Líder da oposição, Henrique Capriles, acusou governo de violar direitos.
Presidente da Venezuela vai receber Papa Francisco nesta segunda (17).
Henrique Capriles fala em coletiva de imprensa e
acusa governo de 'roubar' eleições
(Foto: Leo Ramirez/AFP Photo)
O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles,
acusou o governo de violar os direitos humanos e os princípios
democráticos em uma carta, divulgada este sábado (15), dirigida ao papa
Francisco, que na próxima segunda-feira (17) receberá o presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro.acusa governo de 'roubar' eleições
(Foto: Leo Ramirez/AFP Photo)
'Os venezuelanos sofrem reiteradas violações dos direitos humanos, sem que os órgãos do poder público instituídos para garantir o proteger estes direitos atuem e muito frequentemente agem mais como protagonistas da transgressão', diz a carta, datada de 12 de junho e enviada ao Vaticano.
Governador do estado de Miranda, Capriles foi derrotado por Maduro nas presidenciais de 14 de abril com uma diferença de 1,49% dos votos, resultado que a oposição impugnou nos tribunais, acentuando a polarização política do país.
Depois da notícia de que Maduro viaja a Roma este fim de semana para ser recebido no Vaticano pelo Papa Francisco, Capriles anunciou que enviaria ao Pontífice uma carta com detalhes sobre a situação na Venezuela' e para que o santo padre soubesse 'com quem está se reunindo'.
Na carta, distribuída pela equipe de Capriles, o líder da oposição cita os conceitos de democracia enumerados pelo falecido papa João Paulo II em um compêndio da doutrina social da Igreja.
'Uma autêntica democracia não só é resultado do respeito formal às regras, mas é fruto da aceitação convicta dos valores que inspiram os procedimentos democráticos', citou Capriles.
No caso da Venezuela, continuou o líder opositor, o governo busca impor, 'a despeito da Constituição', um 'projeto coletivista', desconhecendo 'estes valores' democráticos 'pois condiciona tudo à aceitação da que se denomina 'a construção do socialismo''.
'Este é o fundo da crise política que nosso país vive', destacou a carta.
Capriles também agradeceu ao Papa que o deputado opositor Edgar Zambrano vá ser recebido nos próximos dias por autoridades do Vaticano.
Em abril passado, o Papa Francisco chamou as forças políticas da Venezuela a estabelecer um diálogo baseado no 'reconhecimento mútuo', depois dos protestos de rua que se seguiram à eleição presidencial e que deixaram ao menos 10 mortos e dezenas de feridos.
Na sexta-feira passada, o núncio apostólico de Caracas, Pietro Parolín, fez votos para que o encontro de Maduro com o Papa contribua para a reconciliação das forças políticas.
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