Bacharel em Turismo ficou 18 dias em coma após tomar remédio para febre.
Segundo a Secretaria de Saúde, em 2011, 4500 casos foram notificados.
Bruna ficou 18 dias em coma após utilizar remédio para febre (Foto: Bruna Pierre / Arquivo)
Bruna conta que passou por momentos difíceis devido a um medicamento tomado. "Tive uma intoxicação decorrida de um remédio que sempre tomei, desde criança. Na época, eu tinha 21 anos, e logo depois que tomei o remédio, comecei a passar muito mal e desmaiei em casa. Tive três paradas cardíacas e duas respiratórias no mesmo dia. Fiquei em coma durante 18 dias, e quando acordei, eu nasci de novo. Tive que reaprender a falar e andar. Fiz fisioterapia e fui ao fonoaudiólogo, foi muito complicado", relembra Bruna, que hoje mora em São José do Rio Preto, em São Paulo. Tive 3 paradas cardíacas e duas respiratórias no mesmo dia"
Bruna Pierre
O estudante capixaba Usalio Pivetta, 22 anos, também passou por uma situação complicada, e revela que o excesso de medicamentos tomados por conta própria o prejudicou. "Tive dengue e o médico me receitou tomar um remédio de 8 em 8 horas ou quando a febre ficasse muito alta. Acabei tomando demais e fiquei com uma intoxicação no fígado, que não conseguiu suportar os medicamentos. Tive uma hepatite medicamentosa e fiquei 15 dias sem medicação, o que agravou minhas dores e febre", conta.
Após intoxicação, Usalio toma cuidado com
medicamentos (Foto: Juliana Borges / G1 ES)
Remédios vilõesmedicamentos (Foto: Juliana Borges / G1 ES)
Segundo a médica e coordenadora do Toxcen, Sony Itho, os anti-depressivos são os grandes causadores de intoxicações. "Normalmente, os remédios que agem no sistema nervoso central causam os problemas mais graves. Anti-depressivos, principalmente. Os remédios para dormir, sedativos, anti-psicóticos e medicamentos que diminuem a ansiedade também. Depois desse grupo, os analgésicos, anti-térmicos e xaropes causa mais problemas, só que menos graves", revela.
Para a médica, a falta de informação e o hábito brasileiro de ter uma 'farmacinha' em casa contribuem para o aumento dos casos. "O brasileiro gosta de se automedicar, e as vezes vai fazendo isso até conseguir melhorar, causando excessos", diz. Casos acidentais também são comuns. "As crianças costumam achar um comprimido no chão e tomar, ou pegar remédios escondidos e acabam tomando sem intenção", explica.
Com o mau hábito da automedicação, somente após acontecer um grave problema é que a população se alerta para os riscos, como pode ter sido o caso de Bruna Pierre. Após o coma, ela diz que não toma mais nenhum remédio sem acompanhamento médico. "Ando com uma lista na minha carteira de todos os remédios que me causam problemas. E agora não tomo mais nada sem prescrição", finaliza.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), somente em 2011, cerca de 4.500 casos de intoxicação foram registrados. Para prevenir, o Toxcen disponibiliza atendimento e orientação pelo telefone 0800 2839904. O serviço funciona 24 horas por dia.
- Os medicamentos devem ficar em locais fechados e longe do alcance das crianças; | |
- Não pratique a automedicação e não use medicamentos orientados por vizinhos, parentes, amigos ou balconistas de farmácias; | |
- Mantenha os produtos nos seus vidros originais. Não use frascos vazios de um medicamento para guardar outro, pois você poderá se esquecer e utilizá-lo de forma errada. | |
- No momento da administração, confira a dose. |
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