Centro tecnológico será criado pelo Inmetro em Duque de Caxias (RJ).
Não está definido se montadoras serão obrigadas a usar essa instalação.
Laboratórios do Inmetro em Duque de Caxias,
onde será o centro tecnológico (Foto: Divulgação)
O Brasil deverá ter a partir de 2015 o primeiro laboratório
independente onde serão realizados testes de colisão para avaliar a
segurança dos carros. Atualmente, apenas duas montadoras realizam esse
tipo de ensaio no país, em suas dependências; as demais enviam o veículo
para ser testado no exterior.onde será o centro tecnológico (Foto: Divulgação)
O laboratório nacional será montado em Duque de Caxias (RJ), onde fica a sede do Inmetro, responsável pelo projeto. Deverá ser uma alternativa para as montadoras, que precisam realizar esse tipo de teste para que um carro possa ser vendido no Brasil. Porém, não há confirmação de que elas serão obrigadas a testar seus carros naquele local.
"Ficaria até mais barato pegar o carro e fazer [o teste] lá fora [do que construir um centro tecnológico local]", diz o presidente do Inmetro, João Jornada. Mas ele ressalta que o objetivo principal é que os veículos não só sejam testados ali, como os resultados sejam analisados por equipes no local, para discutir as melhorias possíveis e a evolução dos veículos nacionais.
O projeto contará com recursos do governo federal e o custo é estimado em R$ 100 milhões.
"A ideia é realizarmos não apenas crash-tests, mas pesquisas e desenvolvimento para tornar a indústria automobilística brasileira mais competitiva e termos carros mais seguros, mais eficientes e que possam ser exportados para mercados mais sofisticados", resume Jornada.
No local, o instituto já realiza estudos para utilização de óleo vegetal natural como combustível e para aumentar a eficiência de motores flex no uso do etanol, além de pesquisas com autopeças. A expectativa do Inmetro é que os testes de segurança veicular comecem no início de 2015 e todas as propostas para o centro estejam em prática até 2017.
J3 testado no latin ncap (Foto: Divulgação/LatinNCap)
Testes mais sofisticadosTestes de colisão são exigidos pelo governo federal para a homologação de veículos, processo que permite que um modelo seja vendido no país.
O laboratório no RJ, segundo o presidente do Inmetro, terá capacidade para fazer ensaios mais sofisticados que os exigidos pelo governo atualmente, como o de impacto frontal parcial, que consiste no choque de apenas uma parte da frente do carro com uma barreira que é deformável, como se o veículo atingisse outro na mão contrária ou batesse em uma árvore.
As montadoras não são obrigadas a fazer o teste frontal parcial para homologar os carros -elas, em vez disso, podem realizar o choque contra barreira rígida, que é a colisão frontal total com um objeto que não se deforma (simulando uma batida num muro, por exemplo), um tipo de acidente menos comum, observa Jornada.
O Inmetro lembra que cabe ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) regular as exigências para um carro rodar no Brasil, mas pretende, ainda em 2015, oferecer o teste de impacto frontal parcial às montadoras que se interessarem - e pagarem por isso.
Um ensaio de colisão frontal no exterior pode custar entre 18 mil e 24 mil euros (o equivalente a R$ 52 mil e R$ 70 mil), segundo o instituto. Não está definido o custo dos testes no novo laboratório. "Teremos capacidade de fazer testes muito mais sofisticados, sempre um passo à frente [do que é exigido]", afirma o presidente do Inmetro.
Jornada diz que outra missão será divulgar os equipamentos de segurança ao consumidor, e não descarta veicular imagens de crash-tests feitos nesse laboratório, a fim de informar o usuário sobre a importância do airbag e do freio ABS, por exemplo, itens que serão obrigatórios em todos os carros novos a partir do ano que vem.
"Não adianta os requisitos [da lei] se a população não tem conhecimento da necessidade", explica Jornada. "Airbag e ABS implicam em custo maior. O consumidor vai [querer] pagar? As pessoas muitas vezes jogam a responsabilidade em cima do governo; no exterior, muitos dispositivos de segurança são puxados pela demanda do mercado, pelo consumidor que quer pagar mais por segurança. Isso acaba levando [aquele equipamento] a se tornar obrigatório."
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