Três vezes por semana, Osmar Soares ajuda universitário e concurseiros.
Médico pretende lançar livro contando a experiência como voluntário.
(Neste 2012, ano bissexto, você vai ganhar um dia inteiro. Além das 8.760 horas habituais, terá 24 horas a mais. Já pensou no que vai fazer com elas? Numa série de 7 reportagens, brasileiros contam como doam parte do seu tempo e as experiências vividas em diferentes atividades)
Osmar vai à biblioteca 3 vezes por semana. Atualmente, ele ajuda 2 deficientes visuais que se preparam para concurso público e outro que faz faculdade de letras. “Eles não param. Se passam em um concurso, querem mais. É uma forma de superação”, diz.
Para ele, o voluntariado também é uma forma de ajudar “a fazer uma sociedade mais igualitária e justa”. “É difícil para o governo suprir todas as necessidades do cidadão. Não há condição de o governo colocar uma pessoa para auxiliar cada deficiente visual no reforço escolar", avalia.
De acordo com a diretora da biblioteca, Consuelo Souza, a maioria dos frequentadores é carente ou vem de famílias com pouco estudo. “Se não for o voluntário, eles não estudam direito. Livro didático é muito pouco e apostila em braile não existe”, afirma Consuelo. “Alguns alunos não têm em casa quem dê esse apoio”, completa Osmar.
No ano passado, 8 frequentadores da biblioteca foram aprovados no vestibular, 4 em concurso público e 2 concluíram o ensino médio. O médico aposentado se orgulha dos amigos que ajudou.
“Você vê alunos com inteligência fora do normal. São brilhantes. Estão antenados com o que acontece com o Brasil e o mundo, comentam política. Com a falta da visão, eles apuram outros sentidos”, afirma.
Segundo Osmar, a experiência na biblioteca fará parte de um livro que vem escrevendo e que terá relatos relacionados à solidariedade. "A gente poder ajudar os outros é importante. Amanhã nós podemos precisar também", diz.
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