MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Falta de infraestrutura exclui Amapá de roteiros turísticos


De 23 guias de turismo, apenas oito são atuantes.
O estado deixou de receber recursos da União por inadimplências.

Abinoan Santiago Do G1 AP
O analista de imagens do Exército Brasileiro, Flávio Ohashi, 61 anos, chegou ao Amapá há duas semanas para acompanhar a operação “Ágata 7”, na fronteira do estado com a Guiana Francesa. Ao visitar a capital, Macapá, em um dia de folga, enfrentou dificuldades quando buscou atendimento aos turistas.
O turista Flávio Ohashi reclamou da pouca estrutura turística no Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)O turista Flávio Ohashi reclamou da pouca estrutura turística no Amapá (Foto: Abinoan Santiago/G1)
“Não encontrei algo que pudesse me auxiliar. Não vi pontos de atendimento e nem sinalizações”, reclamou Ohashi.
Apesar de o Ministério do Turismo (MTur) ter colocado o Amapá entre as trinta potências turísticas do Brasil, o estado não está entre os roteiros consolidados. A infraestrutura deficiente e a falta de capacitação profissional são apenasalgunsdos motivos que estagnam a atividade no Amapá.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Amapá (Abav), Elenilton Marques, de 400 placas necessárias, por exemplo, Macapá possui apenas 80 na sinalização turística. “Quando o turista chega, essa é a maior dificuldade. Para vendermos o estado, precisamos de infraestrutura”, disse.
Um estudo feito pela Secretaria de Turismo (Setur), no ano passado, catalogou 1.200 pontos com potencialidade turística que vão receber sinalização, em 12 municípios no Amapá. A promessa é de começar a sinalizar até o fim de 2013.
“Estamos muito longe de ser um roteiro consolidado porque faltam investimentos em infraestrutura turística no estado, como em malhas viárias, aeroportos, hoteis, e capacitação profissional”, admitiu o secretário de Turismo, Dorival Santos.
Por causa da infraestrutura deficiente, o turista Flávio Ohashi falou que se fosse para escolher o Amapá para passear com a família, seria apenas quando houvesse uma receptividade melhor. “Vi um vídeo na Fortaleza de São José de Macapá, mostrando as potencialidades do  estado, mas não tem opções de roteiros para o interior”.
Uma das reclamações de Flávio Ohashi foi o preço alto das lembranças colocadas a venda. (Foto: Abinoan Santiago/G1)Uma das reclamações de Flávio Ohashi foi o preço alto das lembranças colocadas a venda (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Quando o turista chega para o lazer, asagências amapaenses disponibilizam três roteiros:o City Tour, em Macapá; e passeios nos distritos de Fazendinha e Curiaú. Não há roteiros para o interior. Segundo Elenilton Marques, também por falta de estrutura nos demais municípios. Ele citou como exemploa cidade de Cutias do Araguari, distante 102 quilômetros da capital. O local é conhecido pelo fenômeno da Pororoca, no rio Araguari. “A qualidade da estrada é um dos problemas para as agências não disponibilizarem roteiros”, disse.
O secretário de Transportes, Bruno Mineiro, garantiu que a partir de julho de 2013 vai começarasfaltar 195 quilômetros de rodovias estaduais, com previsão de conclusão para o fim do ano que vem: “O asfaltamento faz parte do Plano Estadual Rodoviário, orçado em R$ 400 milhões. A previsão é asfaltar 95 quilômetros neste ano, e mais 100 em 2014”.
No ano passado, dados da Secretaria de Estado do Turismo (Setur) mostram que 200 mil turistas passaram pelo Amapá. Eles ficaram, em média, cinco dias na cidade. Cada um gastou cerca de R$ 380, por dia, segundo informou o órgão.Em 2013, somente no Carnaval, dos 50 mil visitantes que visitaram o Sambódromo de Macapá, 5 mil eram turistas, o que movimentou R$ 1,6 milhão nesse período.A rede hoteleira do Amapá possui mais de quatro mil leitos e 450 bares e restaurantes.
Inadimplências
O secretário estadual de Turismo, Dorival Santos, disse que pelo fato de o Amapá ser classificado como uma potencialidade turística, o acesso a recursos ao MTur são preferenciais. Porém, até meados de maio de 2013, a Setur possuía cinco convênios inadimplentes com o Ministério em relação ao Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que previa verbas a serem aplicadas para a elaboração de estudos no ramo turístico do estado, como pesquisas e catalogação de espaços com potencial para a atividade. Hoje estão todos adimplentes.
“Perdemos muitos recursos pela má fé. O Plano Estadual de Turismo Sustentável (PETS) foi mal executado e o MTur não o reconheceu”, afirmou Dorival Santos.O PETS serviria como norte para a criação do Plano Estadual de Turismo, que estabeleceria diretrizes para o desenvolvimento do turismo.

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