Estudante diz que sentimento sobre crime em Ribeirão Preto é de revolta.
Suspeito de atropelar e matar o estudante Marcos Delefrate está foragido.
O carro modelo SUV que era dirigido por Azevedo foi apreendido pela polícia na casa dele, em um condomínio de luxo, próximo ao local do crime. O veículo foi levado para o pátio da Polícia Civil de Araraquara (SP).
Segundo Pabline, as amigas caminharam do Centro até o cruzamento da Rua Professor João Fiúsa com a Avenida José Adolfo Bianco Molina, na Zona Sul de Ribeirão Preto, onde o atropelamento aconteceu. Elas protestavam contra a votação da PEC 37, que retira do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais.
No momento em que o carro dirigido pelo empresário Alexandro Ishisato se aproximou da multidão, Pabline diz que estava no cruzamento. Uma amiga percebeu que o ânimo do motorista estava exaltado e pediu para que as outras jovens se afastassem do veículo. “Minha amiga disse para sairmos de perto porque ficou com medo de acontecer alguma coisa. Eu fui para o canteiro central em frente ao supermercado e fiquei próxima a sarjeta. Foi nesse momento que ele acelerou e passou por cima de tudo. Eu caí e bati a cabeça, não vi mais nada. Minha amiga disse que o menino que morreu caiu por cima de mim”, conta a estudante.
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Na sexta-feira, o empresário suspeito do atropelamento falou ao G1 por telefone. Ele afirmou que foi cercado pelos manifestantes que começaram a agredi-lo e os classificou como bandidos. Azevedo declarou arrependimento por sua atitude. “Eu estou arrependido, não queria ter feito isso, não queria tirar a vida de ninguém. Isso não é da minha índole. Não era um monte de estudante de verdade, era um bando de bandidos. Só tinha bandidos. Eles gritavam 'eu sou bandido mesmo'. Eles davam paulada [no carro], me xingavam. Eu só queria sair dali, longe de mim querer fazer mal para alguém”, afirmou.
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em Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)
Pabline não chegou a conhecer o estudante Marcos Delefrate, morto no episódio, mas diz que o caso não pode ser esquecido. “Todos disseram que ele era uma pessoa muito boa e ele estava lutando por nossos direitos. Aí aparece este homem, o atropela e ainda o chama de bandido? Ele tem que ser preso.”
Pelas redes sociais, uma nova manifestação foi marcada para acontecer na terça-feira (25) em Ribeirão Preto. A estudante, no entanto, não deve participar por causa dos ferimentos. "Estou impedida porque não tenho condições de sair, mas não vou desistir de lutar pelos nossos direitos."
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