MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Parto em cadeira de rodas revolta família de bebê morto, no Amazonas


Parentes afirmam que bebê caiu no chão da Maternidade Ana Braga.
Antes do parto, médico teria constatado morte, mas não avisou a mãe.

Carlos Eduardo Matos Do G1 AM

Bebê foi velado na casa de parentes, no bairro São José, Zona Leste de Manaus (Foto: Carlos Eduardo Matos/G1 AM)Bebê foi velado na casa de parentes, no bairro São José, Zona Leste de Manaus (Foto: Carlos Eduardo Matos/G1 AM)
A Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) abriu inquérito administrativo, nesta quarta-feira (15), para investigar o atendimento médico feito a uma mulher de 37 anos, que fez um parto em cima de uma cadeira de rodas no corredor da Maternidade Ana Braga, na Zona Leste de Manaus. A criança morreu. O fato ocorreu na manhã desta terça-feira (14) e chegou a público após denúncia de negligência médica feita por familiares da paciente.
De acordo com a família, a criança caiu no chão após a mãe dar à luz. Segundo eles, a criança já estava morta quando ocorreu a queda, mas a mãe, que tem outros sete filhos, não sabia que a filha estava sem vida.
O tio da criança, Marcos dos Santos, de 29 anos, contou que a irmã estava no fim da gestação e sentiu fortes dores, por isso foi à Maternidade Ana Braga. A paciente foi atendida por um ginecologista, cooperado do Instituto de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas (Igoam), que informou que ainda havia dois centímetros de dilatação da placenta e que não estava na hora do parto. Em seguida, o médico teria dado encaminhamento à Maternidade Chapost Prevost, no bairro Colônia Antônio Aleixo. Neste local, eles ficaram sabendo sobre o óbito. "O médico disse que a criança estava morta e que deveria voltar à maternidade Ana Braga para terminar o procedimento", afirmou Marcos.
Segundo ele, assim que voltaram à Maternidade Ana Braga, a irmã foi colocada em uma cadeira de rodas, porque não havia leito disponível. "Quando ela chorava com dores, vimos que a criança já estava com a cabeça para fora, então gritamos por socorro. Os enfermeiros demoraram a nos ajudar. O bebê foi expelido do corpo da mãe e acabou caindo no chão, se batendo no ferro da cadeira de rodas. Foi um absurdo", afirmou.
Marcos destacou que o parto ocorreu por volta de 8h e que a criança foi levada ao necrotério às 10h, e às 20h o corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). "Acreditamos que houve uma sucessão de erros que resultaram em muito sofrimento à minha irmã. Não sabemos há quanto tempo a criança estava morta no ventre dela", afirmou.
Segundo diretores de maternidade, inquéito irá apurar o caso (Foto: Carlos Eduardo Matos/G1 AM)Segundo diretores de maternidade, inquérito irá
apurar o caso (Foto: Carlos Eduardo Matos/G1 AM)
'Interrogação'
O diretor técnico da Maternidade Ana Braga, pediatra Antônio Medeiros, confirmou que não havia leitos, por isso, a paciente foi colocada na cadeira de rodas. No entanto, alegou que colocar a paciente em cadeira de rodas é procedimento de praxe. Segundo ele, no prontuário, o médico que a atendeu colocou um ponto de interrogação no item que identifica os batimentos cardíacos do feto. "Não sabemos ainda o motivo de ele não ter informado à mãe que a criança estava morta", disse. "Ainda não tivemos a oportunidade de conversar com ele".
Medeiros explicou ainda que quando há dois centímetros de dilatação da placenta, o trabalho de parto pode ocorrer imediatamente ou durante várias horas, por isso o médico encaminhou a mulher à Maternidade Chapost Prevost. "Esta maternidade atende a casos urgentes, por isso ele a encaminhou a outra unidade", justificou.
A diretora geral da maternidade, Cleomirtes Sales, negou que a criança tenha caído no chão, como denunciaram os familiares. "Ela estava sendo amparada por enfermeiros e técnicos", ressaltou. Segundo ela, não há data prevista para o inquérito administrativo ser concluído. A mãe segue internada na maternidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário