Hortaliças cultivadas no sistema de hidroponia ganham espaço em MT

Plantas cultivas com a água e nutrientes como o nitrogênio.
Período de colheita é bem menor que no cultivo convencional.

Do G1 MT

Hortaliças cultivadas no sistema de hidroponia são
mais caras (Foto: Reprodução/TVCA)

Os produtores de Mato Grosso estão investindo em uma nova forma de cultivar hortaliças em que as plantas crescem sem a presença da terra, somente com a água e nutrientes como o nitrogênio, por exemplo. O custo das hortaliças, como o alface, varia de R$ 1,75 a R$ 2,50, que é cerca de 60% mais caro que as convencionais. Apesar de o sistema ser bem mais caro do que forma convencional, ele garante uma série de benefícios para o agricultor, principalmente na época de muita chuva que prejudica a qualidade das hortaliças.
O engenheiro agrônomo, Adilson Augusto Bescow, explica que as plantas hidropônicas têm maior vida útil e menor probabilidade de contaminação em relação ao uso de agrotóxicos. “Por não ter contato com o solo são mais resistentes a insetos”. Além disso, o período de crescimento da hortaliça cultivada na água, que é de 20 dias, é menor que a convencional, que só pode ser colhida depois de dois meses.
O produtor de Rondonópolis, Antônio Manesco Bassom que há 12 anos trabalha com hortaliças, desde janeiro aposta no cultivo diferente do convencional. São dez variedades no total, o investimento foi de R$ 35 mil na época. Atualmente, ele produz 2,8 mil pés de hortaliças por mês, sendo que 20% abastecem duas bancas e um supermercado da cidade.

O restante é vendido no local de cultivo. A expectativa do produtor é positiva. “Por enquanto está dando certo. Hoje em dia cultivar verduras na terra trás muitos problemas. Os insetos estão mais resistentes e, se for usado um inseticida muito forte prejudica o meio ambiente”.
Mesmo com as vantagens é preciso muita dedicação. O casal Bruna e Robson Dauzacker gasta pelo menos 16 horas de dedicação nas estufas de hortaliças. São cinco variedades de alface contabilizando cerca de 25 mil pés por mês. Para iniciar na atividade, eles foram atrás de conhecimento. “Fizemos vários cursos em São Paulo e visitamos produtores que estão na atividade”, conta Robson. Com o aumento da demanda, o casal teve que aumentar o número de estufas. Há três anos eram quatro, hoje são 11. A produção abastece três supermercados, dois restaurantes e um frigorífico.