Turistas podem mergulhar no lago, que é cercado por paredes de pedra.
Local tem museu com acervo constituído por mais de 50 mil peças.
Cânion de Xingó o 5º maior cânion navegável do mundo (Foto: Denise Gomes/G1 SE)
A cidade de Canindé de São Francisco, localizada a 213 km de Aracaju, no Alto Sertão sergipano, é o portão de entrada para quem deseja conhecer o Complexo Turístico de Xingó, que compreende os estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. Diariamente, cerca de 1,5 mil turistas de diversos pontos do país realizam o passeio ao Cânion de Xingó, cartão de visitas da região e que projetou o município no mapa turístico do estado e do Brasil.As terras que um dia foram percorridas e exploradas pelo bando de Lampião e Maria Bonita na era do cCngaço atualmente recebem milhares de turistas que chegam neste pedaço de Sergipe.
Este foi o sentimento que estimulou a aposentada Ilda Castilho, de 78 anos e sua filha Joseli Gitaci, de 58 anos, ambas da cidade de Caxias do Sul (RS), a escolherem Sergipe para passar as férias.
“Ficava maravilhada quando via pela televisão toda essa beleza sergipana. E só de pensar que este lugar era aqui mesmo no Brasil, minha vontade de conhecer as terras de ‘Jesuíno e Açucena’ só aumentou. Além disso, a oportunidade de matar as saudades da minha neta Letícia, que há oito meses está morando em Aracaju, contribuiu ainda mais para arrumarmos as malas”, destacou Ilda.
Ilda Castilho (esq) e a filha, Joseli (dir), durante passeio pelo
Cânion do Xingó, em Sergipe (Foto: Denise Gomes/G1 SE)
Pelas águas do "Velho Chico"Cânion do Xingó, em Sergipe (Foto: Denise Gomes/G1 SE)
O cenário natural formado pela vegetação da caatinga e toda a exuberância do Rio São Francisco pode ser acompanhado desde o início do passeio no Porto Karrancas, localizado no dique da barragem da Usina Hidroelétrica de Xingó, construída na década de 70, e que deu origem ao 5º maior cânion navegável do mundo.
O Cânion de Xingó é formado por um vale profundo, com 65 quilômetros de extensão, 170 metros de profundidade e largura que varia de 50 a 300 metros. É deste ponto que diariamente das 8h30 às 14h saem os catamarãs. O passeio custa R$ 60 por pessoa na alta estação.
Antes de zarpar, informações de segurança são passadas e demonstradas pela tripulação, como por exemplo, a utilização correta dos coletes salva-vidas. São 3 horas de navegação e durante o percurso formações rochosas de granito avermelhado e cinza se fazem imponentes ao longo dos 18 km rio adentro. As principais delas são: a Pedra do Gavião, o Morro dos Macacos, a Pedra do Japonês e o Paraíso do Talhado. A imensidão esverdeada das águas do "Velho Chico" contrasta com a paisagem rústica e encanta os visitantes.
Após uma hora e meia de viagem, a embarcação chega à "Gruta do Talhado", que surge através dos imensos paredões de pedra. Este é o momento onde os turistas podem então desfrutar do banho nas águas do Rio São Francisco, cheias de história e tradição, além de contemplar mais de perto os paredões de mais de 30 metros de altura. O mergulho neste ponto também impressiona, pois são aproximadamente 25 metros de profundidade. A tripulação disponibiliza coletes salva-vidas e materiais flutuantes, para que o relaxamento dos visitantes possa ser completo. Para as crianças, uma área reservada com um metro de profundidade garante a diversão dos pequenos com toda a segurança.
O casal Fábio Rosa, de 47 anos, e Berenice Melo, de 41, moram em Recife e pela primeira vez visitam Sergipe. “Estamos muito felizes em poder desfrutar de toda essa beleza, que prova definitivamente que Deus é brasileiro e nos abençoou com lugares tão incríveis como este. Sem falar da infraestrutura e a receptividade dos sergipanos, que nos receberam de braços abertos”, destacaram.
Arqueologia
Para completar o passeio, uma visita ao Museu de Arqueologia de Xingó (MAX), localizado na saída do Porto Karrancas, na estrada de acesso ao Centro do município de Canindé. Inaugurado em 2000, o espaço é mantido pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e preserva a cultura do Vale do Xingó. Com um acervo constituído por mais de 50 mil peças, o museu tornou-se uma das mais expressivas unidades no Nordeste do país.
Segundo Aline Nunes, o museu possui uma
exposição fixa e espaço para mostras de curta
duração (Foto: Denise Gomes/G1 SE)
De acordo com a monitora Aline Nunes, o museu possui uma exposição fixa sobre arqueologia e um espaço reservado para exposições de curta duração. “Neste período estamos com uma mostra fotográfica da artista Gilmara Eleutério de Castro, intitulada ‘Ascânio Castro – Um Olhar para o São Francisco’, onde ela faz uma homenagem ao pai, que assim como muitos ribeirinhos vivem da pesca na região. Este é um espaço cedido pelo museu para mostrar o talento sergipano aos nossos visitantes, que já são 121 mil desde a inauguração do MAX. Somente em outubro do ano passado tivemos 3 mil visitas, o número mais alto registrado em um único mês. Isso mostra o quanto Canindé está sendo descoberta pelos brasileiros”, revelou.exposição fixa e espaço para mostras de curta
duração (Foto: Denise Gomes/G1 SE)
O Museu de Arqueologia de Sergipe está aberto à visitação de quarta a domingo, das 9h às 16h30. A entrada custa R$ 3 por pessoa, sendo que idosos pagam meia e estudantes de escolas públicas pagam R$ 1. Visitas em grupos devem ser agendadas através do telefone (79) 2105-6453 ou 2105-6448.
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