Corrente era utilizada como barreira alfandegária, dizem historiadores.
Acredita-se que impostos eram cobrados dos seringueiros.
A corrente encontrada era supostamente utilizada pelo governo amazonense para abordar os barcos e cobrar impostos dos seringueiros que utilizavam o rio para o transporte de borracha. Segundo Libério Souza, historiador do Departamento Histórico do Acre, a tática do estado vizinho era lucrar com a produção, não só do Acre, mas também da Bolívia, com a cobrança de impostos.
O local onde a corrente foi colocada fica em ponto estratégico, na curva do rio. Na margem, em cima do barranco, acredita-se que funcionava um ponto de observação onde era possível ver quem subia ou descia o rio transportando borracha. "É possível que tenha sido um posto de fiscalização implantado, instalado pelo governo do estado do Amazônas", diz Libério Souza. E embaixo, cobradores de impostos faziam a suposta coleta de dinheiro de quem passava. Uma parte da história do Acre que ainda não foi totalmente contada.
Os ribeirinhos auxiliam os historiadores na retirada das correntes, grandes e pesadas, soterradas no barranco. Foram eles que notaram a existência delas na região. "Ela aparece e desaparece quando desbarranca a terra. O barranco vai quebrando e ela aparece de novo", diz o ribeirinho José dos Anjos.
"Essa história, na verdade, é construída através de diversos fragmentos, como um quebra cabeça. E aí cada aquisição, descoberta como essa, para a gente é como uma peça chave para responder perguntas ou para fazer novas perguntas", afirma a historiadora.
Ribeirinhos encontraram corrente supostamente
usada pelo governo do Amazonas
(Foto: Reprodução TV Acre)
Breve história usada pelo governo do Amazonas
(Foto: Reprodução TV Acre)
A história do Acre é marcada por guerras, disputas de terras e revolução. Porto Acre abrigou um porto alfandegário boliviano. E, por isso, foi palco de muitos conflitos, inclusive do término da Revolução Acreana, comandada por Plácido de Castro.
Mas, a luta não parou por aí. Desde então, a necessidade passou a ser a autonomia para escolher os governantes e poder ver as riquezas da borracha serem investidas na região. Daí nasceu o movimento dos autonomistas.
A assinatura da lei de número 4.070 ocorreu no dia 15 de junho de 1962 pelo então presidente da república João Goulart.
Colaborou Sâmia Roberta, da TV Acre.
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