MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 14 de junho de 2013

4º protesto contra tarifa em SP tem novo confronto e mais de 200 detidos


PM usou bombas de borracha e gás para impedir chegada à Av. Paulista.
Governo de SP diz que vai apurar se policiais militares cometeram abusos.

Do G1 São Paulo

O quarto dia de manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público na capital paulista terminou com mais de 200 detidos na noite desta quinta-feira (13). Manifestantes voltaram a entrar em confronto com a polícia. Jornalistas foram detidos e outros atingidos por balas de borracha. Um grupo pichou ônibus e bancas de jornais.
(O G1 acompanhou em tempo real a manifestação. Leia o relato completo.)
A manifestação começou por volta das 17h em frente ao Theatro Municipal, no Centro de São Paulo. Enquanto lojistas fechavam as portas para evitar depredação, a Polícia Militar prendia dezenas para averiguação. Segundo a PM, foram apreendidos coquetéis molotov, facas e maconha. De acordo com a delegada Vitória Lobo Guimarães, at é o início da madrugada, 198 pessoas haviam sido detidas e encaminhadas ao 78º DP, nos Jardins. Todos foram liberados. Quatro vão responder termo circunstanciado; três deles por porte de entorpecentes e um por resistência à prisão. Outras cinco pessoas foram levadas para o 1º DP.
O ato ocupou a Rua Xavier de Toledo, o Viaduto do Chá e seguiu pela Avenida Ipiranga. Ao menos duas pessoas foram presas na esquina das avenidas Ipiranga e São Luís por causa da depredação e pichação de um ônibus.
Os manifestantes, cerca de 5.000 segundo a PM, usavam máscaras e narizes de palhaço. “Não aguentamos mais sermos explorados”, dizia uma das faixas.
A Cavalaria da PM uniu-se ao Choque na Rua Maria Antônia, onde começaram os confrontos. A Universidade Mackenzie, que fica na esquina, fechou as portas.
Segundo o major da PM Lídio, o acordo era para que os manifestantes não subissem em direção à avenida Paulista, o que não foi cumprido. “Se não é para cumprir acordo, aguentem os resultados”, disse.
Mapa protestos SP 0h (Foto: Arte/G1)
Os manifestantes tentaram subir a Rua da Consolação, por volta das 19h15, e houve dispersão. Parte seguiu até a Avenida Paulista, que voltou a ser interditada por volta das 21h30. Uma parte do grupo fez barricada uma com objetos queimados na Rua Fernando de Albuquerque.
A polícia avançou com balas de borracha e gás lacrimogêneo sobre os manifestantes, que revidaram jogando pedras e garrafas em direção aos PMs.
O jornal 'Folha de S.Paulo' diz que teve 7 repórteres atingidos no protesto, entre eles Giuliana Vallone e Fábio Braga, que levaram tiros de bala de borracha no rosto. Um cinegrafista foi atingido com spray de pimenta no rosto por um policial.
Policial prende homem em local próximo da concentração da manifestação em SP (Foto: Gabriela Biló/Futura Press)Policial prende homem em local próximo da
concentração da manifestação em SP
(Foto: Gabriela Biló/Futura Press)
Um jornalista da revista 'Carta Capital' e um fotógrafo do portal 'Terra' foram levados para o 78º DP, nos Jardins, na Zona Sul da cidade, mas foram liberados por volta das 19h30. Outros detidos relataram ao G1 terem sido levados à delegacia por portarem vinagre e spray.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, reafirmou no início da noite que não pretende rever o reajuste nas passagens dos transportes. "O valor será mantido porque está muito abaixo da inflação acumulada", afirmou. A tarifa de ônibus, metrô e trens de São Paulo subiu de R$ 3,00 para R$ 3,20 no começo do mês.
"A Polícia Militar atuou dentro dos preceitos constitucionais para garantir o direito de livre manifestação, contudo é seu dever assegurar os direitos de toda a população, incluindo-se o direito de ir e vir. É totalmente descabida qualquer declaração de que a PM tenha agido com o intuito de insuflar a violência", informou a corporação em nota.
O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que determinou a apuração de possíveis abusos por parte da Polícia Militar durante a repressão aos manifestantes.
A Anistia Internacional mostrou “preocupação com o aumento da violência na repressão aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo”. “Também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha”, disse em nota.
Manifestantes e cavalaria na Consolação. (Foto: Glauco Araújo/G1)Manifestantes e Cavalaria na Rua da Consolação. (Foto: Glauco Araújo/G1)
Manifestantes fogem das bombas da Rua Augusta. (Foto: Flavio Moraes/G1)Manifestantes fogem das bombas da Rua Augusta. (Foto: Flavio Moraes/G1)
Manifestantes ateiam fogo em lixo pelas ruas durante confronto com a polícia. (Foto: Filipe Araújo/Estadão Conteúdo)Manifestantes ateiam fogo em lixo pelas ruas durante confronto com a polícia. (Foto: Filipe Araújo/Estadão Conteúdo)

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