MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 4 de março de 2012

Vendedores de mate na praia agora são patrimônio do Rio, diz Paes


Eles terão alvará e passam a ser 'Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade'.
Venda de bebida em galão foi proibida em 2009, mas população reclamou.

Alba Valéria Mendonça Do G1 RJ

Prefeito Eduardo Paes posa de vendedor de mate junto com ambulantes (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Prefeito Eduardo Paes (de branco) posa de
vendedor de mate junto com ambulantes neste
domingo (4) (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
A partir desta segunda-feira (5), os vendedores de mate e limonada em galão e de biscoito polvilho passam a ser considerados Patrimônio Cultura e Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro. E, mesmo debaixo da chuva que insistiu em cair na manhã deste domingo (4), o prefeito Eduardo Paes fez a festa na Praia do Leme, na Zona Sul da cidade, junto com um grupo de ambulantes itinerantes que vendem esses itens na orla. Eles vão se juntar às baianas vendedoras de acarajé à galeria de personagens típicos do estilo de vida carioca.
"O Rio é feito de ícones como as belas paisagens e o seu povo. E é essa gente do Rio a melhor coisa da nossa cidade. O vendedor de mate é a cara do Rio, um dos mais marcantes de seus personagens. Esses vendedores são a lembraça boa da nossa cidade. Do lugar onde a gente mora a gente tem sempre uma lembrança boa: uma imagem, um cheiro, um som. E o som mais forte da nossas praias é o grito desses vendedores de mate", destacou o prefeito.
Ele lembrou que, no final de 2009, a prefeitura chegou a proibir a venda de mate e limonada em galões nas praias por uma questão de problemas sanitários. Mas, diante dos protestos da população, liberou os ambulantes. Agora, diz Paes, com o alvará que todos os itinerantes vão receber, a qualidade do produto vendido também será garantida.
'Olha o mate!'
Prefeito decreta vendedores de mate como Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)Prefeito decreta vendedores de mate como
Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio (Foto: Alba
Valéria Mendonça/ G1)
Animado, o prefeito bebeu mate junto com os ambulantes e até prometeu lançar um concurso para que a população eleja o grito mais criativo e animado dos vendedores de mate.
"O grito deles é um momento marcante de alegria,  alguns fazem quase um repente. Essa alegria, essa descontração é a cara do Rio", disse Paes, depois de pedir a alguns dos cerca de cem vendedores que estavam no Leme para dar seus divertidos e criativos gritos de guerra e de venda.
Foi só o prefeito anunciar a intenção de promover um concurso para premiar o grito de venda mais original, que os vendedores se animaram e deram uma pequena demonstração do trabalho que Paes terá para escolher o bordão mais criativo. O prefeito até colheu algumas "pérolas" com seu iPhone.
"Ai, que maravilha. Ai, que gostoso. Você bebe do meu mate e já quer beber de novo". Ou ainda: "Bebe ele, bebe ela, bebe até a minha mãe que é banguela". E mais: "Está um freezer, um peteleco que dói no dente. Da barriga do pinguim, bem gelado, olha o mate, minha gente!". E também: "Minha avó está maluca. Ela bebe do meu mate, mas não compra peruca!".
O número 1
O vendedor número 1do Rio: José de Oliveira Dias, há 35 anos vendendo mate e biscoito nas praias (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)O vendedor número 1do Rio: José de Oliveira Dias,
há 35 anos vendendo mate e biscoito nas praias
(Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
Primeiro dos cerca de 1.200 ambulantes itinerantes da cidade a receber o alvará das mãos do prefeito, José de Oliveira Dias, o "Seu Zé", de 64 anos, disse que vai exibir o crachá no pescoço com muito orgulho. Casado pela segunda vez, há 35 anos ele sustenta a família com a venda de mate, limonada e biscoito de polvilho nas praias cariocas.
"Agora, com esse reconhecimento, pode ser até que os filhos queiram ser vendedor de mate também", disse o morador de Rocha Miranda, no subúrbio do Rio, que, no verão, encara diaramente as areias escaldantes do Leblon para servir 30 litros de bebida refrescante -  um galão de mate e outro de limonada - a seus clientes.  Ao todo, Seu Zé carrega cerca de 40 quilos nos ombros, das 11h às 16h. "Já são tantos anos de praia, que nem preciso mais gritar, me anunciando. O pessoal que me conhece já fica me esperando", acrescentou o vendedor número 1 entre os ambulantes da orla.
O secretário de Ordem Pública, Alex Costa, explicou que não há limitações para o cadastramento de ambulantes itinerantes do Rio. Os interessados em trabalhar na cidade devem procurar a prefeitura e apresentar os documentos necessários para obter o registro.

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