Americano gosta de sedã grande, robusto e 'high tech', aponta especialista.
Mercado de carros nos EUA será ditado em 2012 pela previsão do tempo.
Paul Taylor (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
Taylor reconhece que daqui cinco anos, marcas com DNA sino poderão entrar no mercado dos Estados Unidos, mas a aceitação por parte do consumidor vai demorar. Por isso, para os concessionários, assumir um risco desta proporção para bancar carros do país da muralha não é assim tão simples. "Os concessionários querem um negócio rentável, obviamente. Então, se marcas chinesas conseguirem se enquadrar à exigência dos americanos, claro que vão querer investir", resume Taylor.Mas o passo para tudo isso se concretizar terá de ser bem largo. Afinal, americano compra carro grande, robusto e com nível de conteúdo tecnológico alto. Características bem diferentes do mercado brasileiro, por exemplo, onde modelos compactos e simples como o Volkswagen Gol lideram o ranking de vendas.
Fora o perfil de produto, outra velha questão entra em cena, o nacionalismo norte-americano. Se hoje, como afirma Taylor, os americanos comemoram o desempenho positivo das montadoras estadunidenses em 2011 - que absorveram o espaço no mercado perdido pelas japonesas "afogadas" por um terremoto no Japão seguido de enchentes na Tailândia -, não será diferente daqui cinco anos, que seja, quando o gigante vermelho bater à porta.
Sem neve, venda de carros sobe
A equação do mercado norte-americano de carros é tão peculiar, que o quente inverno de 2012 é o que vai ditar as vendas deste ano, de forma geral. O consumidor norte-americano sabe, ao ligar a TV e ver que a previsão do tempo para as próximas semanas é de um inverno com pouca neve, que terá um dinheirinho extra na conta corrente. O cálculo é simples: inverno mais quente, usa-se menos o aquecedor em casa. Ea redução do uso de diesel no aquecedor faz com que a produção do petróleo seja desviada para a gasolina. Com mais gasolina no mercado, os preços caem. O conjunto econômico leva o consumidor a viajar mais e comprar mais carros. Um ambiente perfeito para a indústria automobilística.
Fora isso, as taxas de juros continuam baixas nos Estado Unidos, porque o negócio de veículos continua bem interessante para os bancos. Os prazos de financiamento vão de 24 a 72 meses e a taxa de juros média é de 2,9% ao ano.
Soma-se ainda nesta conta um crescimento provável de 2,5% no PIB dos EUA este ano e a recuperação do temido setor imobiliário, que apresenta retomada de valores em praticamente todos os estados americanos. Este último, é o fator que deixa o consumidor mais tranquilo com o futuro da economia. Leia-se tranquilidade para gastar.
Paul Taylor acredita que o mercado local de carros novos vá crescer de 13,36 milhões de unidades para 13,8 milhões. A expansão, no entanto, deve ganhar força em 2013, com 15,4 milhões, e em 2014, com 16,2 milhões de unidades comercializadas, com a recuperação econômica. "É um volume saudável, por ser sustentável", avalia Taylor ao comparar com o patamar visto antes da crise de 2008, que chegou a 17 milhões de carros.
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