PM usou bombas de gás para conter protesto antes da abertura do evento.
Conflito de sábado terminou com 19 presos e 10 adolescentes apreendidos.
“Ali tinha gente com objetivo de prejudicar essa festa, passar uma imagem negativa. [...] Uma manifestação que não tinha uma bandeira, não tinha uma proposta”, afirmou em entrevista ao Bom Dia DF. “Ali, durante todo o percurso, a polícia apenas acompanhou, eles passaram por várias áreas e barreiras que não poderiam ter passado. [...] A polícia acompanhou e protegeu a entrada e por ali podia fazer a manifestação que fosse. [...] Quando passou do limite, que ameaçava o evento [a polícia agiu].”
Responsável pela organização do protesto ocorrido na sexta, Chico Carneiro afirmou que os manifestantes dois dois eventos eram voluntários. Ele também reforçou o caráter pacífico da ação e disse que em nenhum momento houve intenção de entrar em confronto com a polícia.
A coordenação de outro grupo que participou da manifestação também negou que tenha sido feito pagamento aos participantes. De acordo com o grupo, todos os manifestantes foram voluntariamente ao protesto.
Segundo a assessoria do movimento, o objetivo não era acabar com a realização da Copa das Confederações, mas manifestar “indignação com o que acontece no Brasil de um modo geral, com [os problemas em] saúde, educação, corrupção”.
Outras pessoas que estavam no local afirmaram que a reação da PM foi desproporcional. Uma estudante da Universidade de Brasília que ficou ferida durante a ação disse que não havia necessidade do uso de gás lacrimogêneo nem de tiros de borracha. A garota foi atingida de raspão na perna e também recebeu spray de pimenta no rosto. Ela precisou ser atendida pelo Samu.
A Polícia Civil informou que investiga a relação entre os protestos ocorridos na sexta e o de sábado, que fechou o Eixo Monumental com queima de pneus. Duas pessoas foram presas na madrugada de sábado suspeitas de tentar alterar semáforos e prejudicar o trânsito na abertura do jogo.
No início da tarde, os manifestantes foram isolados pelos policiais. Segundo o comandante da PM, Jooziel Freire, depois da ação da corporação, boa parte daqueles que faziam o protesto foi embora. Por volta das 14h20, alguns manifestantes tentaram invadir a área onde só tinham acesso torcedores com ingresso, o que motivou um novo conflito, segundo a PM.
“Nós dialogamos com os manifestantes até o limite, que era a entrada do estádio, ali próximo ao raio X. Eles enfrentaram a tropa para entrar no estádio. Nós fizemos o uso progressivo da força, primeiro com as motos, depois com a cavalaria, até o momento em que não houve mais negociação e a tropa de choque entrou em ação”, afirmou Freire.
De acordo com o diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier, os manifestantes presos foram encaminhados à delegacia por desacato, resistência, desobediência e lesão corporal. Um dos detidos vai responder por dano a patrimônio público por ter lançado objetos contra uma viatura da PM. Todos foram liberados depois de assinar termo circunstanciado e passar pelo IML.
Avelar disse que a atuação da segurança impediu que os torcedores tivessem problemas e que, apesar dos protestos, não houve prejuízo ao jogo. “Nunca na história do Distrito Federal se teve um evento tão grandioso. O mundo inteiro estava nos vigiando. A Polícia Civil a Polícia Militar foram postos à prova e se saíram extremamente bem. Por causa da manifestação, [a polícia] poderia ter perdido o controle da situação.”
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