MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Burro moderniza produção de café na Serra da Canastra, MG


O repórter Nélson Araújo encontrou a novidade.
Globo Rural reapresenta melhores reportagens de 2011.

Do Globo Rural
Berço do Rio São Francisco, a Serra da Canastra, em Minas Gerais, é conhecida por suas nascentes cristalinas, as cachoeiras cinematográficas, os vastos chapadões e o saboroso queijo tipo Canastra.
Não deve demorar muito, você vai ouvir falar também do café da Canastra, o clima local é bastante favorável ao café de qualidade. Nos últimos 10 anos, a cultura cresceu na região de dois milhões para 30 milhões de pés.
Alessandro de Oliveira é um agrônomo que virou cafeicultor e passou a ser também pesquisador por sua conta e risco nas próprias fazendas.
A tropa de passeio é consequência dos experimentos que ele desenvolve no município de São Roque de Minas. Do mesmo jeito que se une o útil ao agradável, se une o agradável ao útil. A mesma mula que leva o pessoal para passear é treinada para o serviço no café. Animal de lazer no fim de semana, em dia normal, a tropa é de trabalho.
Na movimentação da fazenda, o antigo e o moderno se misturam, tem muita máquina, mas a presença dos animais também é constante. O início de uma jornada cria um visual bem fora do padrão costumeiro das fazendas de café. O vai-e-vem das burradas puxando as carroças lembra um desfile de alegorias, um cortejo inusitado de engenhocas boladas e adaptadas para vários tipos de serviço.
Para a aplicação de defensivos, inicialmente os trabalhos eram feitos com uma bomba motor bem barulhenta, modelo que evoluiu para uma máquina silenciosa e simples.
Num ritmo e balanço típicos de charrete, o equipamento se embrenha leira afora na mesma toada de um trator. De baixo impacto, o produto é sistêmico e injetado debaixo da saia, no pé da planta.
A rua de café é bem estreita. No estande convencional, a distância entre as linhas de plantas é de três e meio a quatro metros para facilitar a passagem dos tratores. Aqui, a distribuição foi reduzida para dois metros e meio, para caber mais plantas por hectare. Oito mil no estreito contra no máximo cinco mil no largo. A ideia é produzir mais grãos, porém com um inconveniente: quando o café cresce, o trator não passa, daí entra a mula. Não havia no mercado animal com a velocidade e o passo requeridos e nem com a destreza para puxar equipamentos que não existiam.
Uma oficina foi instalada para desenvolver apetrechos, tralhas, ferramentas, adaptar máquinas. Um jumento foi adquirido de temperamento fogoso, mas andamento macio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário