Caminhada deixou centro da capital; vandalismo começou na João Pessoa.
Batalhão de Operações Especiais montou isolamento na Ipiranga.
Polícia faz cordão de isolamento na Avenida Ipiranga (Foto: Reprodução/RBS TV)
A Brigada Militar usou bombas de gás lacrimogênio para conter manifestantes na noite desta segunda-feira (17) em
Porto Alegre.
O Batalhão de Operações Especiais fez um cordão de isolamento na
Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, perto da Avenida Erico Verissimo.
Mesmo assim, alguns manifestantes foram para a Avenida João Pessoa,
onde, por volta das 22h, colocaram fogo em um ônibus na altura do Parque
da Redenção, como mostra o vídeo abaixo.
O confronto resultou em 41 prisões, de acordo com levantamento da
Brigada Militar até as 3h desta terça-feira (18). Sete dos detidos são
menores de idade. Segundo a prefeitura, foram 56 contêineres depredados,
sendo 23 incendiados apenas na Avenida João Pessoa, e sete feridos
atendidos pelo Hospital de Pronto Socorro (HPS) da capital do
Rio Grande do Sul.
Mais cedo, eles já haviam queimado contêineres e jogado pedras e
pedaços de pau em uma viatura da Brigada Militar na mesma via. Depois de
um início de protesto pacífico, ainda no centro, houve atos de
vandalismo durante a caminhada. Entretanto, a maior parte dos
manifestantes se porta de maneira pacífica e já anda pelas ruas do
bairro Cidade Baixa.
Os manifestantes estavam inicialmente concentrados em uma das faixas da
avenida, uma das principais de Porto Alegre, mas chegaram a tomar os
dois sentidos da rua. Às 20h20, manifestantes jogaram um rojão dentro da
loja da Honda na esquina da Avenida da Azenha com a Ipiranga. Naquele
momento, os próprios manifestantes faziam contenção de quem não se
comportava de maneira adequada.
Mais cedo, alguns manifestantes viraram contêineres na Avenida João
Pessoa na esquina com a Rua Venâncio Aires. Em seguida, pessoas que
caminhavam de forma pacífica ajudavam a levantar as lixeiras. Também
pedras foram jogadas em vidros e estabelecimentos comerciais da avenida
João Pessoa. Os manifestantes que realizam ações não pacíficas, jogando
pedras em estabelecimentos comerciais, estão sendo vaiados pelo resto da
multidão.
Por volta das 18h, cerca de 3 mil pessoas se reuniram em frente à
Prefeitura de Porto Alegre, de acordo com a Brigada Militar. Os
manifestantes se deslocaram pela rua João Pessoa, no Centro de Porto
Alegre, e seguiram a marcha até o bairro Cidade Baixa. As pessoas que
participam ressaltam que a ida às ruas é contra custo de vida, a
realização da Copa do Mundo no Brasil e o aumento da passagem do
transporte público. Manifestantes ressaltam, ainda, que este não é um
protesto por centavos, mas por direitos, como mostra o RBS Notícias, da
RBS TV (confira no vídeo).
Na concentração, por volta das 18h, manifestantes ocuparam na
totalidade a Praça Montevidéu, além de parte do Largo Glênio Peres e
outras ruas da Zona Central da cidade. Eles caminham e gritam palavras
de ordem. O ato nacional contra o aumento da passagem na capital do Rio
Grande do Sul começou por volta das 18h. De acordo com a Brigada
Militar, 180 homens foram deslocados para acompanhar os protestos na
capital do RS. Esse número envolve o 9º Batalhão, 4º Regimento, Pelotões
de Operações Especiais e Batalhão de Operações Especiais. A orientação é
acompanhar os manifestantes e evitar destruição do patrimônio público.
Manifestação contra aumento de passagem em
Novo Hamburgo, RS (Foto: Alexandre dos Santos)
Uma outra manifestação ocorre também em Novo Hamburgo, na Região
Metropolitana de Porto Alegre. A concentração foi na Praça do Imigrante,
na região central do município, e percorre as principais avenidas. Os
manifestantes dirigem-se agora para a frente da Câmara de Vereadores.
Segundo a Brigada Militar, entre 2 e 3 mil pessoas participam do
protesto.
O protesto da última quinta-feira (13) em Porto Alegre reuniu cerca de 2
mil manifestantes. Prédios no centro da cidade foram danificados.
Os protestos na capital gaúcha começaram em março, depois que a
prefeitura anunciou um aumento no preço das passagens, de R$ 2,85 para
R$ 3,05. Uma liminar suspendeu o reajuste, mas as empresas de transporte
brigam na justiça pelo aumento. Já os manifestantes querem garantir que
o preço das passagens não volte a subir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário