Campeã deste ano, Unidos da Tijuca será a última escola a desfilar.
Salgueiro, Vila, Beija-Flor, Grande Rio e Portela também se apresentam.
Tijuca levou carros coreografados para a Marquês de Sapucaí (Foto: AFP)
As seis escolas de samba conquistaram ponto a ponto os primeiros lugares do carnaval carioca. A apuração aconteceu na tarde de quarta-feira (22), na Praça da Apoteose. A Tijuca se manteve isolada na liderança na maioria dos quesitos, seguida por Acadêmicos do Salgueiro, Unidos de Vila Isabel, Beija-Flor, Acadêmicos do Grande Rio e Portela.
Com o enredo "O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão", a Tijuca alcançou 299,9 pontos, somente 0,2 a frente da Salgueiro. Treze escolas disputaram o título. Os jurados avaliaram dez quesitos: mestre-sala e porta-bandeira, fantasia, conjunto, evolução, alegorias e adereços, comissão de frente, harmonia, bateria, enredo e samba-enredo.
A Portela, sexta colocada no carnaval deste ano, vai abrir o desfile das campeãs. Com enredo que homenageou Clara Nunes, que completaria 70 anos se estivesse viva em 2012, a maior detentora de títulos do carnaval carioca trouxe para a avenida ícones da festa e da cultura baiana como o Afoxé e o Olodum. Clara Nunes foi representada pela cantora Vanessa da Matta.
Em seguida, será a vez da Grande Rio, que falou sobre superação. A escola tomou emprestado histórias de brasileiros que superaram desafios para fazer o seu desfile. A comissão de frente levou integrantes vestidos de crianças para falar dos medos que precisam ser superados ainda na infância. O abre-alas, "Anjos anunciam a luz que vem do céu", representava o poder divino.
Maranhão e AngolaCampeã em 2011, a Beija-Flor será a terceira a desfilar neste sábado. A escola fez um tributo ao carnavalesco Joãosinho Trinta, que morreu em dezembro do ano passado, no enredo "São Luís, o poema encantado do Maranhão". O pássaro símbolo da escola de Nilópolis foi um dos destaques do carro abre-alas, que exibia uma quimera gigante e dourada de três cabeças.
Em seguida será a vez da Vila Isabel, que escolheu fazer carnaval com a história de Angola e sua contribuição para o Brasil. Com o enredo "Você semba lá... que eu sambo cá. O canto Livre de Angola!", da carnavalesca Rosa Magalhães, a escola encontrou nas tradições trazidas pelos negros angolanos origens do samba e fez, ao fim do desfile, um tributo a Martinho da Vila.
A vice-campeã de 2012, o Salgueiro, levou para a Avenida a literatura de cordel. Elementos de forró, baião e toda a história da literatura de cordel se misturaram ao samba apresentado pelo agremiação. A vermelha e branca teve problemas para deslocar alguns carros grandes, causando alguns “buracos” entre as alas no começo do desfile.
Noite será encerrada com baião e forróCampeã em 1936 e 2010, a Tijuca apostou mais uma vez na criatividade do carnavalesco Paulo Barros, famoso por trazer inovação para a Passarela do Samba. A escola trouxe vaqueiros, sanfonas e baião para celebrar Luiz Gonzaga, que completaria cem anos em 2012 se estivesse vivo. Porto da Pedra e Renascer de Jacarepaguá foram rebaixadas para o Grupo de Acesso A.
A exemplo do ano passado, quando a escola deu o que falar ao exibir truques de ilusionismo na Avenida, a comissão de frente mais uma vez inovou ao dar vida às sanfonas de Gonzagão nas acrobacias de um ginasta romeno. A coreografia foi assinada por Priscilla Mota e Rodrigo Negri, bailarinos solistas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O desfile terá a seguinte ordem:
VEJA A ORDEM E OS ENREDOS DAS SEIS ESCOLAS DE SAMBA CAMPEÃS DO RIO | |
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| 1ª - Portela Uma festa baiana com o tempero portelense. É assim que a escola de samba Portela, considerada uma das mais tradicionais do Rio, quiz apresentar o seu carnaval neste ano. Para contar o enredo “E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual...”, a azul e branco levou as principais festas baianas para a Avenida. E como anfitriã dessa “festança” estava a cantora Clara Nunes, a grande homenageada, que, se estivesse viva, estaria completando 70 anos em 2012. Na avenida, ela foi representada pela cantora Vanessa da Matta. A escola mostrou celebrações oriundas das tradições africanas e de origem na Igreja católica, como as festas do Senhor do Bonfim, de Iemanjá, de Nossa Senhora da Conceição da Praia e de São Cosme e São Damião. As tradicionais folias de carnaval na Bahia, como os carnavais do Afoxé, do Olodum, da Timbalada e dos Filhos de Gandhi também foramcitadas. Segunda escola a desfilar no domingo (19), a Portela lev para a Avenida sete carros alegóricos, cinco tripés e 4,1 mil componentes, divididos em 35 alas. Considerada o coração da escola de samba, a bateria comandada pelo mestre Nilo Sérgio virá de Filhos de Gandhi. Já a fantasia da rainha de bateria, a atriz Sheron Menezzes, foi mantida em segredo pelo carnavalesco. |
| 2ª - Grande Rio Depois de perder tudo no incêndio na Cidade do Samba, a Grande Rio deu a volta por cima e falou sobre superação. O fogo destruiu vários barracões e o da Grande Rio foi o mais prejudicado. O carnavalesco Cahê Rodrigues apostou no enredo “Eu acredito em você! E você?”. Foram abordados temas de superação através do amor, como a bomba de Hiroshima e Nagazaki, as vítimas do Haiti, o sentimento judeu e o apartheid com Nelson Mandela. A escola também falou sobre a superação no esporte. Os atletas paraolímpicos tiveram um grande destaque e foram homenageados no desfile. Alegorias grandiosas, com muito luxo e tecnologia. Assim foi o desfile da Grande Rio. Se a agremiação já era conhecida por atrair muitos famosos na Avenida, este ano ela reuniu um grande número de pessoas que aprenderam a superar. A tricolor levou para a Avenida 3,8 mil componentes, divididos em 32 alas. Por causa do incêndio, a Grande Rio não disputou o título em 2011. O carro abre-alas, "Anjos anunciam a luz que vem do céu", representava o poder divino. A atriz Christiane Torloni era um dos destaques do carro. A segunda alegoria simbolizava a luta diária de homens e mulheres que lutam diariamente para superar desafios. |
| 3ª - Beija-Flor de NilópolisRecheada de lendas, crenças e misticismo, a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, contou o enredo "São Luís, o poema encantado do Maranhão". A azul e branca não mediu esforços e levou para a Avenida cerca de cinco toneladas de búzios. Entre um setor e outro, a Beija-Flor fez um passeio pela cultura maranhense. A cultura afro esteve presente em grande parte do desfile. Para desenvolver o enredo, a comissão de carnaval foi até São Luís do Maranhão. Foi em uma dessas visitas, de acordo com Victor Santos, que a comissão percebeu uma forte influência negra na cidade. Por isso, não só a cultura, mas também a religião e festas folclóricas como o bumba meu boi estiveram no desfile. A azul e branca encerrou o seu desfile com um emocionante tributo ao carnavalesco Joãosinho Trinta, que morreu no dia 17 de dezembro do ano passado. Exuberantes em fantasias douradas com plumas amarelas e levantando o público da Sapucaí, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorrizo dança junto desde 1992, quando estrearam na Estácio de Sá. Estão há 17 anos na Beija-Flor. |
| 4ª - Unidos de Vila Isabel A Vila Isabel vai mostrar os laços culturais entre o Brasil e o país africano Angola, com o enredo "Você Semba Lá... Que Eu Sambo Cá. O Canto Livre de Angola!". O ritmo musical veio com os escravos angolanos: cerca de 4 milhões de negros foram trazidos da região. A Vila Isabel vai levar para a Avenida, ainda, uma grande variedade de estampas africanas, que poderão ser percebidas nas fantasias dos 4 mil componentes, e até nos sete carros alegóricos. Símbolo sagrado angolano, o imbondeiro, uma árvore que chega a alcançar alturas de cinco a 25 metros, virá em forma de alegoria. “É proibido cortar essa árvore, ela é muito venerável, porque ela tem um monte de utilidades, ela serve fruto e folha para comer, serve para armazenar água, como se fosse uma cisterna, e quando tinha guerra, ela também servia como refúgio”, completou a carnavalesca. O colorido, aliás, será um dos pontos fortes do desfile da azul e branca. O desfile vai encerrar com uma homenagem a Martinho da Vila, músico que mantém fortes ligações musicais com o país. Sobre as fantasias da rainha de bateria Sabrina Sato e do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Julinho e Rute, a carnavalesca preferiu manter segredo. O intérprete Tinga completa o time da azul e branca. |
| 5ª - Salgueiro Dos versos e rimas dos cordéis veio a inspiração para o carnaval da Acadêmicos do Salgueiro para este ano. Poético, lúdico e arretado, assim foi o desfile da vermelha e branca da Zona Norte que levou para a Marquês de Sapucaí o enredo “Cordel branco e encantado”, dos carnavalescos Renato e Márcia Lage. A agremiação representou na avenida obras, personagens e cenários que fizeram história com os folhetins em todo o país. Tema com viés rústico, popular e com raízes regionalistas, a literatura de cordel também inspirou a “furiosa”, como é conhecida a bateria do Salgueiro, comando do mestre Marcão. Zabumba, sanfona e triângulos se juntaram aos pandeiros e tamborins numa ousada mistura de samba com baião. Segundo Marcão, os ritmistas responsáveis pelo “novo som” são da própria comunidade. Marca registrada do Salgueiro, não faltou na passagem da escola o tamborim da rainha Viviane Araújo, deslumbrante em sua fantasia “rica”, com 1.100 penas de faisão e mais de 60 mil cristais e representando o tesouro do bando. Os 270 ritmistas da Furiosa Bateria do Salgueiro representaram o "Bando de Lampião". |
| 6ª - Unidos da Tijuca Depois de viajar pelo cinema em 2011, a Unidos da Tijuca fez um novo passeio no carnaval deste ano, mas dessa vez, os lugares visitados foram os cenários que serviram de inspiração para Luiz Gonzaga. Reis e rainhas convidaram o público a visitar lugares como Vale do São Francisco ao som da sanfona e do baião. Com o enredo “O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão”, do carnavalesco Paulo Barros, a amarela e azul da Zona Norte celebrou e consagrou o Rei do Baião e o nordeste brasileiro, a inspiração dele. Barros fez um convite a todos os monarcas do mundo para participar dessa festa que termina com uma coroação na Avenida. Um dos destaques deste ano ficou por conta da bateria comandada pelo mestre Casagrande. Para embalar o enredo sobre o Rei do Baião, os ritmistas ousaram misturando o forró com as famosas paradinhas. À frente dos músicos veio a rainha Gracyanne Barbosa, que fez a sua estreia na agremiação. A escola levou para a Avenida 3,6 mil componentes, divididos em 33 alas. |
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