Doce feito do tronco da árvore é reconhecido como patrimônio da culinária.
Iguaria é muito popular no município de Santo Antônio da Alegria.
Não demorou muito para o doce virar parte do cardápio das festas de Folia de Reis. A receita e o jeito de fazer, passaram de pai para filho.
Adauto faz questão de manter o costume de família e com a ajuda da tecnologia, segue os mesmos passos do avô. Depois de escolher e cortar a árvore, ele vai para o sítio e tira toda a casca do jaracatiá. O caule é ralado e, à moda antiga, vai para o tacho de bronze com um pouco de água. O fogão a lenha dá o ponto certo. Depois de duas horas de fervura o açúcar é colocado e não pode parar de mexer.
A textura é parecida com a cidra, mas o gosto lembra o coco. Um sabor característico, que está na memória coletiva, no hábito, na identidade dos moradores, elementos que levaram a Comissão Paulista de Folclore a reconhecer o doce como patrimônio imaterial da culinária do estado de São Paulo.
O título deu repercussão e Adauto agora quer ampliar o cardápio. Já criou um licor de jaracatiá, misturou com doce de leite, de abóbora, produziu geleia e também fez doce da fruta da árvore.
Ao longo dos anos o agricultor, com ajuda da comunidade, replantou as árvores cortadas nas propriedades da região, mas como a procura pelo doce aumentou, hoje ele mantém um viveiro com 800 mudas. Esta é uma forma de garantir que a matéria-prima não desapareça e a tradição continue nas gerações futuras, já que é preciso esperar de cinco a seis anos após o plantio, para que o caule do jaracatiá esteja no ponto ideal para fazer o doce.
Cada potinho de 600 gramas é comercializado por R$ 8.
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