Segundo o CRM-PI, em 2013 nenhum médico foi afastado ou cassado.
'Muitos pacientes ainda resistem em procurar seus direitos', alerta advogado.
Há quatro anos, o militar Francisco Wellington foi vítima de erro médico. Tudo aconteceu quando ele foi submetido a um exame delicado conhecido como vídeo colonoscopia, em poucos dias apresentou um quadro de infecção e, o sofrimento durou cerca de três meses. Por conta do erro ele foi submetido à outra cirurgia para colocação de uma bolsa na alça intestinal.
“Foram dias de sufoco e agonia. O normal seria não acontecer o erro, porque afinal de contas os médicos estão cuidando de vidas. Quando a pessoa não morre. Por trás de um erro médico, há sempre uma dor irreparável e uma longa espera por respostas”, disse.
Socorro Mesquita, mãe de Luana, contou que somente após o óbito da filha é que os médicos fizeram um exame de sangue para investigar a suspeita, foi aí que eles chegaram a conclusão de que a menina tinha diabetes. “Quando colocaram o primeiro soro, ela começou a passar mal, falamos com uma funcionária que simplesmente disse que era normal”, relatou.
Há anos o advogado Fábio Holanda, estuda casos sobre erros médicos, ele acredita que uma série de fatores contribui para que essa situação aconteça. “Falha humana, falta de estrutura e a conscientização por parte da própria população”, explicou.
O advogado afirmou que muitos pacientes ainda resistem em procurar seus direitos. “Por falta de conhecimento e ainda aquela concepção que o médico é incapaz de errar”, alertou Holanda.
Para quem foi vítima e sofreu na pele os efeitos de um erro médico não se conforma com a situação. “Está faltando mais compromisso, pois quando os médicos se formam fazem um juramento para preservar a vida independente da situação financeira de cada um”, reclamou o militar.
Já para a mãe de Luana, que perdeu a única filha por um descuido banal é difícil aceitar a perda. “A minha vida agora vai ser sonhar com ela todos os dias e imaginar que um dia irei reencontra-la”, finalizou Socorro.
O presidente da Fundação Hospitalar de Teresina, Aderivaldo Andrade, disse que abriu processo administrativo para apurar se houve falha por parte dos médicos e do hospital.
De acordo com a assessoria de comunicação do Conselho Regional de Medicina do Piauí, até o momento a família não procurou a entidade e que este ano nenhum médico foi afastado ou teve o registro cassado, mas o conselho apura todas as denúncias.
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