MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Falta de bateria deixa Samu do DF sem aparelho de reanimação cardíaca


Licitação para equipamentos de massagem tem um ano e meio, diz gerente.
Secretaria de Saúde diz que problema com fornecedor atrasou edital.

Do G1 DF
Gerente do Samu, Rodrigo Caselli, demonstra utilização de equipamento de massagem cardíaca (Foto: Raquel Morais/G1)Gerente do Samu demonstra utilização de aparelho
de massagem cardíaca (Foto: Raquel Morais/G1)
Equipamentos de massagem cardíaca usados pelas 31 ambulâncias e dez veículos de intervenção rápida do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Distrito Federal estão parados desde o ano passado – o último deixou de funcionar há seis meses – por falta de bateria, segundo o gerente da instituição, Rodrigo Caselli. O equipamento é usado no atendimento de pessoas com parada cardíaca.
O Samu atende em média 60 pacientes por mês com o problema. Para suprir a falta dos massageadores, os médicos têm recorrido à reanimação manual de pacientes. “Mas, com isso, você ocupa um profissional que poderia estar prestando outro socorro, verificando outra coisa. Fora que o equipamento faz o procedimento regular, e o médico fica cansado depois de um tempo”, diz Caselli.
Parte dos desfibriladores do órgão também está parada por falta de pilhas de lítio – outra parte funciona com rodízio de peças emprestadas pelos Bombeiros ou retiradas de outros equipamentos. “Nós estamos no limite. Já passamos do limite, na verdade. Vai faltar”, afirma Caselli. Ele disse que apesar dos problemas, ninguém morreu por falta de atendimento.
Os desfibriladores são a única opção para salvar vidas em ocorrências de fibrilação ventricular, que correspondem a cerca de 90% das paradas cardíacas. O problema, segundo o cardiologista e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César de Jesus, ocorre quando não há sincronia na contração das fibras musculares do coração.
Sem a contração coordenada do órgão, o bombeamento sanguíneo e a oxigenação do cérebro são interrompidos. O papel do equipamento, segundo o médico, é aplicar um choque elétrico para “reorganizar” os batimentos do coração. “É realmente preocupante essa falta dos equipamentos”, afirmou.
Licitações
O gerente do Samu afirmou que enviou o pedido de licitação para manutenção dos massageadores à Secretaria de Saúde há um ano e meio, mas ainda não recebeu retorno. Segundo ele, o processo para a compra das pilhas de lítio dos desfibriladores do Samu está correndo há dez meses.
Um problema com fornecedores teria atrasado a publicação do edital, segundo a secretaria. O órgão não se manifestou sobre a manutenção dos massageadores.
Caselli afirmou que cada bateria dos equipamentos de massagem cardíaca custa, em média, R$ 11 mil e tem vida útil de três anos ou 400 choques. No caso dos desfibriladores, o conjunto de dez pilhas custa R$ 400 e a vida útil é de cerca de dois anos, razão pela qual as licitações preveem a compra de material apenas por períodos de 12 meses.
Rodrigo Caselli mostra desfibrilador móvel do Samu (Foto: Raquel Morais/G1)Rodrigo Caselli mostra desfibrilador móvel do Samu
(Foto: Raquel Morais/G1)
“Você não pode fazer para um prazo maior porque essas baterias têm vida útil. Não adianta comprar muitas e elas ficarem paradas muito tempo em um almoxarifado, perdendo parte dessa vida útil, da garantia delas. Não adianta comprar para cinco anos. Além disso, também tem o problema de armazenar todas essas pilhas e baterias.”
Segundo ele, as compras para a área da saúde deveriam ser feitas de forma mais rápida. “Comprar equipamento essencial para saúde não é que nem comprar caneta. Tem que ter uma forma de agilizar, tem que ser rápido. Não dá para dizer que está comprando a medicação e daqui a 90 dias vai chegar. Daqui a 90 dias o cara já morreu”, disse Caselli.
Lei
A Câmara Legislativa do Distrito Federal promulgou, em abril de 2005, uma lei que obriga locais de grande circulação, como shoppings center, hotéis, lojas de departamento, aeroportos, rodoviárias, metrô, estádios, supermercados e faculdades a ter desfibriladores.Pelo menos dois profissionais desses estabelecimentos devem ser treinados para uso do equipamento.
A norma também estabelece que esses locais devem submeter seus profissionais a cursos de reciclagem e atualização no uso do equipamento. A manutenção do aparelho deve ser feita todo semestre ou quando houver necessidade.

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