraram em pânico quando manifestantes
correram para dentro da Quinta da Boa Vista e a polícia reprimiu com gás
de pimenta e bombas de efeito moral. "Isso é um absurdo. As crianças
ficaram desesperadas. Estávamos comemorando um aniversário e acontece
isso", lamentou Sérgio.museu da Quinta (Foto: Maricuha Machado/G1)
Pedro Mesquita estava na Quinta da Boa Vista quando os mabifestantes entraram correndo. "Os policiais não entraram, mas jogaram bomba e o gás entrou aqui", disse.
Segundo um policial do Batalhão de Choque, uma idosa que tem uma barraca na porta da Quinta da Boa Vista passou mal por causa do gás lacrimogêneo e precisou ser atendida.
Depois do incidente, muitas pessoas que estavam no parque ficaram com medo de ir embora. Ainda com resquícios da fumaça, crianças e mulheres reclamaram de ardência nos olhos.
Gustavo Dopke levou vinagre para a manifestação
(Foto: Mariucha Machado/G1)
Negociação com a polícia(Foto: Mariucha Machado/G1)
Depois do incidente, muitas pessoas que estavam no parque ficaram com medo de ir embora. Ainda com resquícios da fumaça, crianças e mulheres reclamaram de ardência nos olhos.
Os manifestantes sentaram em frente ao museu da Quinta da Boa Vista, enquanto eram observados por policiais.
Integrante do protesto, Gustavo Dopke, de 30 anos, disse que os manifestantes foram cercados. "Encurralaram a gente. A tática [dos policiais] foi fazer com que a gente ficasse com medo. Atacaram por todos os lados", disse o cientista, que levou vinagre para a manifestação para aliviar os efeitos do gás lacrimogêneo lançado pela polícia.
Após uma negociação com a polícia, os manifestantes começaram a sair do parque, em grupos, por volta das 16h50. Com as mãos para o alto, os últimos manifestantes deixaram a Quinta da Boa Vista às 17h10. "Obrigado por nos deixarem vivo", diziam eles para a polícia.
Confronto no Maracanã
Por volta das 15h30, aconteceu o primeiro confronto entre a polícia e os cerca 300 manifestantes no entorno do Maracanã, onde está sendo realizado o jogo México X Itália pela Copa das Confederações. Os manifestantes se dispersaram e até às 15h50 não havia mais aglomeração de pessoas no protesto em frente ao estádio.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, o trânsito foi liberado por volta das 16h na Avenida Radial Oeste, sentido Méier. No entanto, o trânsito na região, que já tem diversas ruas interditadas devido ao esquema especial de tráfego para os jogos, está complicado e os motoristas enfrentam lentidão.
Tropa de Choque fecha a Radial Oeste e impede a
chegada de manifestantes (Foto: Luis Bulcão/G1)
Bombas de gáschegada de manifestantes (Foto: Luis Bulcão/G1)
Policiais do Batalhão de Choque (BPChq) jogaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha contra os manifestantes na subida do Viaduto de São Cristóvão, um dos acessos ao Maracanã. Os manifestantes correram pela Avenida Radial Oeste em direção ao Centro. Agentes da Força Nacional de Segurança também participam do esquema de segurança.
Torcedores que chegavam ao estádio ficaram assustados com o confronto e tentaram procurar abrigo. Muitos, inclusive crianças, ficaram em meio ao tumulto e sofreram com os efeitos das bombas de efeito moral: ardência nos olhos e na garganta. Agentes da Força Nacional de Segurança também participam do esquema de segurança.
Os gritos de guerra "Se a passagem não baixar, a roleta eu vou pular" e "Eduardo Paes, cadê você, cadê você" são os mais repetidos no protesto. Os manifestantes planejam caminhar até o estádio e sentar ao redor.
Confronto entre a Tropa de Choque e manifestantes ocorre já com o jogo iniciado no Maracanã
(Foto: Reprodução/TV Globo)
A manifestação foi convocada pelas redes sociais e faz parte de uma
série de atos que acontecem em todo o país desde a semana passada e que
pedem a redução dos preços das passagens. Parte dos manifestantes também
protesta contra a realização da Copa das Confederações no país.(Foto: Reprodução/TV Globo)
Reforço na segurança
O Rio tem um efetivo de mais de 15 mil homens atuando na segurança da cidade até o final da Copa das Confederações. De acordo com o general José Alberto da Costa Abreu, a 1ª Divisão de Exército conta com a atuação de 7.126 militares. Já segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança do Estado do Rio (Seseg), são quase 8 mil policiais atuando na capital fluminense.
De acordo com a secretaria, não houve mudança no patrulhamento ordinário das regiões. Além do efetivo já existente, 2.600 policiais civis e militares atuarão como reforço durante o evento.
Desde este sábado (15), navios da Marinha do Brasil fazem o patrulhamento do litoral carioca e aeronaves do Exército fazem o controle do tráfego de helicópteros, enquanto o Centro de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) cuida do espaço aéreo.
Policiais do Choque contêm grupo que tenta se aproximar do Maracanã (Foto: Reprodução/TV Globo)
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