Abate em 2011 somou 4,87 milhões de animais.
Uso de fêmeas de animais precoces aumentou nos últimos anos.
Abate de bovinos cresceu mais que o rebanho
total (Foto: Produção/ TV Morena)
O crescimento do rebanho bovino total de Mato Grosso no ano passado, que acumulou alta de 1,4%, exerceu parcela de contribuição para ampliar o abate de gado na unidade federada. Na comparação 2010 e 2011, pecuáristas colocaram à disposição dos frigoríficos um volume de animais 12,4% maior. Na prática, os abates avançaram de 4,333 milhões a outros 4,8 milhões de cabeças, segundo balanço apresentado nesta sexta-feira (10) pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).total (Foto: Produção/ TV Morena)
Para o superintendente da entidade, Luciano Vacari, o estado só conseguiu ofertar um número maior de gado porque recorreu ao plantel de fêmeas. Em 2011, dos mais de 4,8 milhões de bovinos fornecidos, 44,6% eram fêmeas. Outros 55,4% machos. A utilização de fêmeas em 2011 foi a maior desde 2006, quando correspondeu a 49,4%.
"Se não tivéssemos utilizado as fêmeas não alcançaríamos os 4,8 milhões de animais. Mas se continuar assim pode chegar a uma hora em que comprometerá o crescimento [do rebanho]", disse Vacari.
Ao mesmo tempo em que o uso das fêmeas ajudou o estado a elevar seu volume de abates, o superintendente da Acrimat lembra que a introdução constante compromete a expansão do plantel no estado. O nascimento de bezerros caiu 3,5% de 2010 para 2011.
"A queda no nascimento de bezerro foi consequência da seca, morte de pastagem, cigarrinhas e outros fatores que diminuíram a oferta de alimentos, mas o descarte de fêmeas poderia ter sido ainda maior, pois a função da vaca é procriar e vaca vazia tem que ir para o abate", frisou Luciano Vacari.
Conforme o dirigente, a opção pelas fêmeas só ocorreu porque o pecuarista mato-grossense buscou alternativas para possiblitar o giro econômico. "Só abatemos fêmeas em períodos de crise. O que aconteceu em 2011 é que o nível de abates de fêmeas foi igual ao de 2005, 2006, 2007, quando tivemos uma crise muito grande e vimos os reflexos disso em 2008, 2009, 2010 e 2011. A primeira coisa que vai para abate é a fêmea. Seria uma otimização do recurso pelo que o pecuarista tem", frisou Vacari.
Cada vez mais novos
O uso de tecnologias pelos pecuaristas também originou um novo cenário em Mato Grosso. Animais cada vez mais novos sendo enviados para o abate. Isso tudo, segundo o setor, graças ao confinamento e semiconfinamento.
Somente o abate de machos com menos de 24 meses avançou 30,7% entre 2010 e 2011, conforme demonstrou a Acrimat baseada em dados compilados pelo Instituto Mato-grossense de Defesa Agropecuária (Indea) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O aproveitamento dos animais com a referida faixa etária evoluiu de 65,8% em 2010 para outros 70,8% em 2011. "Não conseguiríamos abater mais animais com o nascimento menor [de animais]. A cada ano abatemos animais jovens e menos velhos. É o futuro da pecuária e isso mostra que somos competitivos", frisou o dirigente.
Só em 2014
Em relação ao futuro, a Acrimat projeta que somente em 2014 o estado consiga normalizar a oferta de boi gordo. O nível deve ser semelhante a 2008, quando os pecuaristas enviaram para o abate 4,644 milhões de cabeças de machos. Conforme a associação a projeção é que em 2014 o estoque de machos chegue a 4,614 milhões, um aumento de 16,8% em relação a oferta de 2011.
"Somente em 2014 teremos uma oferta disponível para o abate disponível nos níveis de 2008 o que daria uma certa tranquilidade para os frigoríficos não fosse o aumento da demanda que certamente vai acontecer.
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