Um dos destaques do evento, modelo veio rodando da Argentina.
Encontro de autos antigos espera 700 exemplares e vai até domingo (2).
Carlos Sanchez levou o Overland Whippet 1926 de Buenos Aires a Águas de Lindóia (SP) (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Chegando à tranquila Águas de Lindóia, a 180 km de São Paulo, não é
preciso perguntar onde acontece o Encontro Paulista de Autos Antigos,
cuja 18ª edição segue até este domingo (2). Basta reparar na grande
quantidade de carretas e guinchos estacionados, com Mustangs, Opalas,
Bel Airs e Packards rebocados aguardando sua vez para ocupar um lugar ao
redor do lago central da cidade, em meio a centenas de outros
automóveis antigos. Um desses clássicos, porém, chegou por conta
própria: desde o último dia 25, o Overland Whippet 1926 faz um longo
passeio, que começou em Buenos Aires, na Argentina, e após 3 mil km
desembocou na pequena cidade interiorana.A primeira grande jornada do Whippet partiu de Buenos Aires rumo a Corrientes, no norte do país. De lá, atravessaram a fronteira em São Borja, no Rio Grande do Sul, para então continuar até Águas de Lindóia. Sanches conta que o caminho foi percorrido bravamente pelo carro, que não teve nem mesmo um pneu furado. Numa das paradas para checar óleo e freios, a primeira amizade surgiu: o mecânico que atendeu Sanchez acabou virando anfitrião por uma noite, que ofereceu pousada, comida e boas conversas para a dupla de viajantes.
Na estrada, só parou num posto policial para pedir informações. E o policial, de tão encantando com o carro e o estilo de vida de Sanchez e sua esposa, nem mesmo percebeu que motorista e passageiro usavam cinto de segurança apenas abdominal e não de três pontos, como manda a legislação brasileira.
Carro não precisou de nenhum ajuste ao longo da
viagem (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Gente "amável", trânsito "terrível"viagem (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Essa não é a primeira longa viagem que Sanchez faz ao volante de um carro clássico. Em 1980, com um Citroën de 2 cilindros, seguiu da Argentina até o Alasca com dois amigos. Não chegaram lá juntos, no entanto: um se apaixonou por uma peruana e ficou pelo caminho; outro teve um envolvimento amoroso na passagem pelo México, desistindo de conhecer o Alasca. Na volta, quem ficou pelo caminho foi o Citroën. “Dei o carro a um amigo que fiz na ida. Em troca, pedi apenas que me pagasse o restante da volta para casa. E por terra, não de avião, pois eu ainda queria curtir o final da viagem”, conta Sanchez.
A próxima viagem – dirigindo, obviamente – será um retorno ao Alasca. Sanchez está apenas à procura de um novo companheiro para a jornada. “Tenho amor pelos automóveis e por dirigir. Dirijo o tempo todo. Mas posso curtir um deles e depois vendê-lo para comprar outro”.
Já para Águas de Lindóia, talvez Sanchez não volte tão cedo. “Eu me surpreendi com a recepção e admiração de todos pelo caminho. Foram muito amáveis. Mas o trânsito em São Paulo é terrível. Foi a pior parte da viagem”, lamenta.
Premiação
Segundo a organização do evento, são esperados 700 automóveis inscritos – a maior parte em exposição, mas há também exemplares à venda. Na noite desde sábado (1), uma comissão avaliadora premiará os principais destaques desta edição nas categorias The Best, Melhor Importado, Melhor Nacional e Master da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA). Os premiados em Águas de Lindóia serão novamente expostos durante o AutoEsporte Exposhow, de 21 a 24 de novembro no Anhembi, em São Paulo.
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