Bombas de gás, balas de borracha e pedras foram usadas no confronto.
Protesto reuniu mais de 20 mil pessoas, segundo a PM.
Policial bate com cassetete em homem na Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte (Foto: Reprodução/TV Globo)
Protesto segue na Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte (Foto: Humberto Trajano/G1)
A manifestação andava pacificamente pela Avenida Antônio Carlos, e o
objetivo era protestar no Mineirão, na Pampulha. Na chegada ao campus da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Avenida Antônio Carlos,
a polícia fez uma barreira para impedir o avanço dos manifestantes para
a Avenida Abraão Caram, que dá acesso ao Mineirão, antes do limite do
perímetro estabelecido pela Fifa. No estádio, jogavam Taiti e Nigéria
pela Copa das Confederações.O tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da PM, disse que manifestantes atiraram pedras contra os policiais que estavam na barricada, antes do limite estabelecido pela Fifa. A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A Tropa de Choque e a Cavalaria também estavam na barricada.
Minutos depois, um grupo de manifestantes tentou invadir o campus da UFMG, e um novo confronto se estabeleceu no local.
Não há informações do número total de feridos em Belo Horizonte.
Diversas bandeiras, palavras de ordem e causas se misturaram ao protesto. Por volta das 13h, manifestantes, em sua maioria jovens, reuniram-se na Praça Sete. O protesto seguiu de forma pacífica até as imediações do campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Avenida Antônio Carlos. A Polícia Militar (PM) admitiu uso de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, mesmo com orientação do comando para não utilizar este tipo de munição.
De acordo com a estudante Juliana Rocha, uma das pessoas que estiveram à frente do protesto, o movimento é contra os aumentos das passagens de ônibus em Belo Horizonte e em outras cidades do país, além de ser a favor do passe livre e contra toda forma de injustiça social provocada pelas copas das Confederações e do Mundo. “O movimento é amplo, plural e democrático”, diz.
Manifestação na Avenida Antônio Carlos (Foto: Humberto Trajano/G1)
Da Praça Sete, os manifestantes seguiram pela Avenida Afonso Pena,
fechando o trânsito no sentido Pampulha. Em seguida, a passeata tomou o
viaduto que dá acesso à Avenida Antônio Carlos. Segundo o estudante
Gladson Reis, o objetivo era seguir pacificamente até o Mineirão, onde
era realizada a partida entre Taiti e Nigéria, pela Copa das
Confederações. No Centro, tudo ocorreu com tranquilidade, mas militares
da tropa de choque e da cavalaria já estavam presentes.O administrador Leandro Paraíso de 46 anos diz que participou das Diretas Já e do movimento Caras Pintadas. Nesta segunda-feira, com máscara no rosto, ele acompanhou o protesto, carregando um cartaz, que dizia que Minas acordou. ”O gingante adormeceu, mas o filho seu não foge a luta e agora acordou”, diz.
Na Avenida Antônio Carlos, alguns manifestantes picharam ônibus, e a multidão respondeu em coro: “sem vandalismo”. De dentro dos coletivos, passageiros manifestavam apoio ao protesto. Uma senhora distribuiu flores brancas aos integrantes da passeata e foi recompensada com gritos de “vovó” e “linda”.
Cartazes também demonstravam os pontos de crítica dos participantes. “Da Copa, eu abro mão. Eu quero meu dinheiro na saúde e educação”, “Oh, motorista, oh, trocador, me diz aí se seu salário aumentou” falavam sobre o valor investido nas obras para as copas das Confederações e do Mundo, além da qualidade e do valor do transporte público. Governantes também foram criticados.
A Secretaria de Comunicação de Minas Gerais disse que a Polícia Militar é a porta-voz do governo do estado durante as manifestações. O Comando da PM disse que vai investigar o uso de balas de borracha, feito por alguns policiais. A polícia ainda garantiu que é a favor do diálogo.
Outras manifestações estão previstas para esta semana em Belo Horizonte e na Região Metropolitana.
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