No Paraná, 15 áreas estão na disputa para ter demarcação indígena.
Relatório aponta terras com índio paraguaios e ocupação recente.
Como mostra a reportagem do Jornal Nacional (veja o vídeo), o documento foi apresentado antes de o governo federal anunciar que iria consultar outros órgãos federais para decidir sobre novas demarcações de áreas indígenas.
A região oeste do Paraná, onde ficam os municípios de Guaíra e Terra Roxa, é palco de intensas disputas entre fazendeiros e índios. Segundo a Funai, terras que deveriam estar nas mãos dos índios estão ocupadas por fazendeiros. Já os fazendeiros afirmam que são os índios que estão nas áreas deles.
Diante do impasse, a pedido do governo federal, a Embrapa fez um retrato da ocupação na região, a partir 1985. O documento questiona dados usados pela Funai para justificar demarcações de terras indígenas. De acordo com o relatório, das 15 áreas que estão em disputa, em quatro não há a presença de índios, e em outras dez, a ocupação é recente, a partir de 2007. O relatório também denuncia que índios paraguaios se mudaram para terras no Paraná. Os estudos, em andamento, para demarcação no Paraná contemplam mais de 100 mil hectares.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que relatórios, como este da Embrapa, podem ajuda evitar erros. “O relatório da Embrapa não é um estudo antropológico. Esse estudo quem faz é a Funai. Mas tem, sempre, informações muito importantes que vão permitir esclarecimentos, que se tire dúvidas ou que se tenha mais precisão na hora de se concluir a demarcação da terra”.
Ninguém da Funai, que é subordinada ao Ministério da Justiça, foi encontrado para comentar o relatório da Embrapa.
Conflito
No início do ano, uma equipe de reportagem da Rede Globo esteve na região e encontrou índios que pareciam ter vindo de fora do Brasil. Prefeitos e fazendeiros acusaram a Funai de incentivar índios a cruzar a fronteira e ocupar terras brasileiras. Na ocasião, o clima era tenso. Os índios diziam sofrer ameaças dos fazendeiros e prometiam resistir a uma eventual desocupação. Eles chegaram a sinalizar áreas ocupadas e a fechar estradas para evitar que a equipe de reportagem saísse do local.
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