CENÁRIO: Marcelo Godoy - O Estado de S.Paulo
O Estado consultou coronéis sobre a
ação de ontem do Comando de Policiamento de Choque (CPChoq).
Planejamento e controle da tropa explicam o sucesso ou o fracasso de uma
operação. É com base nisso que dois ex-comandantes-gerais da PM
apontaram falhas na ação. "Se o objetivo era impedir que a manifestação
chegasse à Paulista, a operação falhou. E a falha foi de planejamento ou
de execução." Outro coronel criticou o fato de o trânsito da Rua da
Consolação em direção ao centro não ter sido interrompido, o que fez com
que motoristas fossem pegos em meio ao confronto entre manifestantes e
policiais - a violência no protesto era previsível pelo histórico dos
atos anteriores. "A área deveria ter sido mais bem isolada." Outra falha
foi permitir que os manifestantes fossem da Praça Ramos de Azevedo até a
Praça Roosevelt, pois ali a possibilidade de dispersão era maior. "E,
quando ocorre dispersão, a baderna começa." Abre-se, de acordo com o
coronel, o caminho para ações de PMs sem o controle do comando e de
manifestantes violentos. Outro coronel, José Vicente da Silva, disse que
a operação teve êxito em razão de seu risco e complexidade. Mas admitiu
a hipótese de falhas de coordenação entre unidades e de policiais do
patrulhamento das ruas sem o treinamento adequado para controlar
distúrbios.
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