MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Governador anuncia quase 20 mil PMs no carnaval de Salvador


Segundo Jaques Wagner, foram investidos R$ 56,2 milhões na festa.
Greve de policiais foi encerrada após assembleia na noite de sábado (11).

Do G1 BA

Governador Jaques Wagner (Foto: Gabriel Gonçalves/G1)Wagner anunciou verba de R$ 56,2 milhões
(Foto: Gabriel Gonçalves/G1)
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (13), o governador da Bahia, Jaques Wagner, anunciou que foram investidos R$ 56,2 milhões para a realização do carnaval de Salvador. Wagner frisou que o setor da segurança, área que recebeu o maior montante de verbas (R$ 26,2 milhões), contará com o trabalho de 19.727 policiais miltares nas ruas. A greve da categoria no estado foi encerrada na noite de sábado (11). A coletiva teve a participação do secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa.
O governador disse ainda que o policiamento contará com três helicópteros e um avião motoplanador. De acordo com o governo, em toda Bahia, a segurança para o carnaval contará com mais de 23 mil integrantes das polícias civil, militar e do Departamento de Polícia Técnica. A polícia terá o auxílio de 110 câmeras de segurança, que podem ajudar na identificação de criminosos, e no mapeamento de áreas críticas nos três circuitos do carnaval, Barra-Ondina, Campo Grande e Pelourinho.
O governo anunciou também que as patrulhas da polícia utilizarão 230 smartphones, que possibilitam o acesso a banco de dados criminais e consultas de antecedentes, além de mandados de prisão e restrição de veículos. Outros equipamentos que serão utilizados pela polícia são 1.200 rádios com sistema GPS, 430 computadores e 85 postos de conexão de dados.
Secretário de Segurança da Bahia (Foto: Gabriel Gonçalves/G1)Secretário de Segurança da BA, Maurício Barbosa
(Foto: Gabriel Gonçalves/G1)
Jaques Wagner acrescentou que homens da Força Nacional reforçarão a segurança durante o período da festa.
"A Força Nacional vai ser mantida com um contingente um pouco menor. Está havendo uma reunião do general Gonçalves Dias [do Exército] com o comandante da PM. O ministro Celso Amorim [Defesa do Brasil] ligou para mim hoje pela manhã, e eles devem estar analisando qual é o contingente que nós acharemos ideal manter aqui, por uma questão preventiva, e até para complementar o trabalho da Polícia Militar", afirmou o governador.
A verba destinada ao carnaval também foi encaminhada para as áreas da cultura (R$ 12 milhões), turismo (14,8 milhões) e saúde (3,2 milhões).
'PM importante'
O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que participou de duas reuniões para auxiliar nas negociações entre policiais militares grevistas e governo do estado, declarou em entrevista exclusiva à TV Bahia que o movimento, embora conflituoso, mostrou o papel fundamental da PM na socidade. "A gente viu como a Polícia Militar é importante para nos dar segurança, para nos dar paz, como nós precisamos dela e como exerce papel imprescindível. Não poderíamos viver outros momentos semelhantes porque é muita dor, muito sofrimento e eu diria até muita morte", declarou.

O líder religioso também falou em perdão entre as três partes envolvidas nos 12 dias de greve. "Governo, militares e o povo. Todo mundo sai um pouco ferido", disse. "Há um bem que é a sociedade", completou Krieger.
Movimento 'vitorioso'
A Associação de Policiais Militares, Bombeiros e Seus Familiares (Aspra), entidade que manteve a greve da categoria até o 12º dia na Bahia, emitiu nota oficial informando que a decisão pelo fim da paralisação foi tomada porque o movimento terminaria "vitorioso". Segundo o documento, assinado pelo setor de assistência jurídica da associação, a greve "repercutiu na sociedade baiana e a nível nacional, mostrando uma categoria firme na sua insatisfação com os baixos soldos e as promessas do governo não cumpridas".
Os representantes da Aspra afirmam que não colocaram "seus interesses acima dos da sociedade". A nota ressalta ainda a postura dos policiais ligados à Aspra de evitar confronto com homens do Exército, que fizeram o cerco à Assembleia Legislativa da Bahia durante os dez dias em que o órgão público esteve tomado pelos grevistas.
Decisão
Na noite de sábado, policiais militares decidiram encerrar a greve na Bahia, que já completava 12 dias. A desarticulação total do movimento aconteceu a cinco dias do início do carnaval de Salvador. O grupo que participou do encontro havia insistido na manutenção da greve mesmo após desocupação da Assembleia Legislativa e da convocação oficial do governo do estado para o retorno imediato ao trabalho.
Marco Prisco (Foto: Reprodução/TV Bahia)Marco Prisco, presidente da Aspra, está detido
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Na saída da assembleia, manifestantes cantavam em coro "A PM voltou" e a maioria não quis conversar com a imprensa. Um deles disse que a "greve acabou pelo bem da sociedade". Segundo PMs, cerca de 300 pessoas participaram da reunião, entre policiais e familiares.
A decisão na noite de sábado contou com a mediação do deputado estadual Capitão Tadeu Fernandes. Segundo ele, o principal argumento utilizado com os líderes do movimento foi a garantia dada pelo governo de não aplicar punições administrativas aos policiais que não retornaram ao trabalho. "Os líderes estavam querendo resolver essa questão. Eu fui apenas um mediador. Fui chamado para conversar com o comandante [coronel Alfredo Castro] e com os grevistas. Enquanto não conversasse com os líderes aqui, não teria solução", disse ao G1.
O policial militar Ivan Leite, que representava a categoria em greve, disse que a garantia de não haver punição administrativa foi fundamental. "As negociações continuam, mas ninguém estava ganhando com essa paralisação. Vamos parar por nossos irmãos baianos. Não é por causa do carnaval. Vamos fazer policiamento desde agora", declarou.
Após a assembleia, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e o secretário de Comunicação do Estado, Robson Almeida, receberam a imprensa para fazer comunicado oficial sobre a manutenção da proposta do governo com relação ao reajuste de 6,5% e o pagamento escalonado das gratificações.
O movimento se estendeu para cidades no interior do estado. Em todas as regiões, houve mudanças na rotina dos moradores, com o fechamento de escolas, universidades, fóruns e outros órgãos públicos.
A greve da PM começou no dia 31 de janeiro, após decisão de integrantes da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra). O presidente da entidade e ex-policial militar Marco Prisco foi preso na quinta-feira (9), durante desocupação do prédio da Assembleia Legislativa da Bahia.

Carnaval
Durante entrevista na sexta-feira, o coronel da PM Alfredo Castro disse que o planejamento de segurança para o carnaval, que começa na quinta-feira (16), está preparado.
"Estamos passando por um momento de transição, o Exército fica no reforço do policiamento até essa transição acabar. O planejamento para o carnaval está mantido. Esse plano é feito sempre após o carnaval do ano anterior. Teremos o reforço de cerca de 3.200 policiais militares de cidades do interior. Serão deslocadas tropas como o Choque e unidades especializadas, como a Caatinga. O policiamento está garantido", afirmou.

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