MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 4 de março de 2012

Açúcar extraído da cana tem custo menor do que o retirado da beterraba


O açúcar fabricado no Brasil pode ser produzido em quantidade maior.
O país é o maior produtor e exportador mundial do produto.

Do Globo Rural

O gosto do açúcar extraído da cana e o do retirado da beterraba é igual – já que ambos são à base de sacarose. O que diferencia os dois tipos do produto é o custo de produção. Para fazer uma tonelada de açúcar refinado de beterraba, os franceses têm um custo equivalente a R$ 1,1 mil. Já o mesmo tipo de açúcar, saindo de uma usina de cana do Brasil, custa aproximadamente a metade desse valor.
Além de ser mais barato, o açúcar brasileiro é produzido em quantidades muito maiores. Os países da União Europeia cultivam juntos 1,4 milhão de hectares de beterraba; contam com 106 usinas em atividade e produzem 14 milhões toneladas de açúcar por ano.
O Brasil, sozinho, tem oito milhões de hectares de cana, 440 usinas em operação e fabrica anualmente 38 milhões toneladas de açúcar. É o maior produtor e o maior exportador mundial do produto.
A superioridade brasileira no setor incomoda e gera conflitos. Éric Lainé, presidente da Confederação Nacional dos Produtores de Beterraba, entidade que representa agricultores e usineiros do país, afirma que, atualmente, a França não tem condição de competir de igual para igual com o Brasil. “Nem nós, os franceses, que somos o país mais produtivo da União Europeia, nem a Europa de maneira geral. Nós simplesmente não temos a mesma competitividade do Brasil”, afirma.
Para evitar uma "invasão" do produto brasileiro, os europeus utilizam barreiras tarifárias, um imposto que encarece o produto do Brasil e na prática invabiliza a entrada do açúcar de cana na Europa. Entre 2002 e 2005, brasileiros e europeus travaram uma batalha na Organização Mundial do Comércio. O Brasil e outros produtores acusaram os europeus de subsidiar a produção do açúcar, provocando uma competição injusta no mercado internacional. Em 2005, a Europa perdeu a disputa – muitas usinas fecharam e a produção foi reduzida.
Segundo Lainé, alguns pontos são decisivos para que o açúcar brasileiro seja mais barato. Enquanto a beterraba precisa ser replantada todos os anos por sementes, os canaviais só precisam ser renovados a cada seis anos, uma vantagem em termos de custos. A safra da beterraba na Europa dura menos de um trimestre. A de cana, no Brasil, se espalha por nove meses, o que garante o funcionando das usinas por mais tempo.
Outra diferença central vem de um subproduto da cana, o bagaço, usado para gerar eletricidade. Todas as usinas do Brasil têm termoelétricas próprias, são autossuficientes em energia e, muitas, vendem a eletricidade que sobra. Uma energia barata e renovável. Já as usinas de beterraba normalmente geram eletricidade queimando carvão mineral, gás ou óleo diesel, fontes mais sujas, não renováveis, e que encarecem o custo do açúcar.

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